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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

O "mito" que não deu certo

Em entrevista concedida à Globo News, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, com a cara mais lisa do mundo, afirmou: "Bolsonaro é a liderança mais carismática do Planeta!" É de acordo com essa lógica que muitos brasileiros autodenominados de "patriotas" chamam o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro de mito e enchem as redes sociais com postagens mostrando Bolsonaro sendo parado nas estradas para fotografias, sendo ovacionado em restaurantes, etc. Para esses devotos, o ex é tido por muitos como um homem ungido, predestinado por Deus para governar o Brasil.

Na definição etimológica, "mito" significa: deus, semideus, ser sobrenatural, herói. Em se aplicando essas características ao ex-presidente, é claro que se constitui um exagero. Na verdade, do ponto de vista dos "patriotas" - aqueles que tentaram destruir as sedes dos Três Poderes da República - Bolsonaro pode até ser um mito. Mito das armas de fogo; mito do negacionismo da pandemia de covid-19 quando sua irresponsabilidade ceifou a vida de milhares de brasileiros; mito da defesa da ditadura militar; mito do golpismo... "Patriotas" e "mito" se merecem.

Nem os verdadeiros líderes nacionais, estadistas da cepa de dom Pedro II e Getúlio Vargas - para ficar somente nesses dois exemplos - tiveram, em vida, o reconhecimento necessário. O primeiro, um escravo do Estado, perdeu o trono por um golpe militar e foi escorraçado do Brasil como um apátrida. O segundo, suicidou-se para evitar um golpe militar e uma possível e consequente guerra civil. Ambos deram a vida pelo Brasil e, pelo visto, os dois, não tinham consciência do amor que o povo lhes devotava. Esses, verdadeiros mitos.

Mito não divide, mito soma, agrega. O "mito" das rachadinhas, eleito com um gesto de violência quando aparecia como se estivera disparando uma arma de fogo, venceu a primeira eleição com um discurso enganador e perdeu a reeleição porque o povo acordou. Na verdade, seus apoiadores de hoje são aquelas pessoas de instrução inferior ou aqueles que mesmo sabendo ler - os novos ricos - o defendem porque Bolsonaro é mais próximo dos abastados do que dos menos favorecidos: é um deles. É um "mito" com pés de barro.



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