ODE

terça-feira, 25 de junho de 2024

Especulações de bastidores dão conta de que, em Princesa, pré-candidaturas podem ser substituídas

 

A política partidária, aqui e alhures, é sempre um jogo de interesses, pesado e perigoso. Interesses vários - no mais das vezes recônditos - são os comandantes das decisões tomadas por debaixo do pano. O fogo de monturo queima sem ninguém ver as labaredas e isso, segundo vazamento de algumas fontes ligadas ao grupo político comandado pelo prefeito de Princesa, pode estar acontecendo com relação à pré-candidatura a prefeito do vereador e presidente da Câmara Municipal, Ednaldo Melo, vulgo "Garrancho".

São muitos os comentário dando conta de que há insatisfações e resistências ao nome de Garrancho como postulante à candidatura a prefeito. É saber de todos que o nome preferido do atual prefeito não é o que está posto e que, no jogo da hipocrisia política, tanto o criador quanto a criatura, fazem de conta que estão jogando limpo. O criador, falsamente, demonstra confiar na criatura e, a criatura, mais falsamente ainda, faz crer que será fiel ao seu criador.

Tudo isso vem sendo provocado pelo surgimento do nome da pré-candidatura de Rúbia Diniz. A Matuta veio para botar água na fervura do alcaide. Não fora isso, o candidato do prefeito não seria Garrancho, mas sim Brás, o tesoureiro. Com o coreto bagunçado e a perspectiva de derrota nas urnas, há quem diga que os pauzinhos estão sendo mexidos para inviabilizar a pré-candidatura que está posta e, enquanto isso, a Matuta se movimenta, solta, em busca de apoios através de várias adesões a um projeto de governo diferente do que está aí.



Falta de iluminação no Cemitério de Princesa dificulta sepultamento dos mortos

Ontem à noite (24), uma família teve sérias dificuldades em sepultar um ente querido no Cemitério de Princesa, por falta iluminação naquele logradouro público. Conforme vídeo que circula nas redes sociais, o sepultamento só foi possível porque iluminado à luz dos celulares das pessoas presentes. Isso denota o descaso da administração do prefeito Ricardo Pereira do Nascimento quando, além de superlotada, a Cidade dos Mortos, não vem recebendo os cuidados necessários. Falta de sensibilidade e respeito com os que já foram.



Depois de quase 80 anos de proibição os jogos de azar poderão ser legalizados no Brasil

Através do Decreto-Lei n$ 9.215 de 30 de abril de 1946 (Proíbe a prática ou exploração de jogos de azar em todo território nacional), há mais de 78 anos foram proibidos os jogos praticados em cassinos, bingos, jogo do bicho e outros afins. Esse Decreto-Lei, assinado pelo então presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, entrou em vigor logo apos sua publicação. Depois de tanto tempo, tramita agora no Congresso Nacional um Projeto de Lei que poderá legalizar novamente essa prática no Brasil. 

ha quem diga que, atendendo a um pedido da então primeira-dama, Carmela Leite Dutra, mais conhecida por "dona Santinha", em nome da moral e dos bons costumes, o presidente Dutra decretou a proibição dos jogos de azar no Brasil o que, de verdade, nunca foi obedecido. Prova disso é o jogo do bicho (criado em 1892) que, mesmo depois da proibição sempre foi praticado, sob as barbas das autoridades, nas esquinas das cidades brasileiras, igualmente aos bingos promovidos até por Igrejas em benefício de suas necessidades sacras.

O que existe mesmo, desde então, é a prática de uma hipocrisia deslavada em demanda de uma proibição nunca obedecida, mas sempre praticada, em contravenção, amparada pelo crime de tráfico de influência e sonegação de impostos, via de regra comandado pelo crime organizado. Na verdade, a pieguice de dona Santinha empanou o crime em detrimento do turismo, da arrecadação de impostos e da consequente criação de empregos e renda.

Agora na pauta do Congresso Nacional, um Projeto de Lei que, se aprovado, tornara legal a jogatina no Brasil, já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça - CCJ do Senado Federal, e poderá ser votado em plenário ainda este ano, com a garantia antecipada do presidente Lula de que será sancionado. Em se tornando realidade, o Brasil voltará a permitir a existência de cassinos, bingos, etc., além da regulamentação do famoso jogo do bicho.

Importante a aprovação dessa lei quando, além de abolir, definitivamente, a falácia que proibe os jogos em nome da moral e dos bons costumes, colocará o Brasil na rota do turismo internacional, permitirá a arrecadação de impostos que deverão ser investidos em Educação, Saúde, Segurança, etc., e criará empregos e renda para os brasileiros. Com a aprovação, o que se pratica hoje, a céu aberto, a exemplo do jogo do bicho, deixará de ser contravenção e passará a ser controlado pelo governo, promovendo assim o fim da hipocrisia.



segunda-feira, 24 de junho de 2024

São João na Roça

 

Esta fotografia remonta ao ano de 1956, quando alunos do Grupo Escolar "Gama e Melo", de Princesa, fantasiados por suas mães, participaram do chamado "São João na Roça". Naquele tempo, esse tipo de comemoração era muito comum no meio escolar. Na foto acima, feita na escadaria principal daquela Escola, observamos que todos os meninos e meninas estão vestidos à caráter e, alguns deles, portando nas mãos instrumentos musicais de brinquedo. É o famoso "Casamento Matuto" onde estão retratados: o pai da noiva; o padre; os noivos e demais convidados. As expressões faciais denotam: alegria, timidez, amuo, espanto... Isso mostra, tanto a inocência das crianças quanto a valorização da nossa cultura nordestina. Essa rememoração, com certeza vai trazer muita saudade aos que posaram, há mais de 60 anos, quando foram "daguerreotipados" pela lente de "seu" Etelmínio.



domingo, 23 de junho de 2024

Domingo eu conto

 

Por Domingos Sávio Maximiano Roberto

A feiticeira, o defunto e o bêbado

Ela andava com um terço na mão direita em contínuo balbuciar sem que emitisse som algum e só interrompia esse pseudo movimento de ventriloquia quando precisava falar de algo ou de alguém. Sidônia era uma figura esquisita. Morena clara, estatura mediana, magérrima, longos e parcos cabelos negros a lhes caírem pelas costas, face escavada, olhos grandes arregalados, nenhum sinal de seios e tudo isso realçado pela esquisita indumentária composta por um estojo de saia blusa, esta lisa e, a saia, com estampas extravagantes pela profusão do colorido. Era um misto de índia e cigana. Figura por demais esquisita, principalmente pela irritação que causava quando abria a boca, a falar pelos cotovelos, num tom estridente e raivoso.

