Hoje, 26 de novembro, depois de estabelecida pela Câmara
Municipal, a verdadeira data da Emancipação do nosso município, Princesa
comemora 150 anos de independência, o que ocorreu em 1875 por obra da Lei nº
597 (que foi revogada e mais tarde, em 1880, restaurada através da Lei nº 705).
Desligado da Vila de Piancó naquela data, o termo de Bom Conselho, passou a
chamar-se Princêza e a ter autonomia política, administrativa, judiciária e
religiosa. Concomitantemente com a Emancipação Política, foram criados os
Tabelionatos do Poder Judicial e a Comarca. Subalterna que era ao Governo
Imperial, a Igreja Católica, foi criada também a Paróquia, consagrada a Nossa
Senhora do Bom Conselho e elevada a Matriz. Foram delineados os limites
geográficos da nova Vila e da nova freguesia. O topônimo “Princêza” foi adotado
em homenagem à princesa Isabel Cristina, filha do imperador Dom Pedro II.
Extraído do trabalho de pesquisas do historiador Francisco de
Carvalho Florêncio, transcrevemos abaixo o discurso proferido pelo Juiz de
Direito da Comarca de Piancó, doutor Juvenal Rodrigues da Silva, o que foi
feito por ocasião da instalação da nova Villa de Princêza e que consideramos a
Certidão de Nascimento da municipalidade princesense, além de atestar sua
patente vocação para o progresso:
“(...) Senhores! Era o povoado de Bom
Conselho, antigo Distrito da Perdição, o maior, o mais comercial e o mais
habitado por homens laboriosos e mais abastados desta Comarca, cujo coração é
Piancó, a Vila Velha, como com muita propriedade a chamam, ao passo que
definhava a olhos vistos. O Bom Conselho que lhe estava sujeito florescia com
maravilhosa progressão. Parecia por isto, uma verdadeira anomalia estar
subordinado o progresso à decadência, o vigor à fraqueza, o forte ao fraco -
Era Bom Conselho um mancebo em todo o ardor de sua idade, o Piancó um velho
decrépito já pendido para o túmulo – Em tais condições, foi pela justa lei
provincial n. 597 de 26 de novembro do ano passado elevado Bom Conselho à
categoria de Vila, com a significativa denominação de Vila de Princesa, em
alusão aquela que, sendo a primogênita do nosso Magnânimo Monarca, é também a
herdeira presuntiva do trono (...)”.
Quanto às origens e primórdios de Princesa, temos que, a
primeira “data de terra” concedida na região foi em 6 de agosto de 1766, destinada
a Lourenço de Brito Correia, constituindo-se este como o primeiro desbravador.
Nessa data, já se denominava, o termo, “Lagoa da Perdição” e, a partir de então,
instalaram-se aqui as primeiras fazendas para a criação de gado. Segundo o historiador
princesense, Emmanuel Conserva de Arruda, em seu trabalho “A AÇÃO COLONIZADORA PRODUZINDO O ESPAÇO: de aldeias indígenas à Alagoa
da Perdição – (1766-1816) – João Pessoa – 2007”, aqui chegados, os
primeiros conquistadores, já encontraram índios habitando a região. Eram “da tribo Corema, da nação Tapuia, que
habitavam as terras que se tornaram, a fazenda ‘Alagoa da Perdição’ de Lourenço
de Brito Correia e demais sesmeiros”. Na década de 1870, com a chegada do
padre Francisco Tavares Arcoverde, foi erguida uma capela, consagrada à Virgem
do Bom Conselho. A partir daí o povoado, que pertencia ao município de Piancó,
passou a chamar-se Bom Conselho. Em 21 de novembro de 1921, a vila de Princesa
adquiriu, através de Lei Estadual, o status
de município.
Hoje, com quase 22 mil habitantes, Princesa é uma cidade
pujante que continua vocacionada para o progresso e se configura como um dos
mais importantes municípios da Paraíba, principalmente pelo seu papel na
História. Em 1930, Princesa foi protagonista do movimento revolucionário que
derrubou a “República do Café com Leite” quando, sublevada, desligou-se do
estado da Paraíba proclamando-se “Território Livre” com hino, jornal e governo
próprio, em meio a um conflito armado que durou longos cinco meses, culminando
com o assassinato do presidente João Pessoa e a consequente eclosão da chamada
Revolução de 1930 que mudou os destinos e a História do Brasil.
Hoje, em que pese os graves problemas que vivenciamos no
âmbito da administração municipal, é um dia de glória, de alegria, feriado
municipal que deve ser aproveitado para comemorarmos essa efeméride da maior
importância para a municipalidade do chão mais histórico da Paraíba. Viva
Princesa!


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