São muitos os que louvavam o “mito” e, agora, atiram-lhes
pedras. O único que não foi avisado que é assim que a banda toca, foi o próprio
capitão que, do alto de sua peculiar arrogância e despreparo para o exercício
de tanto poder, sequer admitia que, mesmo os mais íntimos, lhes fizessem
críticas corretivas de rumo. Arvorou-se de senhor, detentor supremo do poder de
mando quando, encastelado nos Palácios da República, fez o que quis e, muito
mais disse, sem se preocupar com as repercussões de suas atitudes estabanadas,
tampouco com a opinião da imprensa, dos que o cercavam ou das visíveis
consequências que se evidenciavam.
Todos os que o cercavam (inclusive os do “cercadinho”), o
aplaudiam entoando o coro: “mito!”, “mito!”, “mito!”. Nada mais emblemática do
que a fotografia em que o vice-presidente da República, o general reformado,
Hamilton Mourão e outros generais, prestando continência ao capitão, Jair
Messias Bolsonaro, na porta do Palácio do Planalto. Aquele retrato, evidencia o
orgasmo que o poder proporcionava ao então presidente Bolsonaro. O problema é
que, enquanto a mão direita, dos que prestavam continência, tocava suas testas,
a mão esquerda, afagava a pedra que carregavam no bolso de suas calças.
Primeiro, foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur
Lira (PP) que, no afã de continuar no comando da Câmara Federal, logo
reconheceu a vitória de Lula (PT) e, mais depressa ainda, se compôs com o novo
presidente lhes garantindo total apoio para um governo futuro. Na esteira dessa
demonstração de apoio, muitos seguiram o exemplo: O governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos), já se diz “sócio” de Lula. O senador,
Marcos Do Val (Podemos), já denuncia tentativa de golpe do capitão. Aqui na
Paraíba, o ex-deputado, Julian Lemos (PSL), chama o “mito” de covarde, e por aí
vai.
Traições, deslealdades e mudanças de comportamentos são, na
vida, uma praxe e, na política, isso se exacerba sobremaneira. O poder embevece
quando tem o condão de beneficiar a muitos. Desses tantos, pouquíssimos são os
que permanecem fiéis. A grande maioria se bandeia para a nova ordem sem sequer
trocar de camisa. O ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro, oriundo do “baixo
clero” do Poder Legislativo, não teve o alcance para entender essas
idiossincrasias e, agora, vê aqueles que tanto comeram, cuspirem no seu prato. Pelo
visto, muito mais haveremos de ver, alhures e aqui.
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