Sidônia dava conta de tudo o que acontecia no povoado do Caroço, um arruado com pouco mais de trinta casas esparsas, na beira do rio do Ouro na extrema do Piauí com a Bahia, pertencente ao município de Corrente. Solteirona, abominava o sexo e se vangloriava da façanha de nunca haver tido um homem em sua cama. Para ela, a conjunção carnal - não fora com o intuito de procriar - era uma pouca vergonha. Sempre que alguma das mocinhas do lugar se preparava para se casar, Sidônia perguntava logo: “Já providenciou o lençol?” Ao que as noivas, surpresas, inquiriam: “Que lençol?” “O lençol com o buraco no meio, minha filha! Não vá me dizer que você vai se apresentar nua despida na frente de seu marido...!” Essa pergunta, nunca respondida, servia de chacota.

Em tudo Sidônia se metia, dava conta da vida de todo mundo e se comprazia com as desgraças alheias. De garra de um galho de pinhão roxo, a mulher fazia as vezes de rezadeira e se dizia curandeira de quase tudo: mordida de cobra, espinhela caída, manicunia, mau olhado, achados e perdidos, até corpo, ela fechava. Além dessas atribuições, a mulher fazia as vezes de parteira, rezava novenas, encomendava corpos ao além; uma verdadeira panaceia espiritual. Sua figura dava medo porque, além de diferente, quando falava parecia ser dona de verdades incontestáveis. Diziam, aos cochichos, que Sidônia era, além de adivinhona, feiticeira e que trabalhava com apetrechos vindos da Bahia.

Seu prazer mórbido pela tragédia era notório. Quando acontecia um acidente ou algum caso envolvendo atos de violência e que não resultava em morte, era patente sua decepção. Mesmo auto investida das atribuições de curandeira e rezadeira, a mulher, era mesmo igual ave de mau augúrio, se deleitava com as misérias alheias e rogava pragas aos montes contra os que ousassem desafiá-la nas suas convicções.

Certo dia, chegou-lhe a notícia de que o chefe político do arruado, José Maria Belo, estava acamado vítima de um mal que ninguém sabia do que se tratava. Levado para Xique-Xique na Bahia, foi desenganado pelos médicos e voltou para morrer em casa. Sidônia resolveu visitar o doente. Aprontou-se toda, vestiu a saia mais colorida que tinha no seu baú e partiu para a casa de “seu” Zé Belo. Já levou consigo seus apetrechos de cura e, lá chegando, foi logo pedindo para ficar a sós com o enfermo.

Desenganado que estava, a única filha do velho não ofereceu resistência, pois, tudo que dali viesse, seria lucro. A mulher trancou-se no quarto do homem, um ancião com mais de 80 anos e, no exercício de sua cabala, balançou seu galho de pinhão roxo em consonância com o balbuciar de orações ininteligíveis. O velho, ofegante e nem aí para nada, tava só arquejando no leito de morte. Mesmo assim, numa peleja por uma reação do doente, Sidônia gastou mais de uma hora e, quando saiu do quarto do doente, demonstrava cansaço e suava de bica.

“Como está o velho?” Perguntou uma neta que cuidava dele. “Quase nas mãos de Deus, minha filha, quase nas mãos de Deus...” Respondeu a rezadeira. “Mas... E as rezas da senhora não servem para lhes dar uma melhora?” insistiu a moça. “São muitos os pecados de ‘seu’ Zé Belo! Olhe, minha filha, se ele não matou, mandou; quase todos os filhos de suas moradeiras, são dele; as terras de sua propriedade foram, quase todas, usurpadas dos pobres agricultores...” “Então...”, interrompeu a neta: “Vovô tá no inferno?” “Não, minha filha, a força da oração é muito grande e, com minhas rezas, ‘seu’ Zé Belo, certamente, vai para o Purgatório espiar suas culpas e, no tempo certo alcançará o reino da glória”. Dito isso, da sala onde estavam as duas e mais alguns curiosos, escutaram um forte barulho, um ronco estrepitoso vindo do quarto onde estava o enfermo e acorreram, todos, para ali.

Chegados ao aposento do homem, este, imóvel, parecia já morto. Mais que depressa, Sidônia, antes de rezar, tirou da bolsa um pequeno espelho e botou junto à boca do moribundo. Depois disso, com ar de desolação, virou-se para a neta de Zé Belo e disse: “Me dê uma vela, acesa...” Pôs a vela na mão do velho e começou a rezar e dizer: “Lembre do nome de Jesus! Lembre do nome de Jesus!” De seus apetrechos, tirou um frasquinho com um líquido amarelado e untou a testa e o peito do homem que já não se bulia mais. Em pouco mais de uma hora, chegou o vigário de Corrente que havia sido chamado para dar a extrema-unção.

Padre César, um velho sacerdote ranzinza e da velha guarda da Igreja, abominava rezadeiras a quem chamava de bruxas, mandou logo a mulher se afastar de perto do quase defunto, ao que Sidônia, mesmo de cara feia, obedeceu. O padre sacou do bolso de sua batina um pequeno recipiente de vidro contido de água benta, aspergiu o corpo e começou a rezar: “Iesus suos infirmorum curandorum gratia discipulos non tantum mist, sed pro iis peculiare instituit sacramentum: Unctionem scilicet infirmorum”. Após esse latinório incompreensível para todos, o cura entregou aquela alma a Deus e autorizou a preparação do corpo para o velório.

Enquanto os familiares pranteavam o finado, com a saída do padre, Sidônia cuidou de aprontar o defunto para o velório que seguiria ao longo daquela noite até o sepultamento no dia seguinte. Junto com a net de Zé Belo, trancou-se na câmara de morte e, depois de assear o cadáver, vestiu-o com a melhor roupa e mandou deitá-lo numa cama, exposto na sala da casa para as “incelências” e o indispensável retrato. Depois disso, a mulher foi para casa prometendo retornar, o que fez cerca de duas horas depois.

