Desprovido de argumentos plausíveis, tanto para alavancar uma
candidatura viável, quanto para combater as que se apresentam fortalecidas, e
com o intuito de se perpetuar no poder, o que lhes poderia permitir continuar
com seu projeto pessoal, o prefeito Ricardo Pereira do Nascimento, vive a
conceder entrevistas em que se refere - quando se trata das eleições do próximo
ano - de forma enigmática, sobre um tal “projeto familiar”. Repete isso, como
um mantra, tentando desmerecer os projetos políticos que o incomodam.
Como sempre, no exercício de sua contumaz hipocrisia, o
alcaide vive a atribuir aos outros os seus defeitos. Nascimento vive a pregar
aos quatro ventos que não pratica nepotismo nem permite que o façam. Ora, como
pode praticar o nepotismo - na acepção da palavra - quem não tem família? O
nepotismo dele é diferente quando, na falta de mulher, filhos, sogros, noras ou
genros, etc., concede empregos e benefícios aos amigos e agregados que vivem no
seu entorno.
Mente quando diz que seu corpo de secretários é formado por
técnicos competentes. Quanto à competência, não vou me ater aqui. Porém, quanto
à ligação de cada um com a política, isso é realidade, senão vejamos: Até
tempos recentes, o seu secretário de Assistência Social era um vereador; sua
secretária de Saúde já foi candidata a vice-prefeita; o secretário de
Infraestrutura é esposo de uma vereadora. Quem não tem colírio usa óculos
escuros, já dizia Raul Seixas e, talvez por isso, Nascimento não enxergue o seu
próprio rabo.
Projeto familiar, pelo que conheço, é a unção de parentes nos
processos sucessórios. Pelo que sei, nenhum dos pré-candidatos da oposição são
detentores de poder político - seja no âmbito municipal ou estadual - tampouco
há relação de parentesco entre eles. A falta de argumento do prefeito gera a
insana fabricação de Fake News, em forma de narrativa, com o intuito de
transformar em verdade dos outros o que é a verdade dele. No desespero em que
se encontra, o nosso burgomestre, vivendo num impasse político e numa ciranda
financeira - o que lhe tira do sério; vive a botar chifres em cabeças de cavalos
porque abomina a concorrência do jumento carregado de açúcar.
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