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sexta-feira, 21 de abril de 2023

Os agiotas vão para o inferno?

Em Princesa, comentários nas esquinas dão conta de que algo de ruim vem aperreando o juízo do nosso alcaide. Segunda-feira (17), eu andava pelas ruas do centro da cidade. Quando passava por um ponto de mototaxistas, escutei de um deles o seguinte comentário: “Dizem que ele deve mais de R$ 5 milhões!” parei, me aproximei do cara e perguntei: “Ele quem?”. O mototaxista respondeu: “O prefeito”. Aí eu disse-lhe na cara: “Mentira! Um homem temente a Deus, que se diz honesto e respeitador das leis não pode se submeter à prática da agiotagem. Agiotagem é crime!”. E segui o meu caminho.

A defesa que fiz, do nosso prefeito, é pertinente, pois, agiotagem é crime e é pecado também. A Lei nº 1.521, em seu artigo 4º, diz: “Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniária ou real cobrar juros sobre dívidas em dinheiro superiores à taxa permitida por lei”. É sabido por todos que emprestar dinheiro é privativo das instituições de crédito (bancos) e, a taxa, atualmente, é de no máximo 13,75% ao ano. Além disso, agiotagem é também um grave pecado diante de Deus: “Se fizerdes empréstimo a alguém do meu povo, não cobres juros dele, não emprestem visando o lucro” – Êxodo 22:25.

É triste constatar que a agiotagem é uma prática comum em todas as cidades, em todos os segmentos da sociedade. A cobrança de juros extorsivos e, às vezes, até o surrupiamento de bens móveis e imóveis, pelos agiotas, quando o cliente não paga a dívida, é uma coisa corriqueira. E tudo isso sob as barbas da Justiça, à revelia da lei. A agiotagem deixa a todos vulneráveis, inclusive aqueles que fazem parte do topo da pirâmide social, pois, agiota, não é amigo de ninguém. Enquanto estão auferindo lucros, a coisa vai bem; quando degringola, o bicho pega. Não sei se os agiotas daqui vão para o inferno. No entanto, se for verdade o que disse o mototaxista, os agiotas de Princesa já estão vivendo um verdadeiro inferno.



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