Nunca se viu tamanho engajamento de deputados em prol de um
assunto tão polêmico como a anistia aos envolvidos em tentativa de golpe de
Estado como vemos agora. Nunca, os parlamentares se puseram do lado do povo de
forma tão incisiva. Para os desavisados, isso parece salutar quando políticos
se interessam pelo destino dos menos favorecidos. Acontece que, o que vemos, é
uma verdadeira inversão de valores. Esse empenho, não é para livrar os “pobres
de Cristo”, aqueles “idiotas úteis” (nas palavras de Demétrio Magnoli) que
serviram de massa de manobra para os que não queriam largar o poder.
Essa manobra, comandada pelos conservadores que têm cadeira
na Câmara Federal, tem destino diverso ao que dizem nos palanques. Eles querem
mesmo é livrar a cara do ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro e a dos
militares que, sob suas ordens, tentaram abolir a democracia no Brasil. É claro
que podem ser revistas as penas que foram impostas aos que participaram do
quebra-quebra na Praça dos Três Poderes, quando depredaram as sedes dos poderes
da República. Talvez a dosimetria tenha sido exagerada, mas não é exagero punir
vandalismo com o intuito de uma ruptura institucional.
A dosimetria pode ter sido exagerada, repito, para alguns
casos. Porém, não se pode minimizar a gravidade dos fatos. Deixar por isso
mesmo é o mesmo que estimular que outros vandalismos sejam patrocinados por
aqueles que não respeitam o resultado das urnas, ou seja, a anistia significa a
consagração da impunidade. Não podemos esquecer que até uns tais de “kids
pretos” (grupo e elite do Exército), foram mobilizados para monitorar o
ministro Alexandre de Morais, incumbidos de assassinar este, o presidente Lula
e o vice, Alckmin. Ainda bem que, o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta,
já decidiu que não pautará o projeto de anistia antes de uma ampla discussão.
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