Chegada de volta, Sidônia deparou-se com o féretro exibindo imagem horrível: a boca escancarada, a dentadura protuberante e coalhada de dentes de ouro. Um rico monstro. A mulher pediu uma rodilha e, antes de amarrar a cabeça do finado, envolvendo com o pano, desde o maxilar até o cocuruto do crânio, fechando, num estalo, a boca do defunto, recolheu a chapa do homem e, ligeira, jogou-a dentro de sua bolsa. Feito isso, deram-se às orações e às cantorias típicas dos velórios daquele tempo. Reunida com outras mulheres do lugar, Sidônia tirou a primeira “incelência”:

Desse que está aí já chegou a hora

É de levar, é de levar

Essa alma pro reino da Gulora

Livrai-o de seus pecados

E leva esse presente pra Nossa Senhora

Não tem medo nem tem pavor

Leva pena e deixa saudade

Segurado no terço da Mãe de Deus

Vai pra casa do senhor

Chegou a hora do adeus. 

O velório durou a noite toda. Dada a importância do morto, acorreram todos para prestar as últimas homenagens àquele que havia sido o condutor de seus destinos por muito tempo. Já que não havia viúva (o velho era solteirão e só tinha uma filha reconhecida como tal), muitas mulheres choravam desconsoladas e, muita similaridade havia entre os rostos que circulavam no velório, com o retrato do homem dependurado na parede principal daquela sala.

De repente, em meio às rezas e cantorias, um barulho conhecido, saído de debaixo da cama do defunto – como se estivera vivo - espantou a todos. Pararam as rezas e todos botaram as mãos tapando os narizes se protegendo de um fedor horrível. Um bêbado, que estava sentado num tamborete, gritou: “Eita! Balançaram o galho de merda e caíram até as verdes!”

 


 

 

 

 

sábado, 22 de junho de 2024

SABÁTICAS

 

. O Brasil, com a marca de 21 assassinatos por cada 100 mil habitantes é o 14º país mais violento do mundo e o 2º da América do Sul. A Bahia é o Estado mais violento do país e, Santa Catarina, o menos violento. A Paraíba, com uma taxa de 22,7 assassinatos por 100 mil habitantes, é o 11º mais violento.

. A semana foi pródiga em assuntos polêmicos em Brasília: PL do estupro; fim da “Delação Premiada” de réus presos; anistia aos políticos com dívidas junto à Justiça Eleitoral, e por aí vai...

. Falar em violência, o “PL do estupro”, que teve votado seu pedido de urgência - após mobilização popular - só deverá ser apreciado pela Câmara Federal (se for), após as eleições municipais.

. Em que pese a folha de pagamento dos servidores cooperados da prefeitura de Princesa perfazer um total de mais de 500 servidores contratados, o TCE/PB, num exercício de miopia, detectou que o município de Princesa, só tem 43 servidores contratados por excepcional interesse público. E os outros, o gato comeu?

. Falar em gato... A Câmara Municipal de Princesa paga R$ 2.800,00 pelo aluguel de dois quartinhos, que servem de depósito para aquela Casa Legislativa, são os anexos I e II, situados à Rua Presidente Dutra e à Rua São Domingos, respectivamente. A Câmara é a locadora e, os locatários...

. Falar em animais, nunca mais ninguém ouviu falar na “vaca louca”. Pelo contrário, já estão falando em fazer uma vaquinha para pagar as contas de quem diz que não deve a ninguém.

. Falar em contas a pagar, os motoristas que transportam para a prefeitura de Princesa continuam com seus pagamentos atrasados. Um deles comentou que, o único carro que está recebendo em dia, é o de Coroinha que transporta pacientes de hemodiálise para Serra Talhada.

. No seio da agremiação política liderada pelo prefeito Nascimento fala-se em muitas insatisfações com a pré-candidatura do Garrancho. Há quem diga até que, em breve, haverá substituição. Aliás, em tempos passados, o alcaide já havia dito: “Pode ser qualquer um, menos Garrancho”. Eita!

. Enquanto o Garrancho ainda não disse a que veio, a pré-candidata Rúbia Matuto bate paradas: quando não está limpando mato, rala milho verde, tange vacas, anda em garupa de motos, um verdadeiro furacão...

. Pior do que ex-amor é ex-amigo. Por conta disso, Nascimento está sofrendo o pão que o diabo amassou com as estocadas vindas do fogo amigo. O pior ainda está por vir, pois, por enquanto, acabou-se apenas a perspectiva do poder. Quando o poder acabar...

. O prefeito Nascimento já avisou: já que o São João vai ser fora de época, será permitida a queima de fogos de artifício, com estampido, claro.

. Os abraços de hoje, vão para: Regivaldo Cavalcanti, Júlia Maria Andrade, doutor Gílson Melquíades, Marinês Moura, doutor Ítalo Kumamoto, Júnior Móveis, Zelina, doutor Romualdo Tadeu, Toinho Pinheiro, doutor Belmiro, Lourdes de doutor Édson, Draimler Virgulino, Dionê Brandão, Chagas de Chica da Laje, Corrinha de Vitalino, Armando de Gino, Damião Cabeleireiro, Lenice da Auto Escola, Neco Limeira, Creusa de Luís Ribeiro, Dão Mandú, Maria de Bel, Moab Leite, Bibiu de Miguel Fotógrafo e Maria de Veri.



Pré-candidato a vereador de Princesa já se destaca na corrida eleitoral

 

Faltando pouco mais de três meses para as eleições, os pré-candidatos a vereador, em Princesa, já se movimentam em busca de uma vaga na Câmara Municipal. Dentre eles, um se destaca: Jackson de Júnior Móveis, que submeterá, pela primeira vez, seu nome às urnas no que, para tanto, tem se empenhado com afinco em busca de apoios. Em seu périplo, já percorreu quase todos os bairros da cidade e várias comunidades rurais do município.

