FOTO DO AÇUDE IBIAPINA
QUANDO AINDA TINHA VIDA
O Açude Ibiapina é um dos mais antigos mananciais de Princesa.
Foi construído em meados do Século XIX, por iniciativa do coronel Manoel Rodrigues
Florentino com o intuito de abastecer a então Vila de Princesa. No inverno de 1878
– logo em seguida à grande seca de 1877 - em face de grande “cheia” do riacho
que o abastece, quase se rompia sua parede. De acordo com informações orais dos
mais velhos, o socorro adveio por iniciativa do padre José Antônio de Maria
Ibiapina, que por aqui passava em suas constantes missões.
Conta-se que o padre Ibiapina, auxiliado pelos moradores da
Vila de Princeza - numa noite tenebrosa de muita chuva, relâmpagos e trovões –
promoveu orações e o acendimento de várias velas em “catembas” de coco, o que,
segundo aquelas informações, evitou o arrombamento da barragem. Vale salientar
que em concomitância com as orações, muitos homens do lugar se “extazaram” de
tanto trabalhar botando pedras e terra na parede do açude.
Já nos anos 1960/70, o “Ibiapina”, também chamado de
“Pichilinga”, serviu de divertimento para os jovens quando, aos domingos, para
ali se dirigiam para tomar banho e se divertirem em sua praia. Além dessa
serventia, era também naquele açude que as mulheres lavavam roupas em sua ilha
formada por algumas grandes pedras. Mais recentemente, alguns jovens que
brincavam em seu entorno, encontraram em suas margens, vários cartuchos de
balas de fuzil com data de 1912 e 1918 o que prova haverem sido, aquelas
munições, usadas na “Guerra de Princesa” em 1930.
Hoje, o Açude Ibiapina, coberto por plantas aquáticas que
limpam esgotos, está morto em face do recebimento da maioria dos esgotos da
cidade, se constituindo em mais um patrimônio histórico que, em não podendo ser
destruído, foi abandonado à própria sorte. Para piorar o cenário, estão
colocando entulhos em suas margem, diminuindo sua bacia para negociarem
terrenos do seu entorno. Há quem diga que com a anuência ou até em conluio com
a secretaria de Infraestrutura.
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