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quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Milei: a antítese da realidade

Um dos sintomas mais evidentes de que o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, não é levado a sério, foi o silêncio da comunidade internacional – o chamado mundo civilizado – quanto ao resultado das eleições naquele país. A grande imprensa da Europa, Estados Unidos e Ásia, pouco comentou sobre o pleito na Argentina, registrando apenas o resultado, sem comentários ou análises mais acuradas.

As teses defendidas por Milei são tão estapafúrdias - por sua evidente inexequibilidade - que ninguém vem dando atenção. No entendimento do mercado mundial, como poderá, Milei, dolarizar a economia argentina sem ter um dólar sequer? Como pode, o novo presidente, falar em dar um tiro na inflação se a Argentina é o país maior devedor do Fundo Monetário Internacional – FMI? Como pode, um mandatário, com a responsabilidade de promover a regulação do mercado financeiro, acabar com o Banco Central?

Diante de tudo isso, os grandes do mundo viraram a cara para o resultado da eleição na Argentina. Javier Milei, ao invés de manter a tradição e anunciar visita ao tradicional parceiro comercial, o Brasil, anunciou que visitará Israel e os EUA. Para completar, além de haver destratado o presidente do Brasil tachando-o, durante a campanha, de comunista e totalitário, esnobou Lula e convidou Bolsonaro e os filhos deste para sua posse no próximo dia 10 de dezembro.

Histriônico, Milei, fez uma campanha como se estivera no picadeiro de um circo, em apresentações ridículas quando, portando uma motosserra se propunha a destruir tudo. Em outra cena, aparecia arrebentando uma maquete do Banco Central Argentino, com um cabo de vassoura, ao vivo e a cores num programa de televisão. Não bastasse isso, justificando sua recente conversão ao judaísmo, o presidente eleito, afirmou que vai romper relações com o Vaticano porque, o papa – seu conterrâneo – tem um pacto com o maligno. A rabissaca do mudo está justificada e poderá lhes trazer sérias dores de cabeça.



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