Já não é sem tempo que uma definitiva providência deva ser
tomada. Alguns países, mundo afora, já resolveram o problema da herética e
hipócrita mistura de política com religião. Em quase todas as Cartas Constitucionais
das nações Ocidentais, consta a obrigatoriedade da separação entre Estado e
Igrejas (sejam elas de que culto for). O Estado é laico, é isso que rezam as
Constituições. No entanto, o que vemos, no Brasil, não é isso. É constante nos
depararmos com políticos - sem escrúpulo algum – usando o nome de Deus em vão.
No Brasil, por exemplo, temos um presidente da República que
tem como lema de governo: “O Brasil acima de todos e, Deus, acima de tudo”.
Esse mesmo presidente – que não perde oportunidade para invocar o nome de Deus
em vão -, governa um país que tem 33 milhões de pessoas passando fome; é o
mesmo que esnobou os milhares de mortes por covid-19 quando disse: “Eu não sou
coveiro”, ou quando imitou uma pessoa sem ar, zonando com os pacientes
acometidos do coronavírus. Esse homem acredita em Deus?
A heresia e a blasfêmia não param por aí, nem se restringem ao
senhor Jair Messias Bolsonaro. Na parede principal do Plenário do STF, está
dependurado um crucifixo (a imagem do Cristo crucificado) que, pregado numa
cruz e sem poder dali sair, presencia, inerte e impotente, todo tipo de
manobras judiciais que ali acontecem. Na Câmara Federal, existe uma bancada
formada por deputados evangélicos, alguns deles ávidos em oferecer benesses do
governo em troca de barras de ouro. Isso tem a bênção de Deus?
Urge, portanto, que seja elaborada uma lei que separe, de
verdade, o que é política do que é religião. Afinal de contas, nem todos os que
compõem os três poderes da República professam alguma religião. Bralhar as duas
coisas é herético, blasfemo e, principalmente hipócrita. Nenhum desses idólatras
que cultuam imagens e usam o nome de Deus em benefício de seus interesses
eleitoreiros, acredita Nele. Se o Estado é laico, que se abula o abuso no uso
da imagem sagrada de Deus.
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