ODE

terça-feira, 29 de julho de 2025

Convite especial

 O Governo Municipal, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, convida todos os empreendedores e profissionais do setor turístico para um encontro sobre o Cadastro Oficial do Ministério do Turismo. Serão apresentadas as vantagens e os procedimentos para garantir legalidade, visibilidade nacional e acesso a políticas públicas que impulsionam nosso turismo. Sua participação é fundamental para fortalecer São José de Princesa e atrair mais investimentos.  “Estamos empenhados em fazer nosso turismo crescer de forma organizada e sustentável. Conto com você!”,  declarou o Prefeito Juliano Matuto.



95 anos da morte de João Pessoa

 

Há exatos 95 anos, na tarde do dia 26 de julho de 1930, o presidente João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque foi assassinado com três tiros à queima-roupa disparados pelo advogado, João Duarte Dantas, na Confeitaria Glória, na cidade do Recife. Em que pese ser uma história já por muitos relatada, vale o registro para que não passe em brancas nuvens fato de tão grande relevância política e histórica, não só para o Brasil e a Paraíba, mas também para Princesa.

Na verdade, esse assassinato foi fruto da Guerra de Princesa, o que dá releváncia ao fato visto que, não fora a proclamação do Território Livre de Princesa e o consequente conflito armado que se instalou no estado da Paraíba durante longos cinco meses (de fevereiro a julho daquele ano), numa luta renhida entre quase 2000 homens recrutados pelo coronel José Pereira Lima e a Polícia da Paraíba, certamente, não haveria acontecido esse crime, tampouco a eclosão da Revolução de 1930 naquele momento.

Após a eleição presidencial de 1ª de março de 1930, quando Getúlio Vargas - candidato a presidente da República, pela Aliança Liberal, tendo como seu vice o presidente da Paraíba, João Pessoa - foi derrotado nas urnas pelo candidato do Catete, Júlio Prestes, mesmo com o rompimento do coronel José Pereira com o presidente da Paraíba, ninguém imaginava que se instalaria um conflito armado que pudesse atingir as proporções que atingiu como foi a Revolta de Princesa.

Os próceres da Aliança Liberal - salvo alguns poucos - já se conformavam com a derrota eleitoral e não se dispunham a contestar o resuitado das urnas. Com o crescente das lutas no Território Livre de Princesa, os ânimos se reacenderam numa perspectiva de enfrentamento visando a intervenção federal na Paraíba, motivo que poderia dar azo aos liberais em promover uma revolução que depusesse o presidente da República, Washington Luís, e lhes abrisse uma oportunidade de poder.

No entender de alguns dos tenentes revolucionários, a Guerra de Princesa era o caos que alimentava as perspectivas de uma mudança radical que poderia proporcionar a derrubada da República Velha. Por isso, Washington Luís, se não determinou, ajudou na resistência quando fez vistas grossas ao socorro prestado pelo governo federal aos rebeldes de Princesa e proibiu ações em favor do governo da Paraíba. A intenção era clara. Nas palavras de Epitácio Pessoa: "Não fora a Revolta de Princesa, não haveria acontecido o assassinato de João Pessoa, nem a Revolução de 1930".

Tal a importância dessa data, que mesmo obedecendo às idiossincrasias daquele momento e não tendo também o fito da deflagração da Revolução que mudou o Brasil, não poderia deixar de ser lembrada para que as gerações de hoje - já tão distantes desse nefasto, mas relevante acontecimento - tomem ciência de sua importância. Em citação emblemática, o político e jornalista, Barbosa Lima Sobrinho, disse em livro que escreveu sobre aquele momento histórico: "A Revolução estava morta, mas a morte de João Pessoa a ressuscitou".



Enquanto senadores brasileiros buscam negociação contra o tarifaço de Trump, Eduardo Bolsonaro tenta bloquear ações

 

Em se aproximando o dia 1º de agosto, data marcada pelo presidente americano, Donald Trump, para que tenha início a tarifação em 50% de todas as exportações brasileiras para os EUA, gestões estão sendo feitas - tanto aqui quanto nos Estados Unidos, em busca de uma negociação para evitar essa severa sanção imposta por Trump em chantagem contra ação penal que corre no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Enquanto o governo brasileiro, através do vice-presidente Geraldo Alckmin, se empenha em abrir canais de negociação, e uma comitiva de senadores do Brasil, de vários partidos, se encontra em Washington tentando uma interlocução com o governo dos EUA, o deputado Eduardo Bolsonaro se empenha em bloquear todas e quaisquer negociações que possam viabilizar uma resolução da situação. Segundo o senador Nelsinho Trad, chefe da delegação: "O 'não' nós já temos; estamos em busca do 'sim'".

