ALOYSIO PEREIRA LIMA nasceu em Princesa, em 23 de
fevereiro de 1923. Era filho do coronel José Pereira Lima (1884-1949) e de dona
Alexandrina Pereira Lima (dona “Xandú”) (1897-1991). Casou-se, em primeiras
núpcias, com dona Denise Carneiro Pereira, em 24 de dezembro de 1949, com quem
teve os seguintes filhos: José Pereira Neto; Simone (que faleceu ainda jovem) e
Gláucia. Mais tarde, já em idade avançada, contraiu matrimônio, em 07 de
outubro de 2009 com Natércia Suassuna Dutra de quem se separou em 2012. Logo
cedo, ainda criança, Aloysio Pereira teve de passar por sérias provações. Com a
eclosão da “Guerra de Princesa” e a consequente “Revolução de 1930”, após ter
seu pai, o coronel Zé Pereira, passado à condição de foragido da polícia e do
exército, passou inicialmente, juntamente com sua família, a residir na vizinha
cidade pernambucana de Flores onde iniciou seus estudos fundamentais. Logo se
transferiu com sua mãe e sua única irmã, Luiza Pereira Lima, mais conhecida por
“Luizinha”, para a cidade do Recife. Fez o curso primário como interno no
Colégio “Nóbrega” e o colegial no Colégio “Americano Batista”. O curso pré-universitário,
que concluiu em 1940, fez no Colégio “Oswaldo Cruz”. Ingressou na Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Pernambuco em 1943 concluindo esse curso em
11 de dezembro de 1948 quando colou grau como médico. Em 1949, foi nomeado
assistente técnico da direção do Hospital dos Servidores do Rio de Janeiro,
onde também ocupou, em 1950, a chefia do Serviço de Arquivo Médico e
Estatístico. Em 1949, perdeu seu pai que faleceu, em Recife, vítima de
septicemia aguda provocada por apendicite. Com a morte do pai, líder político
da região de Princesa, passou a cuidar da política auxiliando seu cunhado e então
deputado federal Alcides Vieira Carneiro. Candidatou-se, pela primeira vez, em
1958, a deputado estadual sendo eleito e reeleito sucessivamente em 1962 e
1966. Em 1970 não pleiteou a reeleição para a sua quarta legislatura, deixando
a atividade política, temporariamente, voltando a atuar na medicina. Em 1979,
foi convidado pelo então governador da Paraíba, Tarcísio de Miranda Burity,
para ocupar a Secretaria de Saúde do Estado. Nesse cargo, trouxe para sua Terra
a grande obra que foi o Hospital Regional de Princesa Isabel e, num gesto de
desprendimento político-eleitoral, entregou aquele nosocômio para ser
administrado pela antiga FSESP – Fundação de Serviços Especiais de Saúde
Pública. No início do ano de 1982, teve de afastar-se da Secretaria de Saúde, a
título de desincompatibilização, para concorrer, mais uma vez, ao cargo de
deputado estadual. Eleito, exerceu sua quarta legislatura, sendo reeleito em
1986. Em 1990, pleiteou pela última vez um cargo eletivo, ficando na Primeira
Suplência de deputado estadual vindo a assumir quase a totalidade do mandato.
Como parlamentar à Assembleia Legislativa do Estado, assumiu por dois anos, o
cargo de Primeiro Secretário daquela Casa. Durante o exercício dos cargos que a
política lhe concedeu, trouxe vários benefícios para Princesa, em termos de
obras e serviços. Além do Hospital acima mencionado, trouxe para a sua terra: o
Hotel Princesa (hoje em ruínas); O Conjunto Habitacional que hoje leva o seu
nome; a 16ª CIRETRAN; concessão da Rádio Princesa; Escola Estadual “Ministro
Alcides Carneiro”; Escola Agrotécnica; estrada Taperoá/Princesa; dentre outras
obras de menor monta. Aloysio Pereira foi um político dinâmico, porém, de
difícil convivência, pois, dono de temperamento forte. Enquanto vivo e atuante,
comandou o partido com mão de ferro, porém, sempre teve o auxílio
imprescindível de seu cordato cunhado Gonzaga Bento. Este, que foi prefeito de Princesa
por três mandatos, era o para-choque de Aloysio. Era Gonzaga quem apagava o
fogo ateado por Pereira quando se sentia contrariado. Depois do exercício do
último mandato de deputado estadual, Aloysio Pereira demonstrou interesse em
concorrer à Prefeitura de Princesa (sonho há muito por ele acalentado), porém,
foi desestimulado por Gonzaga Bento que invocou um acordo tácito firmado entre
os dois: Aloysio era, na família, talhado para o exercício de cargos
legislativos e, Gonzaga Bento, para o executivo. O velho não ficou muito
satisfeito, mas acatou a posição do marido de sua irmã. Deixando de lado a
militância política, já no fim da vida, resolveu o ex-deputado, lançar um livro
de memórias, o que o fez em 2013 mandando às livrarias, a obra: “Eu e meu pai o
coronel JOSÉ PEREIRA – 1930 – O Território Livre de Princesa” – Ideia – 2013 -
João Pessoa/PB. Mesmo sem mais disputar cargos eletivos continuou Aloysio,
emprestando apoios a candidaturas de deputados, senadores e governadores
escolhidos por seu partido e fazendo, como sempre fez em Princesa, ferrenha
oposição ao grupo político liderado pela família Diniz. Em 2012, desentendeu-se
politicamente com seu sobrinho-neto o ex-prefeito Thiago Pereira, apoiando
candidatura distinta à prefeito de Princesa à acolitada por aquele. A partir
daí, não se uniram mais. A última campanha eleitoral da qual Aloysio
participou, foi a de 2016 quando apoiou a candidatura do atual prefeito Ricardo
Pereira do Nascimento. Faleceu, aos 95 anos de idade, na cidade de João Pessoa,
em 24 de maio de 2018. Em sua homenagem, está sendo construído em Princesa, por
iniciativa de seu filho José Pereira Lima Neto, um Memorial que guardará para
conhecimento público documentos, fotografias, pertences particulares dele e da
família Pereira, o que terá o condão de resgatar a memória deste que foi, sem
dúvida, um princesense ilustre.
ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO
ROBERTO, EM 13 DE JUNHO DE 2019).
Grande homem, fez o bem a Princesa durante muito tempo.
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