O Papa Francisco resolveu inovar. Mesmo diante dos narizes
torcidos da Cúria Romana, o Sumo Pontífice, numa prática nunca vista na
instituição mais antiga e mais conservadora do mundo, vai ouvir a totalidade
dos fiéis católicos, numa inusitada pesquisa de opiniões. São 1,3 bilhão de
cristãos espalhados pelos cinco continentes e, o Papa, quer saber qual a
opinião de cada um sobre os rumos que a Santa Madre Igreja deverá tomar nesses
tempos modernos.
A acuidade de Francisco é notória e notável. O Papa tem timing. Antenado com a evasão de
católicos que, na Europa aderem ao ateísmo e na América Latina tornam-se
adeptos dos evangélicos, Francisco resolveu flexibilizar algumas regras, mas
não sem ouvir o povo que, neste caso, substituirá, tanto a “infalibilidade”
papal, quanto a inspiração do Espírito Santo”. Por conta disso, alguns prelados
o criticam pelo perigo de uma possível ideologização das coisas sagradas.
Nos questionários que deverão ser distribuídos em todas as
paróquias do mundo, constarão perguntas sobre vários assuntos, alguns, tabus
impensáveis de serem questionados: o celibato dos padres; a participação de
homossexuais nos serviços da Igreja; a acolhida de divorciados no seio católico;
a participação mais efetiva das mulheres, dentre outras perguntas. Após a
apuração dos resultados, a palavra final será a do Papa. Francisco, que é mais
pendido para o lado dos progressistas e, para agradar céus e terra, deverá
decidir com um olho no gato e outro no peixe.
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