Os filhos do Japão
Sempre contei aqui, histórias engraçadas sobre os outros.
Hoje, eu corto na carne e conto uma sobre nós.
O meu pai, Major Nequinho, casou-se com a minha mãe, Osana,
ao 77 anos de idade e, ela, contava 39 anos. Logo no ano seguinte ao casamento,
a minha mãe engravidou e teve o meu irmão, Antônio. No ano seguinte, um aborto;
no outro, nasceu eu e, antes de o velho morrer, dona Osana teve mais um aborto,
engravidou de novo e teve minha irmã Bonconselho.
Certo dia, conversando com a minha sogra, dona Neusa, esta
começou a rir, de repente, sem motivo algum para tanto. Aí, eu perguntei: “Por
que a senhora está rindo, dona Neusa?” Ela respondeu, ainda rindo: “Nada não, é
que eu estou me lembrando aqui de uma história engraçada, mas... Não sei se eu
diga...”. “Ah! Agora eu quero saber do que se trata”, disse eu. “Bem – começou
a velha – é que quando teu pai casou com a tua mãe, todo mundo dizia que ‘seu’
Nequinho queria uma mulher somente para cuidar da velhice dele e, de repente,
dona Osana apareceu grávida e, num espaço de pouco mais de 6 anos, teve três
filhos e dois abortos...” “E daí, qual o problema?” Interrompi eu. “É que o
povo dizia na rua – continuou dona Neusa – que o velho, para virar homem de
novo, mandava comprar umas injeções no Japão e, quando dona Osana descansava,
todo mundo ia visitar para ver se vocês tinham os olhos apertados”. “Dei uma
larga risada e disse: “Ah! Então, nós somos filhos do Japão?”
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