ODE

sábado, 5 de março de 2022

O FOGÃO DE JOAQUIM MARIANO

Joaquim Mariano era um matuto sabido, inteligente e muquirana, portanto avesso ao desperdício de dinheiro, principalmente, quando se tratava do seu. Certa vez, atendendo reclamação de sua esposa, dona Lindaura, de que o fogão a gás estava com as bocas entupidas, Joaquim mandou chamar um técnico para consertar aquelas peças.

Compareceu à casa de Mariano - enquanto este confabulava com alguns amigos à sala de estar -, um rapaz que se apresentou como apto para realizar os consertos. Era Zé de Antônio Coxinho. "Seu" Joaquim autorizou o serviço, e o jovem rapaz adentrou à cozinha de sua casa com o mister de resolver o problema que afligia sua patroa.

Passados pouco mais de 30 minutos, o rapaz retornou à sala, dizendo que o serviço já havia sido executado e que o fogão estava "primeira", ao que Mariano perguntou-lhe:

- Tá pronto mermo?.

O rapaz respondeu:

- Sim senhor.

Diante disso, o velho indagou:

- E quanto foi?

O jovem disse:

- Vinte cruzeiros, seu Joaquim.

O velho olhou para o consertador, arqueou as sobrancelhas e gritou:

- Ô Lindaura, traz a caixa que o menino vai levar o fogão!

Espantado, Zé disse:

- Mas, seu Joaquim...

O velho redarguiu sem dar tempo do jovem falar:

- É isso mermo meu filho. Por esse preço, é melhor você levar o fogão.

Para não perder de tudo, o rapaz saiu da casa de Joaquim Mariano com uma nota de cinco cruzeiros.






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