Cogita-se também uma conversa do presidente Lula com o presidente Donald Trump na tentativa de separar questões ideológicas de questões econômicas e comerciais; afinal, é pensamento comum de quase todas as autoridades brasileiras de que ao fim e ao cabo, em se consumando esse tarifaço, quem será punido não será o presidente Luís Inácio Lula da Silva nem o Supremo Tribunal Federal, mas sim, a Nação brasileira. De sorte que, em que pese o atrapalhamento da família Bolsonaro, é senso comum a resolução do problema. Resta saber da sensibilidade do presidente americano.



segunda-feira, 28 de julho de 2025

A Fake News de Lampião

 

Narrativas e notícias falsas não são uma novidade dos tempos de hoje. Em tempos passados, já existiam as hoje chamadas: Fake News. Com essa nomenclatura, essa mazela surgiu agora com o advento da Internet, porém, desde que o mundo é mundo, a propaganda enganosa existe para satisfazer a interesses vários.

Hoje, em comemoração ao 87 Aniversário da morte do cangaceiro Lampião, reproduzimos está matéria que trata de uma carta, supostamente "escrita" por Lampião em 14 de março de 1930 e que foi veiculada pelo "Jornal do Recife" - periódico que teve vida longa (1858-1938), se notabilizando por seu apoio à Revolução de 1930 - exatamente oito anos antes de encerrar suas atividades. A notícia, com escopo nos acontecimentos da "Guerra de Princesa", ', tinha o condão de fazer ver à população brasileira que o cangaceiro Lampião formava junto aos homens do coronel José Pereira Lima, em defesa da cidadela princesense.

Interessante observar dois aspectos essenciais dessa carta. Primeiro, o linguajar que, como podemos observar, jamais poderia ter sido usado pelo "Rei do Cangaço" - um homem semianalfabeto. Segundo, pelo argumento ridículo, ao qual Lampião se apega, dizendo-se perseguido pelo governo do presidente joão Pessoa, quando o cangaceiro afirma estar sendo atacado pela polícia paraibana: "(...) com evidente menosprezo pelas leis que mandam respeitar a liberdade e os direitos dos cidadãos".

Mais adiante, Virgulino Ferreira diz que seus homens estão sendo hostilizados pela polícia da Paraíba pelo fato de haverem deciarado apoio à candidatura de Júlio Prestes à presidência da República. Afirma ainda ser amigo do coronel Zé Pereira, do ex-governador João Suassuna, de Duarte Dantas de Teixeira/PB e do Padre Cícero Romão Batista. E finaliza dizendo que, em breve, estará em Princesa comemorando o triunfo do Cangaço: "(...) porque, embora tenha nascido em Villa Bela, não me esquecerei de que foi em Princesa que me eduquei na escola do Cangaço". Com essa assertiva, Lampião lembra de quando tomou posse no Cangaço, numa festa ocorrida na fazenda "Pedra" no Povoado de Patos Irerê, à época pertencente a Princesa. Isso é verdade!

Como vemos, já naquele tempo, a propaganda enganosa era exercida, de forma descarada, para macular os que se rebelaram contra o presidente João Pessoa, tentando fazer crer à nação brasileira que o grupo liderado por Zé Pereira era formado por cangaceiros e trabuqueiros. Reproduzimos a seguir o texto, na integra, daquele famigerado e histórico documento que foi supostamente expedido por Lampião da então cidade sergipana de São Paulo, que hoje se chama Frei Paulo: 

O célebre caudilho fala aos seus amigos e correligionários sobre a vitória da causa do Cangaçol

São Poulo (SE), 14 de março de 1930.

Prezados amigos e correligionários,

Muito embora distanciado das plagas nordestinas, onde com reais aproveitamentos, fiz o curso completo do banditismo, não podia, nesta hora grave para a nossa nacionalidade, deixar de dirigir aos meus amigos, correligionários e patricios, o presente Manifesto em que expresso o meu profundo contentamento pela indisfarçável vitória de nossa causa. Até ontem perseguidos e escorraçados pelas polícias de vários Estados, os quais chegaram ao desplante de assinar um convênio mercê do qual nenhum poderia dar asilo ou quartel aos nossos bandos, com evidente menosprezo pelas leis que mandam respeitar a liberdade e os direitos dos cidadãos, temos hoje, neste momento, o prazer de contar com o apoio quase unânime de todos os nossos algozes.

