O Vaticano não prega prego sem estopa; ou seja, nada faz que não tenha um significado, nem que seja nas entrelinhas do que diz ou divulga. Ontem (6), por conta desses longos quatorze dias de internamento do Pontífice, para tratar de uma doença pulmonar crônica, a Santa Sé divulgou um áudio de Francisco que, com voz arrastada e cansada, agradeceu as orações dos fiéis, pela sua saúde, na Praça de São Pedro. O tom de voz do Papa revela sua fragilidade e, com isso, o Vaticano prepara a todos, tanto para uma recuperação que não será rápida, quanto para a evidente possibilidade de renúncia.
É saber de todos que as atribuições de um Papa só cessam com sua morte. No entanto, o precedente aberto por Bento XVI, em 2013, quando renunciou ao cargo, num gesto que não acontecia, na Igreja Católica, há mais de 400 anos, pode se tornar uma praxe nos tempos atuais quando, o Pontífice, em não reunindo condições físicas para tocar a administração apostólica, renuncie ao cargo.
A doença do papa Francisco é um mal crônico, portanto, incurável e, a divulgação de sua fala, revelando sua fragilidade física, pode ser interpretado como um sinal de renúncia iminente. Para muitos, Francisco já é um papa emérito e, a corrida pela sua sucessão, já é uma realidade na imprensa mundial e nos corredores do Vaticano.
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