O "Palacete dos Pereira", o imóvel mais belo e mais elegante da cidade de Princesa, construído entre os anos de 1923/24 - sob a coordenação do mestre de obras princesense, José Ferreira Dias, "Ferreirão" - está completando agora 100 anos de existência. O prédio foi erguido sob a expensas do industrial pernambucano José Pessoa de Queiroz, para abrigar seu irmão mais novo, Epitácio Pessoa de Queiroz Sobrinho, que homiziou-se em Princesa depois de ter cometido um assassinato no Recife, por motivos passionais, em novembro de 1922.
Aqui, protegido pelo coronel José Pereira Lima, Epitácio Sobrinho, resolveu ficar em Princesa até os ânimos arrefecerem e, para isso, seu irmão mais velho, mandou construir o Palacete - uma réplica de sua casa de morada no Recife-, o que lhe serviu de moradia por mais de três anos. Livre da Justiça, Epitácio retornou ao Recife. Grato ao coronel, por ter acolhido seu irmão caçula, José Pessoa de Queiroz, que era compadre de Zé Pereira, por ser padrinho se sua filha mais velha, Luiza Pereira Lima, na saída de Epitacinho de Princesa, presenteou o imóvel à sua afilhada (mais conhecida como "Luizinha"), que viria a ser esposa do futuro prefeito de Princesa, Gonzaga Bento.
Durante a "Guerra de Princesa", o Palacete, serviu como Hospital de Sangue para tratar dos feridos nos campos de batalha, tanto dos "Libertadores de Princesa", , quanto dos da Polícia do presidente João Pessoa, quando capturados. Posteriormente, aquele majestoso imóvel serviu, por um curto período de tempo, como moradia do coronel Zé Pereira. Nas décadas de 80 e 90, ali residiu o então prefeito, Gonzaga Bento e sua família. Mais adiante, nos anos 2000, morou, naquele sobrado, o bisneto do coronel, Thiago Pereira de Sousa Soares, quando prefeito de Princesa.
Hoje, aquele prédio centenário, situado à Praça Epitácio Pessoa, no centro da cidade de Princesa, que é propriedade da senhora Rosane Pereira e é tombado pelos Patrimônios, estadual e municipal, abriga a sede da Academia Princesense de Letras e Artes - APLA. Embora necessitando de alguma restauração, o Palacete, preserva ainda sua beleza arquitetônica e, principalmente, o seu valor histórico servindo de roteiro turístico para aqueles que se interessam pela História de Princesa.
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