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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Tragédias previsíveis que enlutaram o Natal

Três trágicos acidentes, ocorridos no último fim de semana, que vitimaram, até agora, 55 pessoas, enlutam o Natal dos brasileiros de Norte a Sul. A primeira tragédia ocorreu na madrugada do sábado (21), na BR-116 na altura do município mineiro de Teófilo Otoni quando uma carreta conduzindo enorme pedra de granito chocou-se com um ônibus que ia de São Paulo para a Bahia, o que provocou uma explosão e (in)consequente incêndio vitimando 41 pessoas.

O segundo desastre, aconteceu na cidade gaúcha de Gramado quando um pequeno avião, transportando 10 pessoas de uma mesma família, que decolou da vizinha cidade de Canela, caiu no centro da cidade de Gramado, provocando grande explosão e a morte de todos os passageiros. A terceira calamidade, ocorreu na BR-226, divisa dos Estados do Maranhão/Tocantins quando uma ponte ruiu e, até o presente momento, já se contam em 4 mortos.

À exceção do acidente da carreta com o ônibus, as outras duas tragédias foram anunciadas. A ponte interestadual já havia sido vistoriada pelo DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes desde 2020, quando se constatou o risco iminente de desabamento mas, mesmo assim, não foi interditada e nenhuma providência foi tomada. Quanto ao avião que decolou de Gramado, o tempo chuvoso e com neblina intensa se apresentava impróprio para aviação, mas, mesmo assim, o voo foi autorizado.

Passadas essas calamidades, vem a outra parte, a da hipocrisia do poder público. Primeiro vem o CENIPA – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, informar que vai proceder às investigações necessárias para apurar os motivos da queda do avião. Em seguida, o ministro dos Transportes vai até a divisa dos Estados do Maranhão/Tocantins, informar que vai mandar construir uma nova ponte com o dispêndio de R$ 1 milhão e ainda deseja “Feliz Natal” aos presentes.

É triste constatar o descaso das autoridades públicas com as vidas de pessoas. E isso é uma praxe no Brasil. Acontecidas as tragédias, sejam elas enchentes, secas, incêndios, acidentes, etc., as autoridades – como canta Elba Ramalho na música “Nordeste Independente”: “Sobrevoam a região pensando que o povo é besta”. Dentro de poucos dias as tristes notícias saem do noticiário, o povo esquece e fica no aguardo de novas tragédias sob as mesmas condições e, para os parentes dos que se foram, resta chorar.



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