ODE

sexta-feira, 23 de junho de 2023

SAUDADES DE MARIA COSTA

O “cachorro quente” mais gostoso que já comi na vida foi o que Maria do Carmo Costa, mais conhecida por “Maria Costa”, fazia e vendia na porta do Ginásio “Nossa Senhora do Bom Conselho”. Vendia fiado e anotava numa pequena caderneta e, no mais das vezes era por nós enganada quando deixávamos de pagar, ou a enrolávamos, diminuindo a conta. Maria Costa era uma figura de porte raquítico, morena quase preta, pequenina, porém adorável de temperamento, simples, humilde e muito trabalhadora.

Além de fazer “cachorro quente”, fazia também tapiocas com coco ralado e, no dia a dia, trabalhava como cozinheira em casas de famílias, para prover o sustento de alguns familiares pobres como ela. Os princesenses que como eu estão hoje na terceira idade e que estudaram no Ginásio, hão de lembrar-se dessa figura antológica da nossa adolescência e juventude. Aos que tiverem acesso a essa matéria, tenho certeza de que, ao lê-la, sentirão o cheiro e o sabor gostoso do “cachorro quente” de Maria Costa.

Viveu pouco aquela lutadora pela vida. Ela era filha da Parteira Curiosa mais famosa de Princesa: “Mãe Filó”. Contraiu uma doença, foi para o Recife tratar-se sob os auspícios de seu irmão Raimundo Costa, mais conhecido como “Costiano” e lá morreu, e lá foi sepultada. Saudades de Maria Costa. Em sua homenagem, quando prefeito, mandei nominar uma das ruas do Bairro “São Francisco”, em Princesa, com duas placas com a inscrição: “Rua Maria Costa”.



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