"O Brasil acima de todos e Deus acima de Tudo". Nas palavras do presidente Jair Messias Bolsonaro, é esse o lema da extrema direita do Brasil que, no momento, ocupa o palácio do Planalto. Pelo visto, essa invocação fascista, travestida de religiosa, não tem surtido muito efeito uma vez que não conta com aprovação eclesiástica. Ontem (31/07/2019), tomei conhecimento da troca de correspondência entre Lula e o Papa Francisco. Sobre a posição do pontífice, nada me causou surpresa, pois, já sabia que lá na Europa, a prisão de Lula é vista como uma extrema injustiça. Exultei com a coragem papal (o que não é novidade) de vir a público defender uma figura emblemática, tida por boa e agora vítima dos poderosos e que é conhecida internacionalmente. Naquele continente, chamado de "Velho Mundo", o ex-presidente Lula é tido como um preso político, recluso pela urdidura da extrema direita que não suportava mais o exercício da opção do poder público pelos menos favorecidos. Lá na Europa, os que têm conhecimento das coisas sabem que aqueles que arquitetaram a derrubada de Lula, deram um tiro no pé, quando tudo isso resultou no governo que aí está. Queriam tirar o torneiro mecânico, mas, não imaginavam que o tiro (literalmente) sairia pela culatra. Tomaram uma cachaça grande e, agora, estão curtindo a ressaca. O reconhecimento do erro sempre chega: logo ou tarde. Agora, está chegando. E, como disse antes, com imprimatum da Igreja Católica.
A carta do Papa
A carta enviada a Lula pelo papa Francisco prova isso. O pontífice, mesmo não sendo mais detentor de poder temporal, tem autoridade quando se pronuncia, tanto pela sua reconhecida liderança sobre dois milhões de católicos existentes no mundo, quanto pela sua influência no mundo laico. E, o que é mais interessante é que Francisco falou rosado quando disse que "O bem vencerá o mal". É lamentável observar que metade da população brasileira não tenha enxergado, até agora, a gravidade da situação nacional. É triste constatar que nós, aqui dentro, não tenhamos tido a acuidade de vislumbrar - ainda durante o processo eleitoral - o perigo que essa turma que está no poder poderia representar. Diferente de nós, o papa, lá no Vaticano enxergou isso e, agora, tal qual nós, corre atrás do prejuízo. O problema é que, na contumaz resignação pregada pela Igreja Católica, teremos que esperar que o bem saia da cadeia - sob as bênçãos daquele que está sentado no trono de Pedro -, para vencer o mal que está encastelado no trono do Planalto. Isso, se der certo, somente daqui a três anos e meio. *Este artigo foi escrito em 1° de junho de 2019, seis meses após a posse do novo governo e no auge do cometimento das loucuras de Bolsonaro. Hoje, às vésperas da posse de Luís Inácio Lula da Silva, pela terceira vez como presidente da República, o escrito mais parece uma premonição.
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