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quarta-feira, 11 de agosto de 2021

A pantomima de Bolsonaro só serviu para expor as Forças Armadas ao ridículo

Ontem (10/08/2021), numa “trágica coincidência”- conforme classificou o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira, o Brasil presenciou cenas de um evento militar, promovido para a entrega de um convite para que o presidente Jair Bolsonaro participe das manobras anuais realizadas pela Marinha em Formosa/GO. Um desfile de caminhões, blindados e tanques de guerra passeando pela Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Com o intuito de demonstração de força e, consequentemente intimidar o Congresso Nacional no dia da votação da PEC 125, que previa a aprovação do voto impresso ou auditável, o presidente da República, que na verdade se vê enfraquecido politicamente, promovendo esse desfile militar fora de época (a que parte da imprensa chamou de “micareta”), expôs ao ridículo as Forças Armadas.

Para o evento, Bolsonaro convidou o vice-presidente da República, os presidentes da Câmara Federal, do Senado da República, do Supremo Tribunal Federal, de todos os Tribunais Superiores e várias outras autoridades federais. Ninguém compareceu. Pelo contrário, a maioria dos próceres protestou com declarações desaprovadoras dessa pantomima ridícula, desnecessária e constrangedora.

Já considerado um pária pela comunidade internacional, o nosso presidente, enfraquecido pelas atitudes reprováveis que vem tomando em relação aos demais poderes da República, somado ao péssimo desempenho no combate à pandemia do coronavírus, apela para comportamentos que só corroboram estar comandando um governo de brincadeira, patético e sem propósito algum, a não ser a busca da permanência no poder a todo custo, inclusive por vias autoritárias.

De sorte que, em face do que aconteceu ontem, as demais autoridades nacionais deram demonstrações de que não concordam com esse comportamento presidencial. Cientistas políticos afirmam não haver clima nem possibilidades para que o país se submeta ao autoritarismo de Bolsonaro, e que as Forças Armadas jamais embarcariam numa aventura golpista. São episódios isolados de um governo enfraquecido e desesperado com a perspectiva de um horizonte eleitoral turvo.




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