ODE

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Repentes Memoráveis LVIII

Luiz Antas Ferreira, mais conhecido por "Lulú Cristóvão" era um poeta princesense. De pouca leitura e muita imaginação, um dos maiores improvisadores em versos já havido em Princesa. Numa noite de Natal, vendo as pessoas comerem cachorro quente na barraca de Maria Costa, onde se encontrava também um cão de rua "gurejando" as sobras dos que ali se refestelavam, Lulú, fez esses versos, sem que ninguém pedisse ou mandasse, inspirado apenas no cachorro de cima que fervia e, no de baixo, que dormia:

O cachorro quente

Todo meio de vida

Para um homem é decente

Nada pode envergonhar

Quem trabalha pra viver

Nessa barraca pequena

Que vende cachorro quente

Vejo um cachorro deitado Em tempo de adormecer

Se o de cima é alimento

O de baixo é pra morder

O cachorro abandonado

Que não tem o que comer

Vem pra cá atrás do outro

Que lhe pode socorrer

Pois o que sobrar da gente

Decerto vai se perder

Pois não estando mais quente

Não presta mais pra vender

Por isso eu jogo pra ele Que alimentado agora, Desiste de me morder.

Poesia é encantada

De hora em hora se some Em baixo tem um cachorro

Apelido é o seu nome Em cima cachorro quente

O de baixo morde a gente

O de cima a gente come



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