Jackson de Júnior Móveis, um jovem que já foi servidor público municipal atuando na área da Saúde, tem sido ávido em apresentar suas propostas nessa área, sem esquecer seu compromisso com o segmento da juventude, principalmente aqueles na faixa entre 16 e 18 anos. A proposta do pré-candidato inclui também adultos e idosos num compromisso de bem representar o povo da terra que adotou como sua. Hoje, completam-se 90 dias do lançamento de sua pré-candidatura que, pelo visto, se propõe vitoriosa.



sexta-feira, 21 de junho de 2024

Princesa e o São João fora de época

 

Desde o início da atual administração pública de Princesa as coisas aqui se modificaram sobremaneira. São mudanças de toda natureza: desde as comportamentais, administrativas, de ética e lisura com a coisa pública e até com relação as diversões. Já foram modificadas datas de festividades tradicionais como Carnaval, Emancipação Política, etc. e continua, essa prática que confunde a todos, sempre adiando ou antecipando eventos e efemérides tradicionais.

Enquanto todas as cidades que congregam a nossa região já fizeram suas Festas Juninas, em Princesa a agenda do prefeito transferiu o São João para o mês de julho. Na noite do São João, a nossa cidade não terá comemoração alguma. Aqui, as coisas acontecem de acordo com o capricho do gestor e. nem sempre, em consonância com a vontade popular. A falta de compromisso com as datas comemorativas se completa com a falta de respeito com o povo.



Deputado Damião Feliciano visita Centro Cirúrgico de Tavares

 

Aproveitando o período dos festejos juninos, o deputado federal, Damião Feliciano (União Brasil), visitou a cidade de Tavares, ocasião em que conheceu as instalações do novo Centro Cirúrgico daquele município. O parlamentar é um dos responsáveis pelo carreamento de recursos que permitiu aquele importante empreendimento que já está funcionando a todo vapor. Na presença do deputado e do cirurgião doutor Carlos, o prefeito Coco de Odálio comemorou essa nova conquista: "Nosso povo merece uma saúde de qualidade e estamos trabalhando cada dia mais", disse o prefeito.



Senador Efraim Filho se licencia para apoiar aliados nas eleições municipais

Num gesto de solidariedade e compromisso com seus aliados que o apoiaram na grande vitória de 2022, quando sagrou-se senador pela Paraíba, Efraim Filho (União Brasil), se licenciou do Senado Federal, por um período de 120 dias, para emprestar apoio aos seus correligionários nas campanhas municipais deste ano. Em seu lugar, assume o industrial e empresário bem sucedido, o suplente e agora senador, André Amaral.

Em que pese estar bem representado, o senador Efraim Filho fará falta nos debates da Câmara Alta do nosso Parlamento, haja vista ser ele um dos parlamentares mais importantes do Congresso Nacional. Uma das últimas atividades do senador foi a relatoria do Projeto de Lei nº 4.147/2023 que regulamenta a profissão de técnico em nutrição e dietética. "Me sinto gratificado em relatar tão importante projeto", disse o senador.

Nesses quatro meses de licença, o senador Efraim Filho, como tem feito sempre que pode, percorrerá o estado da Paraíba em participação nas várias campanhas dos candidatos a prefeitos e vereadores de seu partido e de coligações afins. É uma forma, tanto de agradecer os apoios recebidos em 2022, quanto de fortalecer o seu partido. Fazendo jus ao slogan: "foguete não dá ré", Efraim segue impávido em busca de merecidos voos mais altos.



Prefeitura de São José cuida das estradas vicinais

 

Findo o período de chuvas torrenciais, sob o comando do próprio prefeito, a prefeitura de São José de Princesa promove a melhoria de suas estradas vicinais. Além dos serviços de roço em todas as estradas vicinais, a determinação do gestor Juliano Diniz providencia também a melhoria de todas as vias de acesso à Zona Rural daquele município. "Num município de extensão essencialmente rural, se faz necessária maior atenção em prol do homem do campo", afirmou o prefeito Juliano.



quinta-feira, 20 de junho de 2024

Moradores da Zona Rural de Princesa denunciam deficiência na iluminação pública

A iluminação pública de Princesa sempre gerou polêmica. Em 2014, durante a minha gestão como prefeito, por motivo da estiagem e do descaso da CAGEPA em suprir de água a periferia da cidade e as comunidades rurais, eu mandei para a Câmara Municipal um Projeto de Lei instituindo o pagamento da taxa de iluminação pública pelos usuários para, com esse imposto, financiar o pagamento dos carros-pipas que abasteceriam, de água potável, a cidade, durante aquele período de exceção.

O Projeto de Lei gerou a maior polêmica encabeçada pelo vereador Irismar Mangueira, mesmo assim foi aprovado. A intenção era a de, quando a seca terminasse, a taxa voltar a ser paga pela prefeitura. Ocorre que a estiagem perdurou por todo o meu mandato só se findando em 2017. Mesmo assim, a cobrança continua até os dias de hoje. No entanto, esse não é o problema maior.

O que ocorre agora é que, muitas das comunidades rurais não têm iluminação pública e, para se conseguir esse benefício, na atual administração, é necessário que o usuário recorra a um vereador da base aliada do prefeito para conseguir a instalação de lâmpadas nos postes de sua comunidade. Exemplo disso é o vem ocorrendo no povoado da Várzea quando - segundo denúncia a este blog - lâmpadas foram instaladas, a pedido do vereador Iran Pinto, apenas em alguns postes daquela comunidade. Em Princesa, luz é de feição.



...Esqueceram de mim

Ontem (19), este blog veiculou uma matéria dando conhecimento sobre quem deverão ser os candidatos a vereador de Princesa nas eleições do próximo dia 6 de outubro. Ali, relacionei 35 nomes, porém, por um lapso, esqueci de um: Janaína Melo. Primeiro, um pedido de desculpas por não ter checado melhor a relação que me repassaram. Agora, faço aqui a reparação que, de forma exclusiva, vai sair melhor ainda, afinal, os últimos serão os primeiros. Janaína é sim, pré-candidata a vereadora e do lado da oposição, somando com a pré-candidatura de Rúbia Matuto.



FRASES FAMOSAS

"A Inteligência Artificial não produz conhecimento, apenas processa o que já existe, e de forma perfeita, com a vantagem de não poder ser acometida de Alzheimer"

V. BAMSF

"A Inteligência Artificial é a nova eletricidade. Ela irá transformar todos os setores da sociedade e impulsionar o progresso humano de uma forma sem precedentes"

ANDREW Ng.

