CASARIO ANTIGO DO CENTRO DE PRINCESA: RUA CORONEL MARCOLINO PEREIRA (“RUA GRANDE”).
Passeando pela minha memória, a exemplo do que escrevi sobre
a “Rua Nova”, hoje resolvi rememorizar o casario e os moradores da “Rua Grande”
de antigamente. É aquela, se não a mais antiga (a primeira via pública de
Princesa é a “Rua Major Feliciano”), a principal artéria da cidade. Ali
aconteceram coisas várias e relevantes; residiram pessoas de alta importância;
funcionou e funciona, até hoje, como o centro comercial de Princesa e,
portanto, se constitui a mais importante rua da nossa cidade.
Do lado direito de quem desce...
Começamos pela hoje esquina de “Zé Galego”. Ali, funcionava a
bodega de João Rosas, procedida pela mesma atividade que foi comandada por
“Vavá de Fófa” e, agora, por “Zé Galego”, o que já se completa mais de 50 anos.
Vizinho à bodega, existia a casa de João Rosas e de dona Nininha onde hoje está
a bodega dos filhos de “Chico da Várzea”. Em seguida, tínhamos o Cartório de
“seu” Marçal Lima Neto e sua casa ao lado que depois virou a sorveteria de
Elizeu Pires. Encostado, existia um sobrado onde morou Cláudio Pinheiro; as “Pintos”e,
antes de ser destruído, funcionou como o hotel de dona Corina. Em seguida, a
casa de Miguel Rodrigues que depois foi também residência de Veri Virgulino.
Pegado, existia um prédio com uma fileira de portas amarelas que abrigava a
casa de “seu” Pedro Crente e, ao lado, o hotel (café) de Amália Gregório.
Vizinha, estava a casa da “moça velha”, dona Maria Liberalquino, exímia artesã no
fazimento de flores artificiais. Depois daí, o consultório odontológico de
doutor Paulo Frazão seguido da casa que pertenceu ao patriarca da família
“Frazão”, o major José Frazão, onde morava sua viúva, dona Ana. Encostada,
estava a farmácia de José Frazão Filho, onde sua irmã Rosinha (que faleceu
precocemente) trabalhava e nos presenteava com os frascos de penicilina,
vazios, que nós transformávamos em soldados de brinquedo. Continuando a
descida, encontrávamos a mercearia de Mirô Arruda, pegada à loja de Hermes
Maia, que comercializa tecidos. Depois, a loja de Guilherme Maia, onde se
vendia utensílios domésticos. Encostado a essa loja estava o bar de Zé França
seguido da loja de tecidos de Toinho Samuel, casado com dona Nanete. Nesse
local, funcionaram também mais tarde, as lojas de tecidos de Zé Pires e, depois
a de Elizeu Pires. Esses três comerciantes residiram com suas famílias na casa
existente ao lado da referida loja. Em seguida, o escritório da COBAL que era
gerido por Cícero Marrocos, onde funcionou, depois, a farmácia de Edezel Frazão
e, vizinho, a residência e o café de dona Hosana Sitônio. Foi nesse imóvel que
funcionou o primeiro Conselho Municipal (Câmara Municipal) de Princesa. Continuando
a descida, deparávamo-nos com um quartinho que abrigava a sapataria de “seu”
Apolônio Campos, seguido de sua residência. Pegado à Apolônio, uma pequena casa
onde moraram muitos, porém, lembro-me apenas de padrinho Expedito e “Maíta” e
Pedro Sobreira e dona Amanda Duarte. Onde hoje é a esquina da Travessa José
Ferreira Dias (“Ferreirão”), estava a casa de Jandira Góis onde morou também o
antológico Zé Gois. No que hoje é a rua da galeria, existia uma casa - que foi
demolida no governo do prefeito Chico Sobreira, nos anos 70 -, onde nasceu o
ilustre cientista princesense Osvaldo Travassos de Medeiros - sem dúvida o
oftalmologista mais famoso da Paraíba. Onde hoje funciona a galeria, era a
residência do coronel Marçal Florentino Diniz - sogro do coronel Zé Pereira – e
se constitui o imóvel mais emblemático de Princesa por ostentar, ainda hoje,
sua fachada ornamentada com azulejos portugueses. Ali residiu também o sargento
Armando; funcionou por longo tempo, a Rádio Princesa e morou o ex-prefeito
Assis Maria. Hoje, com seu interior totalmente descaracterizado, está ali instalada
uma galeria de lojas. Em seguida, a casa onde moraram Abrão de Barros Diniz e
Carminha Pires. Pegado a essa casa, existia um chalé onde residiram alguns
juízes e promotores à exemplo do doutor Bento, onde hoje é a farmácia de
