ODE

sexta-feira, 26 de março de 2021

FALANDO DE ARTE


Em 2014, por ocasião de uma viagem a São Paulo, quando eu era prefeito de Princesa, tive a oportunidade de conhecer e visitar o MASP – Museu de Arte de São Paulo, tido por todos como um dos centros culturais mais importantes do Brasil. Lá, observei que, em meio ao acervo de várias obras de arte de artistas plásticos reconhecidos internacionalmente, constavam obras de vários artistas brasileiros consagrados. Resolvi que, a partir de hoje, nessa coluna “Falando de Arte”, divulgarei algumas dessas obras de arte para o conhecimento de todos. Começo hoje com o pintor Cândido Portinari.

O Lavrador de Café



Portinari é o autor dos painéis Guerra e Paz (1952-56), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, e dos painéis para o edifício do Ministério da Educação e Saúde Pública, no Rio de Janeiro (1936-38). Em meados de 1940, quando o debate político se acirrava e as conquistas trabalhistas se estabeleciam no país, Portinari teve um grande engajamento político, tendo sido candidato a deputado federal e a senador pelo Partido Comunista do Brasil (PCB). Sua obra sintetiza, no campo da arte, os contrastes que marcam a cultura brasileira: se, por um lado, retratava a elite dominante, por outro, pintava a classe trabalhadora em um estilo que encontra eco na produção artística moderna da América Latina.O MASP possui dezoito obras do artista, entre elas, O Lavrador de Café (1939). Na cena, o trem está partindo na direção do horizonte, delimitando a plantação de café, que ocupa toda a paisagem. Os cabelos e a camisa do rapaz negro têm os mesmos  tons da árvore partida. Com as mangas da camisa dobradas e os pés descalços, a figura assume um tom sóbrio e digno, reforçado pelo tamanho desproporcional de suas mãos e pés, símbolo de força e empoderamento.


DSMR, em 26 de março de 2021.

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