"Inteligência Artificial é como fogo: pode ser uma grande ferramenta, mas também pode ser perigosa se não for controlada"

MAX TEGMARK



quarta-feira, 19 de junho de 2024

Até agora, 35 pré-candidatos se apresentam para concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal de Princesa

Faltando exatos 109 dias para as eleições municipais, em Princesa, 35 pré-candidatos a vereador já confirmaram que estarão presentes nas urnas do dia 6 de outubro. Pelo que tudo indica, nessas eleições, apenas dois candidatos concorrerão ao cargo de prefeito: Rúbia Matuto pela união das oposições e Ednaldo Melo, vulgo “Garrancho”, indicado do atual prefeito. Enquanto a pré-candidatura de Rúbia está consolidada, muitas especulações circulam quanto à confirmação do nome de Garrancho, no entanto, é isso que se apresenta no momento.

Concorrentes a um assento na Casa de Adriano Feitosa, são 35 pré-candidatos. Destes, 9 já são vereadores em busca da reeleição, os demais, são marinheiros de primeira viagem. A chapa oficial, pelo PSB, lançará 10 candidatos: Iran Pinto, Irismar Mangueira, Naldinha, Neguinho da Lagoa, Romério Brás, Cleonice Henrique, Jaildo Paulino, Carlinhos de Neves, Ianara Henrique e Patrícia de Divar. Destes, os sete primeiros concorrerão à reeleição.

Do lado da oposição, se apresentam 13 pré-candidatos, dos quais, dois já são vereadores: Alaelson Henrique e Maciel do Café. Os demais: Arley Moura, Roberto do Posto, Márcio Caboclo, Juliana Maia, Adrina Lopes, Jackson Nogueira, Cabo Domingos, Gabi Madeiro, Marcos Moça Branca, Marquinhos Moura e Hélio da Geladeira, concorrerão em busca de um primeiro mandato, todos pelo MDB.

Desta feita, ocorrerá algo nunca visto em Princesa, será lançada uma chapa alternativa, pelo Republicanos, a que estão chamando de “chapinha”. Esse grupo de 12 candidatos concorrerá de forma independente e é formado pelos seguintes pré-candidatos: Sandro do SAMU, Arnaldo da Laje, Claudione, Boiadeiro Henrique, Vanja Dourado, João Florêncio, Marcone de Painho, Lenalda, Graça Cabeleireira, Marluce Nicácio, Rildo e Sandro Alberto. Destes, a maioria apoia o candidato do prefeito enquanto alguns, emprestam apoio a Rúbia Matuto.



Nascimento: L’état c’est moi

Sobre a questão do descumprimento da “Lei dos Foguetões”, uma fonte informou a este blog que houve intercessão de alguns vereadores, junto ao prefeito Ricardo Pereira do Nascimento, para que a lei não fosse burlada com a queima de fogos por ocasião da vinda do governador. Sem jeito. Instado para não descumprir a lei, o prefeito teria dito: “Quem manda sou eu e a girândola vai roncar!” Isso faz lembrar a famosa frase, atribuída ao rei da França, Luís XIV, proferida em 1655: L’état c’est moi.

Lastimável o comportamento do alcaide e, mais ainda, a subserviência da Câmara Municipal e a omissão do Ministério Público que, na qualidade de fiscais das leis, poderiam ter impedido aquele festival de foguetões queimados, não somente para homenagear o governador, mas, principalmente, para satisfazer os caprichos de Nascimento. O único benefício que trouxe, este episódio, e que, agora, tá liberado para quem quiser soltar seus foguetões nas festa Juninas.

Ridículo, ficou para o presidente da Câmara Municipal, o pré-candidato a prefeito quando, em pronunciamento público, anunciou a aprovação da lei e pediu a todos o cumprimento dessa nova norma legal. Não deu tempo nem o fel estourar, em menos de seis meses, o próprio sancionador da lei [o prefeito], foi o primeiro a descumpri-la. Além de burlar uma lei, Nascimento desmoralizou a todos. Isso não é bonito para a cara de ninguém.



terça-feira, 18 de junho de 2024

Vice-prefeito de Princesa diz que na hora certa declarará sobre sua posição nas eleições deste ano

Inquirido pelo diretor da Rádio Princesa FM, Júnior Duarte, em encontro casual, no último sábado (15), num shopping Center na capital paraibana, sobre quem vai apoiar para prefeito nas eleições deste ano, o vice-prefeito de Princesa, José Casusa de Almeida, afirmou que, na hora certa, declarará seu apoio a um dos pré-candidatos a prefeito (a) de Princesa. Perguntado pelo diretor da emissora se aceitaria fazer o anúncio no programa "Poder e Notícia", Casusa concordou, acrescentando: "Mas, vou sozinho".

Conforme informação colhida, Zé Casusa não ficou satisfeito com a foto postada na matéria veiculada pelo blog do Júnior Duarte, em que ele posa ao lado do prefeito Ricardo Pereira do Nascimento. "Aquela foto é antiga, de 2020, portanto, descontextualizada com notícias sobre assuntos novos", disse o vice-prefeito. Outro aspecto que também denota insatisfação é a ausência de Casusa aos últimos eventos políticos ocorridos na cidade, e mais o fato de o vice haver sido convidado, por Nascimento, para concorrer à reeleição e ter declinado desse convite. Isso faz crer que, em breve, teremos novidades.



Em Tavares, vereadores de oposição impetram medida contra construção de praça

Numa prática que já não está mais em moda, em Tavares, a pré-campanha eleitoral sai das ruas e vai parar no Tribunal de Contas do Estado. Incomodados com o crescimento do atual prefeito, Coco de Odálio, nas pesquisas de intenção de votos em busca da reeleição, alguns vereadores da oposição, naquele município, recorreram ao TCE/PB solicitando a anulação da licitação aberta para a construção de uma praça no centro da cidade.

Sob a alegação de que não há previsão orçamentária para a execução da obra, os vereadores de oposição pedem o embargamento da obra que já se iniciou. Na verdade, tudo se trata de jogo político. Faltando menos de quatro meses para as eleições, esse jogo de cena é natural quando tudo descamba para a briga eleitoral. O problema é que, o feitiço, pode virar contra o feiticeiro.



