ODE

sábado, 2 de julho de 2022

O GUARDA-LIVROS, O MENINO E A CACHAÇA

     Doutor Valdério Siqueira de Vasconcelos - hoje juiz aposentado - foi titular da Promotoria Pública de Princesa nos fins da década de 70 e início da de 80. Aqui, casou-se com a princesense Rosana Sitônio Frazão e fez muitas amizades. Contador de histórias e muito espirituoso, doutor Valdério - que nasceu em São José do Egito, era filho do guarda-livros Paulino Davi e contava que seu pai, aos domingos, levava seus trabalhos contábeis para fazer em casa e, enquanto trabalhava, gostava de tomar umas lapadas de cachaça.

O problema é que, naquela época, homens de bem não eram bem vistos quando ingeriam a bebida que era normalmente consumida pelos pobretões. Assim sendo, Paulino Davi bebia, quase que escondido. Por conta disso, aos domingos, logo cedo mandava Valdério (ainda menino) ir comprar cachaça num copo coberto por um papel de embrulho para que ninguém visse seu conteúdo. Mandava o filho a essa incumbência uma, duas, três vezes... Quando já estava puxando fogo, criava coragem e dizia:

- Ô menino! Vai na bodega de compadre Antônio e compra duas garrafas de cachaça marca ‘olho’ e vem batendo uma na outra e gritando que é pra Paulino Davi beber nessa pôrra!



 

 

 

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