ODE

sábado, 5 de novembro de 2022

 

Joaquim Mariano era um matuto sabido, inteligente e muquirana, portanto avesso ao desperdício de dinheiro, principalmente, quando se tratava do seu. Certa vez, atendendo reclamação de sua esposa, dona Lindaura, de que o fogão a gás estava com as bocas entupidas, Joaquim mandou chamar um técnico para consertar aquelas peças.

Compareceu à casa de Mariano - enquanto este confabulava com alguns amigos à sala de estar -, um rapaz que se apresentou como apto para realizar os consertos. Era Zé de Ontôi Coxim. "Seu" Joaquim autorizou o serviço e, o jovem rapaz, adentrou à cozinha de sua casa com o mister de resolver o problema que afligia sua patroa.

Passados pouco mais de 30 minutos, Zé Coxim, retornou à sala dizendo que o serviço já havia sido executado e que o fogão estava em ordem, ao que o velho Joaquim

Mariano Ihe perguntou:

- Tá pronto mermo minino?

O rapaz respondeu:

- Sim senhor. Ficou "primeira"

Diante disso, o velho indagou:

- E quanto foi?

O jovem disse:

- Vinte cruzeiros, seu Joaquim.

O velho olhou pra Zé Coxim, arqueou as sobrancelhas e gritou: - Ô Lindaura, traz a caixa que o minino vai levar o fogão!

Espantado, Zé disse:

- Mas, seu Joaquim..

O velho redarguiu sem dar tempo do jovem falar:

- É isso mermo meu filho. Por esse preço, é melhor você levar o fogão.

Para não perder a viagem, Zé saiu da casa do velho com uma nota de cinco cruzeiros.




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