ODE

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

O AMOR PROIBIDO DE ANTIGAMENTE

 



Atendendo sugestão de uma assídua leitora deste Blog, hoje vamos falar do amor. Amor recôndito, platônico, proibido, amor de antigamente. Na verdade, a conjugação prática do verbo amar, hoje em dia se faz ridícula, risível, cafona, careta. O que reina agora é o prazer pelo prazer. Não existem mais relacionamentos amorosos como antigamente; perdeu-se o respeito pelo amor. Em tempos idos (recentes), existia o flerte a paquera, o namoro, o noivado e o casamento. Hoje, tudo isso mudou de nome e se resumiu a duas palavras que se constituem num único ato: ficar, pegar. Antes, havia todo um ritual, um aparato para que se consumasse um relacionamento amoroso. O rapaz se interessava pela moça e, via de regra, acionava alguém para fazer o papel de cupido, com o intuito de viabilizar o primeiro contato, que nem sempre era físico, mas sim através de bilhetes, recados ou cartas. Antes disso, eram enviados buquês de flores, realizadas serenatas, tudo isso eram instrumentos facilitadores da aproximação. Havendo correspondência ou reciprocidade por parte da moça, que era chamada também de “broto”, fazia-se também necessária a anuência dos pais desta. Quando o fosso social separava os dois – sobretudo quando o pobre ou desvalido de origem nobre era o rapaz -, o bicho pegava; os pais da moça não permitiam o namoro, prendiam o broto ou monitoravam seus movimentos. Isso, na maioria das vezes, estimulava o amor proibido. Encontros fugazes e ardentes eram promovidos pelas alcoviteiras; o sarro gostoso molhava tudo, da boca até abaixo da cintura. O resultado disso era barriga crescendo, moça perdida, rapaz viajando para cidade de São Paulo - quando escapava da “cidade dos pés juntos”. Hoje, com a liberdade conquistada pela evolução dos tempos, que é equivalente para ambos os sexos, foi extinto o romantismo que deu lugar ao hedonismo. Lavou, enxugou, tá novo.

DSMR, em 07 de janeiro de 2021.

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