Extraído da composição “Cangaceiro Meia-Noite”, da lavra do
poeta princesense Erenilson Bezerra, mais conhecido como “Rena”, reproduziremos
aqui algumas estrofes daquele trabalho que versam sobre a morte de um dos
cangaceiros mais famosos do bando de Lampião.
A mando do coronel José Pereira Lima, Manoel Lopes Diniz,
mais conhecido como “Ronco Grosso”, enquanto levava comida para o facínora, assassinou
Meia-Noite no sítio Tataíra (hoje pertencente a Manaíra) em meados da década de
20. Assim descreveu, o nosso cordelista, o fato como aconteceu:
Aí foi
quando Zé Pereira
Disse com
exatidão,
Que queria
ele morto
Para cumprir
uma missão,
Punindo quem
destruiu
Quem
saqueou, invadiu
Sousa no
alto Sertão
E Meia-Noite
na hora
Falou sem
titubear:
- Obrigado
pela comida
Eu não quero
mais jantar,
Veja o que o
destino fez
Eu confiando
em vocês
E vieram me
matar!
Nisso o
negro descuidou-se
Quando os
dois fingem partir,
Botou a arma
de lado
Pensando
nada existir,
Só que era
tarde demais
Ronco Grosso
foi sagaz
Virou-se pra
lhe atingir
Não tinha
como escapar
A descarga
foi certeira,
No corpo de
Meia-Noite
Que ali
ficou na pedreira
Ronco Grosso
quem o fez
Pra servir
mais uma vez
Ao coronel
Zé Pereira
Deixaram o
seu corpo lá
Enterrado
numa cova,
Já tava
pronto o serviço
Fizeram bem
a desova,
Em meio
àquele escarcéu
Levaram pro
coronel
As orelhas
como prova
DSMR, em 13
de julho de 2023.
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