ODE

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

VITÓRIA DE PIRRO?

 



O emaranhado de negociações que envolveu as eleições dos dois presidentes das casas legislativas que compõem o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), e que deram vitória aos candidatos abençoados pelo presidente Jair Bolsonaro, foram um parto adúltero que deu à luz, em todo seu esplendor, à velha política. Prática condenada pelo então candidato, Bolsonaro, agora foi a tônica nas eleições nas duas Casas de Leis. Na verdade, a vitória foi do chamado “centrão” que teve seu líder maior, Arthur Lira, alçado à presidência da Câmara Federal. Já no Senado, com a vitória de Rodrigo Pacheco, a coisa torna-se menos grave, onde a influência do presidente foi menor, e também pelo fato de que o eleito teve seus próprios méritos, além do essencial apoio do então presidente Davi Alcolumbre, na articulação de seu nome.  Em ambos os casos, o governo abriu as burras e distribuiu milhões de reais, em emendas, para os ávidos parlamentares venais. O “centrão”, adora governos fracos e faz tudo para mantê-los cada vez mais fracos. Nessa mercantilização de emendas e cargos, Bolsonaro pode ter-se livrado do impeachment, porém, vê-se agora impedido de governar, porque refém das cobras que criou. Mesmo havendo, o governo, saído fortalecido no pior momento de sua administração, essa vitória representa um preço muito alto para o povo brasileiro.

DSMR, em 02 de fevereiro de 2021.

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