Essa pergunta, feita em todo o Planeta, dá a impressão de que a eleição do novo chefe da Igreja Católica Apostólica Romana promoverá alguma mudança relevante no mundo. Todos sabem que não. No entanto, é um questionamento que interessa a todos pelo seu charme, pela ritualística do evento e, principalmente, pela história que encerra, O Papado é a única monarquia absoluta do mundo e a mais antiga. O papa é o único soberano do mundo que é eleito e que tem o cargo vitalício.
Em passado recente, durante a "Guerra Fria", numa reunião do Politburo Soviético (Comitê Executivo do partido comunista da antiga União Soviética), em que se discutia o anticomunismo da Igreja Católica, um dos conselheiros de Stálin, com ironia, questionou quanto à importância do papa, perguntando: "Quantas divisões blindadas ele tem?" . Ao que Stálin respondeu: "Nenhuma, mas é o líder de quase dois bilhões de pessoas no mundo todo".
O Vaticano é o menor país do mundo, porém, o que dali emana, na forma de encíclicas, bulas, etc., repercute no mundo todo; daí a importância do papado que, agora vacante, deverá promover, entre os dias 6 e 11 de maio, uma eleição através de um Condave ("com chave" porque os cardeais ficam completamente isolados até consumarem a eleição do papa), para eleger o sucessor de Francisco, falecido no último dia 21, numa eleição atípica em que não existem candidatos nem campanha eleitoral.
A escolha é feita através de votações sucessivas quando os cardeais sufragam os nomes de seus pares, de forma aleatória, até que um deles consiga amealhar os votos de dois terços dos 135 purpurados votantes. Nesse Conclave, são três os principais cardeais favoritos, chamados papabili: o italiano Pietro Parolin, o filipino Luis Antônio Tagle e o africano Peter Turkson, dentre outros menos cotados. No entanto, de acordo com a traição dos conclaves até hoje havidos, quem entra papa, sai cardeal. Desta vez, nenhum brasileiro consta da lista dos favoritos a serem eleitos para a cátedra de São Pedro.
Mesmo assim, surpresas podem acontecer. Segundo o Direito Canônico qualquer pessoa, desde que batizada na Igreja Católica, é uma potencial candidata ao papado o que nada surpreende uma eleição inusitada. Desta feita, serão 135 cardeais votantes oriundos de 71 países diferentes e, o Brasil, é o terceiro maior colégio eleitoral, com 7 cardeais aptos a votar. De qualquer forma, seja qual for o resultado, o Brasil já tem seu lugar de destaque na Igreja de Roma, pois, segundo o saudoso papa Francisco, Deus é brasileiro.
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