TCE/PB alerta para excesso de contratação de servidores temporários

 

No afã de promover o equilíbrio na disputa eleitoral nos municípios paraibanos, o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba - TCE/PB, alerta os prefeitos, através da Resolução nº 04/2024 que estabelece critérios para as contratações por tempo determinado e atendimento às necessidades temporárias por excepcional interesse público, inclusive quanto às terceirizações realizadas pelos jurisdicionados. Segundo o TCE, contratações que extrapolem o limite legal poderão causar reprovação de contas.

Junto a esse alerta, o TCE/PB divulgou também uma relação de todos os municípios paraibanos e um quadro comparativo entre servidores efetivos e temporários nos municípios. Numa análise mais acurada, causa estranheza que o município de Princesa, que possui 692 servidores do quadro efetivo, possua apenas 43 servidores contratados, ou seja, 6% dos efetivos. É saber de todos que, somente no quadro de terceirizados da Saúde e da Educação, são mais de 400 funcionários. Pelo visto, essa conta não fecha.



Contra o PL do estupro, venceu a sociedade civil

 

Empoderado demais e com olhos voltados para sua sucessão na presidência da Câmara dos Deputados, o presidente daquela Casa de Leis, Arthur Lira, sucumbiu às exigências da bancada evangélica e dos extremistas de direita e pôs em pauta, para votação, um pedido de urgência para o Projeto de Lei n° 1.904/24, que determina que, crianças, adolescentes e mulheres adultas que fizerem aborto de gravidez resultante de estupro, após a 22ª semana de gestação, sejam punidas com a pena máxima para homicídio culposo, ou seja, até 22 anos de prisão.

Refém do poderoso Lira, o governo do presidente Lula, emudeceu diante dessa barbaridade e, o pedido de urgência do já chamado "PL do estupro", foi aprovado. De sorte que a sociedade civil, mobilizada pela imprensa e pelas redes sociais, acordou, foi pra rua e, ao que tudo indica, fez Arthur Lira dar marcha à ré. Certo estava Tancredo Neves quando dizia: "Quando a esperteza é muito grande, engole o dono". Na democracia é assim, quando o povo se mobiliza, seus representantes arrefecem.

A mobilização popular se deu quando os meios de comunicação fizeram saber, a título de comparação, que a pena para mulheres estupradas que provocassem o aborto seria - de acordo com PL do estupro - maior do que a pena para os estupradores, que chega, no máximo, a 12 anos de prisão. Isso foi bastante para mobilizar a população e esconder as caras dos deputados, inclusive dos que votaram a favor do pedido de urgência. Agora, estão todos exigindo o arquivamento do PL. Somente os deputados da Bíblia e os bolsonaristas ainda insistem em passar a boiada. O preço da liberdade é a eterna vigilância.



segunda-feira, 17 de junho de 2024

Governador elogia trabalho do prefeito de Tavares

Em visita ao município de Tavares, no último fim de semana, o governador João Azevedo, vistoriou obras, a exemplo da rodovia PB-365 que liga o município de Tavares ao de Nova Olinda e da Praça central da cidade, oportunidade em que aproveitou para elogiar o trabalho que vem sendo executado pelo prefeito José Genildo da Silva, o popular "Coco de Odálio": "É gratificante constatarmos que os recursos que destinamos ao município de Tavares, são bem aplicados numa prova da responsabilidade e do compromisso do prefeito Coco", disse o governador. Em pré-campanha em busca da reeleição, Coco agradeceu ao governador e firmou compromisso em continuar trabalhando por mais recursos para o município.



Município de São José de Princesa terá Unidade de Suporte Básico do SAMU

Graças ao empenho do prefeito Juliano Diniz, o município de São José de Princesa, em breve, contará com uma Unidade de Suporte Básico do SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Autorizado pelo gestor, o secretário de Saúde, José Max, já providencia o cadastramento do município junto ao Sistema de Apoio à Implementação de Políticas em Saúde - SAIPS, o que resultará na designação de uma ambulância equipada para primeiros socorros, pelo Ministério da Saúde.

Com a implantação desse importante serviço no município, espera-se assegurar ao paciente, por meio de atendimento precoce, seja de natureza clínica, cirúrgica, traumática e psiquiátrica, um transporte adequado a um serviço de saúde devidamente regulado e integrado ao SUS, no menor tempo possível e com qualidade, aumentando a sobrevida após agravo à sua saúde reduzindo o índice de sequelas e mortalidade.



A Praça "José Nominando" em seu modelo original

A Praça "José Nominando", também conhecida como "Praça dos Nominando", é um dos logradouros mais belos da cidade de Princesa. Construída nos anos de 1965/66, era, então, a única praça construído pelo governo do Estado na Paraíba. Localizada no centro da cidade, logo atrás da igreja matriz, com seu belo coreto (já descaracterizado pelo tempo) tem ainda ares de romantismo e algo de bucólico. A foto acima retrata aquela Praça em sua arquitetura original. De lá para cá, esse logradouro já sofreu algumas reformas, no entanto, mesmo assim, preserva sua beleza original. Um logradouro diferente.



Cerca de 70 mil estupros são registrados, por ano, no Brasil e, Princesa, está no topo dessa lista

Uma estatística verdadeiramente alarmante vem se registrando no Brasil, Cerca de 79 mil crianças e mulheres são estupradas, por ano, no Brasil, o que significa uma média de um estupro a cada 8 minutos. Na Paraíba, somente neste ano de 2024, entre os meses de janeiro a abril, mais de 300 mulheres e crianças foram vítimas desse hediondo crime Os dados são do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o que significa um aumento de 84% em relação ao ano passado.

Mais estarrecedores ainda são os dados em relação ao município de Princesa, Somente neste ano, já se registraram aqui 4 casos de estupro de vulneráveis. Considerando que, na Paraíba, ocorrem cerca de 900 estupros por ano, distribuidos entre 05: 223 municípios, dá uma média de 4,03 estupros por município. O problema é que Princesa, sendo o 38º município em densidade populacional, contribuiria, de forma equitativa, com a mesma quantidade de estupros ocorridos em cidades como João Pessoa, Campina Grande, Patos, etc.

