No dia 06 de março de 1930, há exatos 90 anos, o presidente
João Pessoa baixou o Decreto nº 1.644, criando o Batalhão Provisório
subordinado à Força Pública do Estado com um efetivo de 870 homens (incluídos o
pessoal da administração e os não combatentes – músicos, arreeiros e
ordenanças), para combater os sublevados de Princesa. O Decreto dizia o
seguinte: “(...) Considerando que a 24 de
fevereiro do corrente ano, José Pereira Lima, promoveu um movimento sedicioso
em Princesa, armando grupos de foras-da-lei contra a ordem constituída... Considerando
que, além de ter se sublevado em Princesa, José Pereira Lima mandou os seus
capangas atacarem a vila de Teixeira (...)”. Nesse Decreto vê-se a mentira
do presidente quando é sabido por todos que a iniciativa do ataque partiu da
Força Pública quando a polícia paraibana invadiu a vila de Teixeira, em 28 de
fevereiro, a pretexto de garantir as eleições.
Os “Libertadores de Princeza”
Enquanto isso, o coronel José Pereira já havia “arregimentado dois mil homens, mantendo a
metade deles no front, bem municiados
e a outra metade, de reserva, aguardando armas e munições e a oportunidade de
preencher as eventuais baixas. Enquanto esperavam, se divertiam em bailes que
se realizavam diariamente nos arredores da cidade” (Inês Caminha: “A
Revolta de Princesa”). Essa desigualdade se fez ainda maior no decorrer do
conflito, uma vez que o coronel contava com o apoio do Governo Federal para a
aquisição de armas e munições, enquanto o presidente João Pessoa era vítima do
boicote, tanto do presidente da República quanto dos governos vizinhos de
Pernambuco e do Rio Grande do Norte.
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