ODE

terça-feira, 14 de maio de 2024

Tragédias que se sucedem e caem no esquecimento

A mídia é implacável! Quando vemos a televisão noticiando um fato, à exaustão, pensamos que é por comiseração, pelo sofrimento dos aflitos por aquele evento; nos enganamos redondamente. Isso ocorre porque dá ibope e porque rende grana por conta da alta audiência. Ademais, eles, os donos do poder da comunicação, têm pesquisas de mercado que apontam a grande atração das classes: "B", "C", "D" e "E", ou seja os consumidores em massa, pelas notícias que informam sobre desastres e tragédias.

Quem não lembra da exaustiva cobertura da morte de Ayrton Senna? Mais recentemente, quando da eclosão da guerra da Rússia contra a Ucrânia, não se podia ligar a televisão a não ser para assistir à explosão de bombas. O mesmo aconteceu quando do atentado terrorista do Hamas contra Israel e da consequente invasão da Faixa de Gaza pelo exército israelense. Em Gaza, já morreram mais de 33 mil civis, a maioria mulheres e crianças. Na Ucrânia, estima-se em mais de 700 mil mortos, entretanto, nada disso é mais noticiado como d'antes.

As Redes de Televisão, em especial a Globo, extrapolam no sensacionalismo das coberturas televisivas, investindo até em cavilações como a do cavalo "Caramelo", tudo isso, somente até que o povo se abuse e passe a mudar de canal. É o que acontece agora com as enchentes no Rio Grande do Sul. Reportarão, entusiasmados, com sensacionalismo e refinada falsa "emoção", até o ponto em que o assunto interessar aos consumidores. Depois disso, esquecerão. Tudo será banalizado e mudarão de assunto à espera da próxima tragédia.

O problema é que, tanto em Gaza quanto na Ucrânia, vidas continuam sendo dizimadas. No Rio Grande do Sul, com a vazão das águas, a tragédia não arrefecerá, pelo contrário, aí é que vai começar o problema da reconstrução. Milhares de desabrigados, pessoas que perderam tudo e não têm onde morar nem como sobreviver, mas, isso, certamente, não será noticiado porque não chamará mais a atenção de ninguém. É essa a crueldade da comunicação de massa. Se nos livra das Fake News que são disseminadas nas redes sociais da internet, relegam para o esquecimento aquilo que não lhes rende dividendos.



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