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terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Declaração descabida de Lula gera polêmica na relação do Brasil com Israel

Boquirroto que tem sido nesse terceiro mandato, o presidente Luis Inácio Lula da Silva, insiste em falar de improviso em suas viagens internacionais e, o resultado, tem criado problemas pela sua falta de habilidade no trato com assuntos sensíveis como as guerras que vêm acontecendo na Europa e no Oriente Médio. A gota d'água ocorreu no último domingo (18) quando Lula comparou os massacres bélicos que Israel impõe ao sul da Faixa de Gaza com o Holocausto da Il Guerra Mundial.

Sem dúvida que descabida, a fala do presidente, feriu a praxe das relações internacionais que é a de evitar dizer verdades incômodas para não ferir suscetibilidades. No entanto, tudo o que Lula disse, é verdade. O que acontece na guerra de Israel contra o Hamas é mesmo um genocídio onde já morreram quase 30 mil civis, em sua maioria mulheres, idosos e crianças. Na ordem das relações internacionais não se pode dar nome aos bois. Mesmo que o massacre, em sua violência, seja similar ao que foi imposto aos Judeus pelos nazistas, por óbvio, não se pode mexer nesse tabu e comparar qualquer coisa com o que aconteceu com o povo hebreu naquela terrível guerra, até porque, em termos proporcionais, é imensamente diferente.

É claro que ninguém pode nem deve se colocar a favor dos palestinos do Hamas, um grupo terrorista que assassinou mais de mil israelenses no atentado do dia 8 de outubro próximo passado. E isso Lula já recriminou. A infelicidade das palavras do presidente brasileiro foi quanto à comparação do massacre no sul de Gaza com o Holocausto e, também, porque o Brasil não tem, para Israel, a importância de outros países, a exemplo da Turquia que, pelo mesmo motivo, chamou o premiê Benjamin Netanyahu de "Hitler" e, mesmo assim, a reação do governo israelense foi bem mais amena.

Instalada a crise, o ministro das relações Exteriores de Israel declarou o presidente Lula como persona non grata, chamou o embaixador brasileiro para tomar satisfações e exigiu retratação do presidente brasileiro. Enquanto isso, Lula chamou de volta o embaixador brasileiro em Israel. É claro que Lula errou, porém, a reação do governo de Netanyahu foi desproporcional. Melhor seria que o presidente brasileiro se desculpasse logo, admitindo haver proferido palavras descabidas e tudo estaria resolvido. Além da falta de cuidado, faltou humildade para admitir o erro.

É verdade que nada pode ser comparado ao Holocausto. No entanto, aquela tragédia humana, quando pereceram nos campos de concentração não somente judeus, mas também negros, ciganos, homossexuais, doentes mentais, etc., não pode servir de justificativa para que as vítimas do passado se façam agora algozes de inocentes. Deve haver uma forma de punir os terroristas do Hamas sem praticar o genocídio de um povo que sofre, ao longo dos séculos, sem ter onde pousar. Quanto a Lula, deve passar um zíper na boca e entender que, na diplomacia, nem sempre se pode dizer a verdade de forma nua e crua.



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