ODE

sexta-feira, 29 de maio de 2020

BALCÃO DE NEGÓCIOS





O presidente Jair Bolsonaro, além das crises políticas diárias que cria ou provoca, para se segurar no cargo sob a ameaça de impeachment, estabeleceu um balcão de negócios em Brasília para adquirir o apoio dos deputados venais do chamado “centrão”. O próprio presidente admitiu:  dando cargos, sim”. O “mito” rasgou seu programa de governo quando a principal premissa era o fim do toma-lá-dá-cá e agora, é o próprio Bolsonaroquem estabelece o “é dando que se recebe”. Está retalhando seu governo entre os deputados daqueles partidos que se submetem à vontade presidencial por dinheiro e por cargos federais. Com isso, imagina Bolsonaro, que poderá continuar falando asneiras,atacando as instituições como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal e interferindo na Polícia Federal, além de proteger seus filhos pelas estripulias cometidas, sem o risco de afastamento. O problema é que essa auto blindagem lhes tira forças, o iguala aos demais e descaracteriza sua administração, quando se desvia do que foi prometido durante a campanha eleitoral de 2018.

Ganhar no grito

Contrariado pelo fato de as investigações sobre o inquérito das Fake News estarem chegando no terreiro do Palácio do Planalto - o que poderá imputar culpa a um de seus filhos -, o presidente ataca de forma violenta as instituições, dizendo que não permitirá mais essas investigações, querendo ganhar no grito. Nunca se viu isso no Brasil. Todos lembram, que na história recente da República, vários filhos de presidentes foram investigados, a exemplo do filho de Fernando Henrique; de um dosfilhos Lula e da filha de Michel Temer e, em momento algum vislumbrou-se a quebra da institucionalidade por isso. Somente agora nos deparamos com um presidente que quer estar acima da lei em defesa de seus pimpolhos. Garotos trelosos devem ser disciplinados e não amparados pelo manto presidencial em detrimento do cumprimento do que está estabelecido na Constituição Federal. Afinal, ninguém, nem o presidente da República, está acima da lei.


DSMR, em 29/05/2020.

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