Ou seja, Princesa está no topo das estatísticas desse crime que vitima crianças e mulheres vulneráveis. Isso se considerarmos apenas as ocorrências registradas oficialmente. Na esteira dessa macabra estatística, o Congresso Nacional analisa um Projeto de Lei (PL-1.904/24) que, se aprovado, transformará em crime equivalente ao de homicídio, a prática do aborto após a 22* semana, mesmo que essa gravidez seja resultado de estupro!

Nesse caso, se a mulher que for abusada, engravidar e provocar o aborto, será punida com uma pena de 6 a 20 anos de cadeia, enquanto a pena para o estuprador, de acordo com a lei vigente, não passa de 12 anos. Hipoteticamente falando, enquanto uma mulher condenada por abortar o fruto de um estupro ficará na cadeia por longos 20 anos, o estuprador poderá cumprir apenas 10 anos de cadeia. O que é mais hediondo, o estupro ou a lei que os deputados da bancada evangélica estão querendo aprovar?



domingo, 16 de junho de 2024

Domingo eu conto

 

Por Domingos Sávio Maximiano Roberto

A Igreja do Rosário dos Pretos

Cosmo e Gregório, dois negros, chegados do Recife pela mão de um parente do coronel Marcolino Pereira Lima, aportaram na vila de Princêza no início do ano de 1886. Escravos, tinham, ambos, menos de 20 anos de idade. Chegados à vila, foram entregues ao então vigário da recém-criada Paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho, padre Francisco Tavares Arcoverde.

Gregório era um negro alto e musculoso, da etnia tutsis, considerado portador de habilidades para serviços artesanais e, como tinha servido no convento dos frades Carmelitas, sabia ler e escrever, um negro ladino. Já Cosmo, de estatura média, entroncado, bronco e analfabeto, descendia da etnia hutu e era mais apropriado para os trabalhos braçais. Nascidos no Brasil, foram comprados na capital pernambucana pelo padre Arcoverde com a finalidade de viabilizar a construção de um prédio, em Princêza, para abrigar uma igreja para o culto dos negros.

Gregório era habilitado no ofício de pedreiro e, Cosmo, fazia as vezes de servente. Sob a orientação de Abílio Ferreira – renomado e habilidoso mestre de obras que se transferira de São Paulo para Princêza -, deram-se à lida da construção do templo que, na verdade, era mesmo uma capela. Escravizados, os negros eram mantidos como tal pelo padre porém, sem as agruras dos maus tratos inerentes àquela condição.

Trabalhavam de sol-a-sol na construção da igrejinha, mas eram bem alimentados e até contemplados com o descanso aos domingos e dias santificados. Vestiam-se como os demais desvalidos daquele tempo e, em face de suas condições de inferiores, respeitavam os brancos. Gregório era mais “saído” do que Cosmo. Este, era caladão e refratário a contatos mais chegados. Já o Gregório, a quem chamavam de “Negão”, era ladino sob todos os aspectos.

Com a igreja quase pronta, em meados de 1887 – faltava apenas o reboco das paredes internas e externas, e o piso -, o vigário resolveu celebrar a primeira missa. Na inauguração do templo, ocasião em que se reuniram mulheres e homens de cor, escravos que trabalhavam nos engenhos do coronel e nas labutas domésticas, para assistirem à missa inaugural, o padre Arcoverde fez a leitura da Carta Pastoral emitida pelo bispo de Olinda, que concedia autorização para o funcionamento da nova Igreja.

Na homilia daquela primeira missa, inspirado nos sermões do antológico padre Antônio Vieira, o vigário similarizou o sofrimento dos escravos à agonia de Jesus Cristo na cruz e leu um trecho, excerto de um sermão daquele famoso sacerdote:

“Bem-aventurados vós se soubéreis conhecer a fortuna do vosso estado, e com a conformidade e imitação de tão alta e divina semelhança aproveitar e santificar o trabalho. (...) Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado (...) porque padeceis em um modo muito semelhante ao que o mesmo senhor padeceu na sua cruz, e em toda a sua paixão.

Embora os demais negros não estivessem entendendo nada do que o padre dizia, no meio da fala do sacerdote, Gregório o interrompeu fazendo uma pergunta: “Quer dizer, seu vigário, que nosso sofrimento é concedido e aprovado por Deus? Se nós também somos filhos Dele como o senhor diz, por que somos diferentes de vocês?” Antes que o padre se pronunciasse, uma negra chamada Ana, que cozinhava na casa do coronel Marcolino, levantou-se do banco onde estava, partiu para o escravo inquiridor e disse: “Negão, não diga isso com o padre, ele tá falando as palavras de Deus e, quem és tu, para duvidar? Tenha respeito!” Tentando acalmar os ânimos, o padre mandou a negra sentar-se e admoestou gravemente Gregório: “Não ouse me interromper, tampouco duvidar do que digo. Essas palavras do padre Antônio Vieira são sábias e verdadeiras porque proferidas por um teólogo da Santa Madre Igreja! Seja esta, a última vez que você contesta um ensinamento da Igreja”. E, com voz irritada, gritou: “Retire-se daqui!”

Esse incidente traria consequências nefastas para o negro Gregório. Sabedor do episódio, o coronel Marcolino mandou chamar o cativo à sua presença e determinou que arrumasse suas coisas, pois, no dia seguinte, seria enviado para trabalhar em uma de suas fazendas no vizinho estado de Pernambuco. Na noite desse dia, o Negão já dormiu em outro local que não o de costume: num armazém fechado a chave para que não ousasse fugir.

No outro dia, logo cedo, dois capatazes do coronel empreenderam viagem levando o escravo para uma sua propriedade nas imediações de Vila Bela. Era a fazenda Santa Clara, administrada por um parente do coronel, chamado Aluísio. Este, branco, casado com Luzia e pai de duas filhas, Rosa e Rita, morava numa espaçosa casa assobradada que servia de sede da fazenda. Aluísio recebeu Gregório e o designou para os cuidados com a manutenção de água, lenha e a ordenha das vacas para o abastecimento doméstico.

