A estudante
1915-16, ÓLEO SOBRE
TELA, 76,5 x 61 cm.
Anita Malfatti foi uma entre as poucas artistas mulheres a
ocupar papel central no modernismo brasileiro. A matriz alemã de sua formação e
o contato com a radical figuração expressionista permitiram que a artista
usasse as cores de um modo mais intuitivo e ousado, destacando-se entre tantos
artistas brasileiros que se formaram no modelo do cubismo parisiense. Ao
regressar a São Paulo, fez duas das primeiras exposições de pintura moderna,
despertando o entusiasmo de alguns, e críticas de outros, como as de Monteiro
Lobato (1882-1948), no artigo “Paranoia ou mistificação?”. Apesar do impacto do
texto em sua produção, Anita foi uma das criadoras mais destacadas da Semana de
Arte Moderna de 1922, em São Paulo, marca inaugural do modernismo no Brasil. Em
A estudante (1915-16), as pinceladas
são largas e marcadas. Os tons de verde e roxo, mais frios, contrastam com o
vermelho e amarelo da pele e da camisa. O caimento e as dobras do tecido
intensificam a curvatura do corpo, o que reforça a expressão de relaxamento e
distração da personagem. A técnica da artista, com pinceladas rápidas e tintas
diluídas e dissonantes tanto na figura como no fundo, faz da obra uma das mais
significativas e inovadoras no panorama da arte brasileira da época.(Extraído
do Guia do MASP – Museu de Arte de São Paulo).
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