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sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

A emenda saiu pior do que o soneto

Em resposta à matéria, veiculada ontem (25) por este Blog sobre o fechamento do Hospital São Vicente de Paulo, a secretária de Saúde do município de Princesa foi designada para defender o indefensável. Postou-se, dona Francisca Lucena, em frente ao prédio onde funcionava aquele hospital, rodeada de servidoras comissionadas - portanto, obrigadas a estarem ali - e pôs-se a justificar o que não tem justificativa. Demonstrando cansaço e gaguejando ao falar, a secretária não estava muito à vontade. Parecia cumprir uma missão da qual não poderia fugir.

Quando afirmei que o Hospital está fechado, não me referi a paredes nem portas, mas sim à Unidade de Saúde que ali funcionava desde 2001 e que foi fechada pelo prefeito Ricardo Pereira do Nascimento em 2018. É claro que as portas estão abertas e, funcionando ali, o que poderia funcionar em qualquer prédio da rua de Princesa. Quando denunciei o fechamento, me referi às consultas e exames de especialidades, tais quais: cardiologia, ginecologia, obstetrícia, gastrenterologia, etc., que deixaram de ser ali realizados.

Na verdade, a emenda saiu pior do que o soneto. Na esteira dessa defesa inócua, ficou patente outra deficiência na Saúde que está funcionando naquele prédio. O CAPS Infantil está sem médico psiquiatra e sem fonoaudióloga, que pediram demissão por não poderem prestar um serviço de qualidade quando, a famigerada pactuação que beneficia 17 municípios de fora em detrimento da demanda de Princesa, não permite um bom atendimento por conta da escassez de Recursos Humanos.

O prefeito prioriza o atendimento às demandas dos municípios pactuados porque recebe recursos para tanto. Enquanto isso, deixa de dar maior atenção aos pacientes de Princesa. Prova desse descaso acontece no mesmo CAPS, de onde discursou a secretária de Saúde, quando se sabe que o médico psiquiatra daquele serviço pediu demissão porque não tem condições de trabalho. Naquele CAPS os tratamentos são prejudicados por conta da solução de continuidade com as constantes mudanças de médicos e demais profissionais por falta de pagamento.

A Saúde de Princesa é como uma bola de assopro cheia d'água segurada por duas mãos e, quando se fura mais de dois buracos nela, faltam mãos para tapá-los. É gritante o caos nessa importante área de atendimento. É tanto, que me causou surpresa o prefeito mandar a secretária defender essa situação quando nem ele teve coragem de enfrentar o problema de frente. O Hospital São Vicente de Paulo está fechado, o que é do conhecimento de todos e não é com mentiras que se justifica essa irresponsabilidade do prefeito Nascimento.



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