ODE
segunda-feira, 15 de junho de 2020
PANDEMIA SEM FOGUERA
É bastante a pandemia
Pra causar preocupação
Da mesma que outros não tem
Por toda população
O cuidado é que não cresça
E o povo não adoessa
Pra se gastar um tostão
A fogueira de São João
Foi uma ideia ilustrada
Pra mover do sertanejo
Uma paixão arraigada
Cobrar multa é esperteza
Para aumentar a grandeza
Da grana mal aplicada
Ficar doente é piada
Não se pode nem pensar
Esse dinheiro do povo
Que ninguém sabe onde estar
Pobre sofrendo com fome
Com ameaça em seu nome
E multa pra ele pagar
Com moto velha e fogueira
O poder se fortifica
É multa pra todo lado
Que só com o pobre implica
Parece uma ditadura
Cria-se leis em prefeitura
Que com nada identifica
Quem não morrer dela enrica
No abuso do poder
Dinheiro pra salvar vidas
Que nem se quer elas ver
Isso é vergonha e afronta
Nos que pagamos a conta
Pra esses canalhas comer
Isso é falta de bom senso
Do governo federal
Mandar pra os governadores
E prefeitura municipal
Sem nada fiscalizado
Um dinheiro destinado
Para um combate viral
Destinar muitos milhões
Para ser mal aplicado
Começa dos grandes centros
Tudo superfaturado
Quanto as cidades pequena
Eles dão a gota serena
E não revela o punhado
A doença não acaba
Mais enrica muita gente
É lamentável e covarde
Essa atitude insolente
Se utilizar de um dinheiro
Que o destino verdadeiro
É pra cura de um paciente
Mais não há preocupação
Quando a figura é hostil
Desviar dinheiro público
É de muitos o perfil
Em quanto eles roubam e mente
Agente cala e concente
Esse é o nosso Brasil
É vergonhosa e ridícula
A omissão da justiça
Fragilidade nas leis
Desatenta e submissa
Perseguir quem nada tem
Elevar mais pro além
Essa nefasta mundissa
Todo dinheiro que vem
Do governo federal
Não se investe em uma upa
Não se equipa um hospital
Por isso a preocupação
Impor regra e condição
Pra não bulir no Real
Agora todos percebem
O conceito de gestão
Enrolar de todo geito
A leiga população
Engavetar o dinheiro
E um grupo de trapaceiro
Pra tapiar o povão
A justiça passa a mão
Causando magua e desgosto
É pra isso que eles querem
O dinheiro do imposto
Agente arma o bandido
Pra depois de prevenido
Atirar em nosso rosto
Nesse país sem justiça
Tudo quanto se absorve
Distinção de fama e béns
Ninguém jamais se comove
Mais o pobre sem nadinha
Se roubar uma galinha
É preso, apanha e devolve
Porque não tem um fiscal
Tudo corre a revelia
Vereadores lagartixas
Cagam na mesma bacia
Onde seu gestor mandar
Para não ter que sujar
A água do outro dia
Esse dinheiro não é só
Pra comprar desinfetante
Para inibir o povo
De poderes exorbitante
É pra usar transparência
Da prevenção a assistência
Entre todo seu tocante
Não queiram mostrar serviço
Fazendo o povo enganar
Dê suporte a essa gente
Na hora que precisar
Só não caiam na besteira
De proibir uma fogueira
De tradição milenar
Na noite eles vão tá lá
Em sua rica moradia
Bebendo wisk importado
E gosando da tirania
Degustando uma picanha
Comprada sem serimonha
Com o dinheiro da pandemia
E o cidadão na calçada
Sentado numa cadeira
Na tristeza mais profunda
De todas foi a primeira
Sem entender lamentava
E o padroeiro passava
Cadê a minha fogueira?
Somos um povo sofrido
Culpados pela omissão
Se os deves nos falta
Só encontro uma razão
Para que isso aconteça
Vamos erguer a cabeça
E cobrar uma solução
Vamos assim dá as mãos
Exigir com autoridade
O poder é mana do povo
Com honra e legitimidade
E em seu nome é exercido
Ao ser alguém escolhido
É mérito da sociedade
Essa verba destinada
De recurso federal
É imposto meu e seu
Do feijão, arroz do sal
Vigie ai seu prefeito
Esse é meu e seu direito
Cada um é seu fiscal
Nunca vi uma indiotice
Como essa veio a tona
Quem foi esse teatrólogo
Dessa encenação cafona
Eu não consigo entender
O que fogueira tem haver
Com o vírus do corona?
So quem for muito babaca
Possa nisso acreditar
Que a burrice de um alguém
Consiga proliferar
Invente outra meu nobre
Se colar você me cobre
Que eu posso até lhe pagar
Alerto essas prefeituras
Não nos façam de palhaço
Pandemia é coisa séria
Que deixa marcas e traço
Vou cumprir minha devoção
Já prometi a São João
Que a minha fogueira eu faço.
Poeta: Valbam Lopes
14/06/2020
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