Angélica acorrentada
Jean-Auguste-Dominique
Ingres
1859, Óleo
sobre tela, 100,5 x 81 cm.
Ingres foi aluno de
Jacques-Louis David (1748-1825), figura central do neoclassicismo francês.
Ainda jovem, afirmou-se recebendo importantes encomendas oficiais do regime
napoleônico. Em 1806 viajou a Roma, onde permaneceu até 1820, quando se mudou
para Florença. Na Itália, tornou-se um dos retratistas mais requisitados.
Voltando a Paris, em 1824, consagrou-se líder da escola clássica francesa. Além da fácil contraposição entre Ingres,
clássico e desenhista, e Delacroix (1798-1863), moderno e colorista, os
inúmeros desenhos mostram como Ingres possuía uma enorme erudição, que se
estendia desde a pintura dos vasos gregos até a arte maneirista. Ele soube
reunir todas essas referências em suas composições por meio do desenho,
pensando de forma puramente decorativa, ou seja, em função do equilíbrio formal
e sem preocupações naturalistas. É o caso de Angélica acorrentada (1859), em que o artista modifica as
proporções e os volumes do corpo para alcançar o efeito dramático desejado. A
obra remonta ao poema épico Orlando
furioso (1516), em que a heroína é salva por Ruggiero do monstro marinho ao
qual foi oferecida em sacrifício. O monstro é cegado pelo raio de luz que sai
do escudo mágico do herói. O cavaleiro pagão salva Angélica e ganha, então, o
seu amor. (Extraído do Guia do MASP – Museu de Arte de São Paulo).
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