ODE

sábado, 6 de novembro de 2021

Histórias e estórias engraçadas de Princesa

João Fernandes, o pintor

João Fernandes, além de comerciante, era também funcionário público estadual. Funcionava como enfermeiro leigo do Hospital São Vicente de Paulo em Princesa. Ali, tinha todos como colegas e amigos. Porém, existia um dos colegas – que era também compadre -, chamado Antônio de Elza, por quem Fernandes tinha um apreço especial. É tanto que, sempre que Antônio marcava suas férias, João marcava as suas também no mesmo período. Não sabia, Antônio de Elza, no entanto, que Fernandes e sua mulher tinham um “cheirinho-de-queijo”.

Certo dia, os dois de férias, Antônio comentou com João que iria aproveitar o período de ócio remunerado para pintar sua casa. João Fernandes, de pronto, se ofereceu para ajudá-lo. E Antônio, ingênuo coitado, aceitou de bom grado. Marcaram o dia da pintura e lá se foi Fernandes para a casa do compadre. Lá chegando, João Fernandes foi logo perguntando:

- E aí, compadre, cadê as tintas?

Antônio, meio embasbacado, respondeu:

- Oxente, compadre, eu tenho uma lata quase meia, mas num é que eu me esqueci de comprar o resto?!

- Pois então cuide em comprar, homi – recomendou Fernandes.

- Mas, aonde compadre? – Perguntou Antônio.

Esperto e mal-intencionado, João Fernandes orientou o compadre a ir comprar as tintas na loja mais distante que havia. Com essa recomendação, Antônio saiu para comprar o material. Enquanto isso, João correu pra cozinha e foi logo cheirando o cangote da comadre e chamando-a para o quarto. Encostaram a porta da frente, se deitaram e, quando estavam no bem bom, João ouviu o assovio do compadre (Antônio só andava assoviando). Levantou-se rápido, pegou o resto de tinta que havia numa lata, subiu a escada e começou a pintar a parede da sala da frente. De repente, Antônio empurra a porta e entra. Quando olha pra cima se surpreende com o compadre, nu e atrepado na escada.

- Oxente compadre, que diabo é isso, você está nu? – Perguntou Antônio, surpreso.

- Pois é, compadre, eu só tinha essa roupa limpa e, pra não sujar, resolvi tirá-la para poder pintar a parede – justificou João Fernandes.

- Mas compadre, e esse negócio duro aí? – Questionou Antônio, ao que João respondeu sem titubear:

- Oxente, compadre, e onde eu vou pendurar a lata?




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