Logo, o escravo se acostumou com a rotina da casa e ganhou a graça dos membros da nova família à qual servia. As meninas, Rosa com 14 anos de idade e, Rita, com 16, eram diferentes entre si. Ambas brancas, mas, de conformação física e de personalidades diversas. Rosa, além de bonita, com seu corpo bem feito e longos cabelos loiros, era conversadeira, sensual por natureza e muito brincalhona. Já Rita, gordinha e de baixa estatura era calada, arredia e mau humorada como se vivesse de mal com a vida. Eram dois extremos.

Com Rosa, logo Gregório fez amizade e, dessa interação, criou-se uma intimidade que aumentou quando o escravo, letrado que era, começou a ensinar a menina a ler. Aos sábados e domingos, passavam horas, na varanda da casa, onde o cativo ensinava, sobre uma pequena mesa, as primeiras letras à mocinha. Logo Rosa aprendeu a ler e a escrever, o que foi louvado pela mãe Luzia, mas, reprovado pelo pai. Naquele tempo, os pais abominavam filhas letradas. Diziam eles que elas aprendiam a ler para mandar cartas para namorados e que, mulher era para as coisas do lar. Mesmo assim, Aluísio tolerou essa novidade.

Em Princêza, depois do episódio protagonizado pelo cativo rebelde, os trabalhos de finalização da construção da igreja dos pretos, carecidos de mão de obra especializada, com a ausência de Gregório, pararam. O negro Cosmo não tinha a mesma habilidade do outro; mestre Abílio havia ido trabalhar no Recife e, não se sabe porque, o padre Arcoverde desinteressou-se da obra. Quase que abandonado, o templo era usado somente para os ofícios mais simples como a reza do Rosário, às quintas-feiras, tirado pela escrava Ana acompanhada de um punhado de negras que respondiam às Ave-Marias e os Padre-nossos quase cochilando e sem saber direito o que diziam. O vigário nem lá pisava.

Já na fazenda Santa Clara, aconteciam coisas que prenunciavam tragédia. Além de ensinar a ler e escrever, o elemento servil ensinou também, a Rosa, as coisas do amor. Durante as aulas, enquanto a menina escrevinhava, Gregório roçava suas pernas nas dela ao que Rosa jamais objetou. Pelo contrário, acompanhava o ritmo imposto pelo negro num esfregamento mútuo que a deixava sem fôlego. Desse roçar, a coisa evoluiu e quando os dois se deram por fé, estavam, às escondidas, aos beijos e abraços.

Gregório dormia numa rede armada num barracão que servia de armazém, ao lado da casa, sede da fazenda. Numa noite enluarada do mês de janeiro de 1888, por volta das dez horas da noite, o negro escutou o ranger da porta dos fundos do armazém. Esperto que era, pulou da rede já com um facão à mão. Na penumbra permitida pelo tênue clarão da lua que adentrava àquele barracão pelas frestas do telhado irregular, o cativo viu o vulto de uma mulher que se aproximava. “Rosa...?” Perguntou o negro. “Sim, sou eu...” Respondeu a menina quase num sussurro. “O que diabo tu tá fazendo aqui menina? Tás doida?!” A mocinha, já em sua frente, respondeu: “Eu vim dormir mais tu”.

Incendiado de desejo, o escravo abraçou a menina e, ali mesmo, no chão do armazém, sobre uma pequena esteira, Gregório desvirginou a filha do seu senhor. Como essa, foram muitas as noites de amor sem que ninguém desconfiasse de nada. Contudo, a fatura dessa ilicitude amorosa não demorou a chegar. Rosa, sem mais nem menos, começou a sentir-se mal, a desmaiar pelos cantos sem que ninguém soubesse do que se tratava.

Livre dos chiliques, a barriga da mocinha começou a crescer e, a mãe, mais experiente, inquiriu a menina sobre o que estava acontecendo. Aflita com a situação, Rosa confessou seu romance com o negro. Luzia, ao invés de amparar a filha, aperreada, procurou Gregório, contou-lhe o que estava acontecendo e disse que ia dizer a Aluísio. Ladino que era, o negro, na noite desse mesmo dia, temeroso pela reação do pai da moça, escapuliu na escuridão e desapareceu sem deixar rastro.

Ao saber da situação, Aluísio determinou que Rosa ficasse enfurnada no sobrado da casa grande, incomunicável, até a criança nascer, e deu ordens para que ninguém falasse mais sobre esse assunto. Quanto ao negro, o capataz organizou uma força-tarefa composta por mais de 10 escravos e partiu em busca daquele que “desgraçou” sua filha. Busca inglória. O mundo abriu-se e fechou-se e, o negro, desapareceu. Passados alguns meses, Rosa pariu um menino que foi imediatamente encaminhado para a cidade do Recife com destino à “Roda dos Enjeitados” do convento das Carmelitas Descalças. Terminado o resguardo, Rosa, por recomendação do coronel Marcolino, foi aceita como noviça no convento das Clarissas, em Olinda.

Na fazenda, mesmo depois dessa tragédia, a vida parecia correr normal até o dia em que chegou a notícia de que, o corpo do negro Gregório, foi encontrado, na beira de uma estrada vicinal, próximo à vila de Princêza, vítima de seccionamento das carótidas e de violento empalamento. A notícia desse ocorrido logo chegou também a Princêza o que comoveu a todos quando, os escravos, realizaram um ofício religioso na igrejinha do Rosário em memória do negro supliciado. Irritado com isso, o coronel determinou o fechamento da Igreja do Rosário dos Pretos. Aluísio, em pouco mais de um ano do acontecido, morreu misteriosamente. O negro Cosmo definhou e morreu de banzo alguns dias depois da notícia da morte do companheiro.

Mesmo fechada, a Igreja do Rosário se tornou o centro das atenções dos moradores da vila. Diziam que o pequeno sino tocava na madrugada e que, os que passavam por seu entorno, escutavam barulhos como se alguém ali estivesse trabalhando como no tempo de sua edificação. Era voz comum dizerem que, o templo, virara morada do espírito do negro Gregório. Uma casa mal assombrada! A Igreja ficou fechada até o fim do vicariato do padre Tavares Arcoverde em 1899. Em 1963, o então vigário da paróquia de Princesa, o alemão frei Anscário Hillebrand, mandou derrubar o que restou daquele malfadado templo.