ODE

quarta-feira, 24 de julho de 2019

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS ENGRAÇADAS DE PRINCESA

 MANITO, O PAU E O CORNO




     O princesense Nominando Diniz Neto, mais conhecido como “Manito” era advogado muito inteligente, detentor de grande memória e muita presença de espírito. Advogava para os mais pobres sem cobrar honorários e preferia atuar no Tribunal do Júri, o que fazia com muita competência, graça e de graça. Certa vez, em defesa de um agricultor aguabranquense que havia cometido duplo assassinato quando matou a esposa e o homem com quem ela o traía, Manito, durante emocionante e contundente discurso em defesa de seu constituído, perorou da tribuna do Fórum de Princesa:
“Vejam, senhores jurados, quão humilhante é a situação desse ‘corno’. Aqui, cabisbaixo na sua vergonha de haver sido traído pela mãe de seus filhos menores. Traído covardemente, repito, enquanto trabalhava para adquirir o sustento da família. Se não mereceu o respeito da esposa a quem amava e respeitava, deve merecer a compaixão dos senhores jurados e ser livre da cadeia para continuar sua faina diária, como agricultor em busca do pão-de-cada-dia para sustentar sua numerosa prole. Coloquem-se os senhores, neste momento, no lugar deste ‘corno’ e entenderão sua atitude que foi tão somente um ato em defesa de sua própria honra, que foi maculada por uma mulher a quem amava, confiava e respeitava!”.
     Após a fala de Manito, o Promotor de Justiça pediu a palavra ao Juiz e, virando-se para os jurados - ostentando em uma das mãos um pedaço de madeira rústica, medindo aproximadamente um metro e que estava ainda sujo de sangue -, falou quase aos gritos:
“Eis o “Pau”, (apontando para o réu) que esse assassino usou para matar sua mulher!”
     Ao que Manito, mesmo sem pedir permissão ao Juiz, respondeu, enfático, com uma resposta afirmativa:
“Senhores Jurados, eu garanto-lhes que o “Pau” que provocou a desonra deste ‘corno’, era muito maior do que esse que o senhor Promotor nos apresenta agora!”.
     A obscena defesa de Manito surtiu efeito. Após votação dos jurados, o réu foi absolvido por sete votos a zero.

Um comentário:

  1. Dentre inúmeros casos e "causos", o saudoso Tio Manito, em um dos incontáveis momentos no Tribunal do Júri, certa vez, saiu da Tribuna, trancou-se na sala do Juiz pir alguns instantes, e, ao sair, perguntou ao Juiz e Promotor se eles viram o que ele fez na sala, ambos responderam negativamente. Renovou a pergunta aos Jurados, que igualmente responderam negativamente. Daí ele começou a tese: Se, aqui ao lado, ninguém viu o que fiz, como podem condenar o acusado, em um processo sem nenhuma testemunha de um crime que ocorreu em local afastado e em plena madrugada? Mais um 7 x 0 para a defesa!!! Em um outro caso, houve uma grande briga em um desafio de violeiros, com uma vítima alvejada com tiro de arma de fogo. A única testemunha da acusação, após interrogada pelo MP, respondeu de forma frágil, quando interrogada por Manito, sobre o ocorrido e o tiroteio, assim declinou: "ouvi aqueles barulhos, tabá, tabá, e só sei que os violeiros foram parar longe...", mais um 7x0..., quanta saudade e quanta carência de defesa para os humildes princesenses...!!!

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