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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Não existem mais “grifes” políticas em Princesa

Faltando apenas seis anos para completar-se um centenário das disputas políticas, em Princesa, o que era feito sob a égide e a exclusividade de duas “grifes” políticas - representadas pelas famílias: “Diniz” e “Pereira” -, tudo agora está diluído quando, ambos os grupos, perderam as suas identidades. Desde 1930, as famílias acima assinaladas se digladiavam em disputas eleitorais em que se revezavam no poder, não somente no município, mas também em toda a região polarizada por Princesa.

Na maioria das vezes, os candidatos a prefeito não eram representantes diretos dessas famílias, mas prepostos, ungidos pelos líderes para comandar o município sob suas orientações. Em que pese muitos haverem sido candidatos, somente três membros das estirpes Pereira e Diniz, ocuparam a cadeira de prefeito em Princesa: Nominando Muniz Diniz (“seu” Mano); doutor Antônio Nominando Diniz e Thiago Pereira de Sousa Soares. Nenhum dos grupos teve hegemonia um sobre o outro, pois, sempre se alternavam no poder.

Além de comandarem a política princesense, tinham também grande influência no âmbito estadual quando, ambas as famílias, tiveram membros representando o município na Assembleia Legislativa. Desde o século XIX, Princesa teve deputados estaduais com assento na casa de Epitácio Pessoa: Coronel Marcolino Pereira Lima; coronel José Pereira Lima; Aloysio Pereira Lima; Nominando Muniz Diniz; Antônio Nominando Diniz e Antônio Nominando Diniz Filho. Como vemos, sempre estiveram em pé de igualdade.

No entanto, nos últimos tempos essa oligarquia política perdeu sua força e sua identidade política. O último pleito em que houve uma disputa entre essas famílias foi em 2016. De lá para cá, a coisa mudou completamente chegando ao ponto de, na última campanha eleitoral [2024], estarem batalhando no mesmo campo eleitoral, um neto de “seu” Mano e um neto do coronel Zé Pereira; sem falar na mistura quando um bisneto de Nominando concorreu como vice-prefeito e não obteve o amparo eleitoral de um primo importante, mas foi apoiado por um bisneto de Zé Pereira.

Agora, o município comandado por um grupo político que não tem nada a ver com os próceres das duas famílias tradicionais da política princesense - quando tudo foi articulado para misturar a água com o óleo e diluir a influência dos dois grupos -, sem identidade, estão todos separados e, ao mesmo tempo juntos e misturados, o que não dá para ninguém entender como a coisa funciona. O certo é que, sem influência direta no poder, aqueles que antes eram protagonistas, agora são coadjuvantes e saudosistas de uma era que acabou. Não existem mais grifes políticas em Princesa.



 

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