ODE

sábado, 29 de julho de 2023

Histórias e estórias engraçadas de Princesa

Com o advento da televisão em Princesa, os costumes se modificaram consideravelmente. Em face dessa novidade tecnológica, as pessoas passaram a tomar conhecimento do que acontecia no Brasil e no mundo através das imagens que recebiam dentro das salas de suas casas, sem falar na “chiqueza” que era possuir em casa um aparelho de televisão que logo passou a ser chamado de TV, um privilégio de poucos, coisa de rico. Depois das novelas, o programa mais assistido era o Jornal Nacional, naquele tempo, ancorado pelo elegante Cid Moreira. A minha sogra, dona Neusa Alves, afirmava de pés juntos que Cid Moreira, mesmo de paletó e gravata, apresentava o jornal de bermudas. No entanto, o mais engraçado que colhi sobre isso foi que muitas pessoas acreditavam na interatividade das imagens exibidas pela televisão com os que estavam na sala a assistir.

Dona Xandú, viúva do coronel José Pereira Lima, mãe do falecido deputado Aloysio Pereira e bisavó do ex-prefeito Thiago Pereira, não perdia uma edição do Jornal Nacional. Para tanto, logo cedo da noite, tomava banho, se “aprifilava” toda, se perfumava e se sentava numa das cadeiras de balanço da sala principal do Palacete dos Pereira, de frente para a televisão, para assistir à conversa de Cid Moreira. Aos que perguntavam por que tanta elegância, a velha respondia: “E vocês acham que eu vou me apresentar, para assistir esse homem bonito falar, vestida como uma mendiga?”. No dia que não tinha tempo para se arrumar, dona Xandú, assistia ao Jornal Nacional sentada numa cadeira ao lado da televisão para que Cid Moreira não a visse desarrumada. A viúva do coronel Zé Pereira faleceu, nonagenária, no final da década de 90 e, Cid Moreira, ainda hoje vive aos 95 anos de idade.



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