FILOMENA AMÉLIA DE JESUS, mais conhecida como “Mãe Filó” e chamada pelos netos de “Mãe Véia”, nasceu na cidade pernambucana de Afogados da Ingazeira, no dia 12 de maio de 1891. Era casada com Luiz Costa com quem teve os filhos: Francisca; Aurora; Maria do Carmo; João Gonzaga; Antônio e Raimundo. Mulher pobre, simples e muito humilde, porém, denotava sua dignidade na maneira de postar-se. Embora de pequena estatura e de porte frágil, mantinha-se sempre empertigada numa natural elegância. Em casa vestia-se de roupas simples. Quando na rua, estava sempre a envergar conjuntos (o famoso estojo), no mais das vezes de cor azul, compostos de saia e blusa de mangas compridas, levando sempre ao braço, um pedaço de pano imaculado de tão limpo. Sua fala era baixa e mansa. Analfabeta, era também apolítica (não puxava para nenhum dos lados: Nominando ou Pereira). Muito católica, não faltava aos ofícios religiosos ministrados na Igreja Matriz de Princesa. Essa era a antológica figura chamada de “Mãe Filó” por quase todos os princesenses que têm hoje mais de 50 anos.
A Mãe de quase todos
Na Princesa do segundo quarto e até além dos meados do século
passado, a maioria das mulheres tinham os filhos de parto normal e, via de
regra, em casa. As que naturalmente se viam impossibilitadas de parir pelas
vias normais, se fossem ricas, iam para o Recife; as pobres, que (a partir de
1925) não tivessem a sorte de uma resolutividade promovida pelo único médico da
cidade – doutor Severiano dos Santos Diniz -, morriam ou perdiam a cria. É aí
que entra Filomena Amélia de Jesus, a nossa “Mãe Filó”.
Já em
LAURA, “MÃE FILÓ” E RAIMUNDO
(COSTIANO)
O fim
Além da atividade de “Parteira” (antigamente existia a figura
da “Parteira” que com a chegada da FSESP – Fundação Serviços Especiais de Saúde
Pública a Princesa em 1982, foram treinadas por aquele serviço e passaram a ser
chamadas de “Parteiras Curiosas” e, a partir daí adquiriram um status de
auxiliares credenciadas), “Mãe Filó” era excelente cozinheira e trabalhou nesse
ofício em algumas casas dos ricos da cidade para garantir o sustento de seus
filhos. Na condição de pobre, agravada por uma viuvez precoce, teve de ralar
para criar a sua prole o que, mesmo na adversidade provocada pelos parcos
recursos, o fez com dignidade. Aliás, esse substantivo traduz muito bem toda a
existência de Filomena Amélia de Jesus que, malgrado não haver nascido em
Princesa, foi aqui que viveu e desenvolveu seu relevante ofício de parteira
quando tantas vidas trouxe ao mundo e outras tantas salvou. Por isso, está a
merecer ser homenageada e reconhecida, mesmo que postumamente, como uma das
personalidades ilustres de Princesa. “Mãe Filó” teve longa existência; viveu
até aos 90 anos de idade, quando faleceu em Princesa no dia 03 de junho de 1981
deixando o legado de haver servido com dignidade e dedicação à terra que adotou
como sua.
Valeu a homenagem amigo, Conheci Mãe Filó, morava pertinho da minha casa e era amiga de minha mãe. Presenciei por várias vezes ela na minha casa e mamãe mandava que a gente lhes pedisse a bênção.
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