“Mano”. Depois, estava a padaria de Chico Sobreira que depois pertenceu a Chico
Antas e hoje acolhe uma loja, tendo ao lado, a casa onde mora dona Neves
Salvador. Vizinho estava um salão - pertencente ao meu pai -, onde funcionavam
várias mesas de sinuca e bilhar. Ali também funcionou, por algum tempo, o Fórum
e o Clube Recreativo Princesense. Em seguida, a casa do grande músico e
compositor princesense, Manoel Marrocos. Depois, a casa onde moraram Aparício
Duarte e Celina, seguida da casa de “seu” Dezinho. Continuando a descida,
encontrávamos a residência de “Dudu”, minha prima legítima e mãe da saudosa
Chiquinha e seus irmãos: João, Chico, Geraldo, Tatá e Seleide. Encostado a
Dudu, a casa de Moisés Duarte e, em seguida a residência do coletor Mirabeau
Lacerda e dona “Titica”. Na esquina, a casa e a lanchonete de outra prima,
Odívia Maximiano, onde eram servidos doces de vários tipos, saladas de frutas e
picolés enfiados em palitos de dentes. Uma rua separava a casa de Odívia da
bodega de Adauto Duarte. Depois, o que eu me lembro, o “Bar do Bode” de Dão
Mandú e Ana. Ao lado, a lanchonete de Miguel Severo, onde hoje funciona o
Cartório do 2º Ofício. Encostado, existia um grande imóvel que abrigou o
chamado “Hotel de dona Isaura”, avó de Coimbra Maia, o mesmo imóvel onde nasceu
o grande tribuno princesense, Alcides Vieira Carneiro. Vizinho, estava a casa
de Neco Estima e, finalizando esse lado da “Rua Grande”, a residência do ex-vice-prefeito
Miron Maia.
O outro lado da “Rua Grande”
Começava com a “Padaria Borborema” pertencente ao senhor
Rafael Rosas. A bem da verdade faço aqui um interregno de mais ou menos três
imóveis que não lembro. Seguindo, encontro a casa e a oficina do artesão
Joaquim Gomes, onde fabricava silos de zinco. Vizinho estava o primeiro posto
de combustíveis de Princesa: a “Bomba de Zé de Horácio”. Ao lado, a casa do
comerciante Waldemar Abrantes, seguido de sua loja de tecidos. Atravessando a
“Rua Juarez Távora”, encontrávamos, na esquina, o prédio onde funcionou um
clube social e, posteriormente o Fórum e onde hoje está instalado o Ministério
Público Estadual. Logo ao lado, o Cartório de João Barros, que pertenceu antes
ao tabelião Zacharias Sitônio. Pegado ao cartório, estava casa do comerciante
do ramo de tecidos e ex-vereador, o senhor Antônio Carlos Costa. Vizinho, morou
Zé Taenga e, em seguida, a casa do comerciante Orlando Parajara Duarte, onde
funcionou também, nos idos dos anos 1950, o ginásio “Nossa Senhora do Bom
Conselho”. Encostada, estava a casa de Hermes Maia que depois abrigou Arlindo
Silva e dona Ana de Arlindo. Imediatamente adiante, estava a casa de Toinho de
Frade e dona Luísa Diniz. Vizinho, a majestosa casa de “seu” Manezim Pereira,
pegada ao sobrado de Chiquinho e seguido do sobrado onde morou o ex-prefeito
Antônio Maia. Continuando a subida, estava a casa do Coronel José Pereira Lima
que, vendida aos frades Carmelitas, transformou-se num prédio para abrigar o
cinema e o Convento daqueles frades, o que ainda hoje existe. Vizinho estava a
casa de Elizeu Patriota seguida da residência do japonês Eije Kumamoto.
Encostado a esta, encontrávamos a casa em que morou “seu” Manoel Cardoso,
depois, dona Antônia Gastão e, por fim, Miguel Rodrigues e dona Juanita Cardoso.
Na esquina onde funciona hoje o “Botequim”, era a loja de tecidos do meu pai, o
major “Nequinho” e, depois, a loja de Miguel Rodrigues. Atravessando a rua
encontrávamos a então chamada “Casa de Feira”, um grande imóvel, solteiro de
vizinhos, onde funcionava o que se pode dizer: o shopping Center de Princesa, pois, ali se instalavam: a loja de
miudezas e João França, o hotel de “João do Guirra”; a loja de Marçal Brabo; o
bar de Chico França, a torrefação de café de Milton Bandeira (genro de Zé de
Quincas) dentre outros estabelecimentos comerciais de que não lembro. Para
terminar, tínhamos a antiga igreja Matriz que foi criminosamente demolida e
instalada, em seu lugar, a Praça Coronel José Pereira Lima. Para deleite dos
saudosistas, está aí mais uma descrição que traz à nossa memória um retrato da
Princesa do passado mais recente.
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