“No meu governo não tem corrupção”. Até pouco tempo, era com
estas palavras que o presidente Jair Messias Bolsonaro definia seu governo. No
entanto, com os fatos ocorridos ontem, a máscara caiu. Presos, o ex-ministro da
Educação e os pastores evangélicos recomendados pelo presidente, a única
máscara que resta, na cara do “mito”, é aquela que o protege das feridas pelas
queimaduras de haver jogado a cara no fogo para proteger um corrupto.
O rei está nu. Agora, não bastam a rachadinha dos filhos, nem
os cheques na conta da primeira-dama, tampouco as falcatruas na quase compra da
covaxin. As negociatas dos pastores, recomendados pelo presidente ao ministro
corrupto, vieram à tona e, sem tempo de proibir, o “mito” viu a verdadeira
Polícia Federal desbaratar a quadrilha, e mandar prender os negociadores de
verbas públicas em troca de bíblias e barras de ouro.
Um presidente da República que alardeia aos quatro ventos que
Deus está acima de tudo, não poderia nem deveria permitir, tampouco recomendar
pastores corruptos para negociarem verbas públicas com prefeitos. No exercício
da hipocrisia, que é própria daqueles que exaltam a Divindade maior sem nenhum
escrúpulo, daqueles que usam o nome de Deus em vão, está agora, o “mito”, numa
saia justa, num beco sem saída, a máscara caiu. Pelo que tem acontecido aqui e
alhures, podemos ver que Deus e a Polícia Federal não compactuam com corrupção.
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