Um apenas, porém, quebrando a harmonia existente entre quase todos os demais Estados, tomou aos ombros a tarefa ingiória e nefasta em mandar que a sua polícia fizesse o extermínio de nossos irmãos, numa campanha sob todos os pontos de vista atentatória de nossos direitos.

Nós, porém, contaremos com o apoio eficiente, com o amparo de nossos amigos de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. Os nossos correligionários estão presentemente no território paraibano, sofrendo a opressão policial pelo fato de se terem declarado partidários da candidatura do eminente brasileiro Júlio Prestes. Contra a expectativa dos amigos José Pereira, João Suassuna e Duarte Dantas, esses inimigos de nossa ação retomaram posições nossas como Teixeira, Santana dos Garrotes e Imaculada, com perdas de armas e munições que nos foram fornecidas pelos nossos amigos de Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Mas estamos seguros de nossa vitória, não somente porque temos onde conseguir homens, munições, armas; temos tudo a nosso favor! Chegou, correligionários, o momento do Cangaço triunfar, amparado pela imprensa reacionária, pelas polícias estaduais, pela política que prestigia o nosso partido, até que possamos vencer em toda altura. Temos atravessado épocas terríveis de opróbrios e humilhações. Durante a última revolução o meu amigo Floro Bartolomeu me deu os galões de capitão a fim de que eu e o meu bando nos empenhássemos em favor da legalidade. Depois das minhas façanhas, não chegaram a reconhecer os meus valiosos serviços e continuamos a sofrer as maiores perseguições. As cadeias estão cheias de correligionários nossos. Meu amigo e compadre Antônio Silvino está presentemente cumprindo sentença em Recife. Mas tudo isso terá um paradeiro. A nossa vitória será breve! Princesa não se renderá e os homens de meu amigo padre Cícero aí estão prontos a prestigiar a causa, a fim de que o nosso triunfo seja uma realidade. Atendendo ao apelo que recebi dos meus colegas de cangaço, em breve estarei ao lado desses, porque embora tenha nascido em Villa Bella, não me esquecerel de que foi em Princesa que me eduquei na escola do Cangaço. (a) Virgolino Ferreira, vulgo "Lampião" (Do Jornal do Recife, ontem)",



sábado, 26 de julho de 2025

SABÁTICAS

. O senador Efraim Filho (União Brasil) lança pré-candidatura a governador do Estado para as eleições do próximo ano. Pedro Cunha Lima (PSD) é também um nome cogitado pelas oposições para a disputa e, por fora, corre o prefeito da capital Cícero Lucena (PP).

. No grupo da situação, liderado pelo governador João Azevedo, tudo indica que o candidato será mesmo o atual vice-governador, Lucas Ribeiro (PP). João se afasta porque Lula (PT) quer fazer dois senadores: Veneziano e João Azevedo. Como tudo isso vai se arrumar, ninguém sabe ainda.

. O governador João Azevedo anunciou a construção de quatro grandes barragens no Estado: Uiraúna, Pombal, Catingueira e Sumé. Em que pese ser Princesa um dos municípios mais necessitados de um novo açude, ficou de fora desse pacote.

. Na Faixa de Gaza, imagens de criança esqueléticas que sofrem com falta de comida lembram as imagens dos judeus sobreviventes do Holocausto na II Guerra Mundial. E é porque disseram que aquelas imagens foram necessárias para que tragédia igual não se repetisse...

. Lá na Faixa de Gaza, quando não se morre de bombas, perecem de fome, inclusive jornalistas e pessoas que praticam assistência humanitária sofrem, além da insegurança, com a falta de comida.

. Em Princesa a festa do “São João Fora de Época” revelou algumas peculiaridades. Dizem que no camarote oficial aconteceu um verdadeiro festival de beija-beija – entre homens – numa demonstração de muita civilidade e falta de preconceitos. Parabéns! Isso é o novo politicamente correto.

. Já um gaiato que estava lá observando, fez o seguinte comentário: “Nesse governo, quanto mais se beija mais se ajeita”. Eita!

. Falar em festa, a prefeitura de Princesa dispendeu uma fortuna de cerca de R$ 2 milhões com bandas e demais apetrechos. Enquanto isso, os pacientes e acompanhantes da Casa de Apoio, em João Pessoa, penam sem comida e sem conforto algum.

. Sem falar nos salários atrasados dos servidores terceirizados. É essa a informação que me chegou.

. Cuidando agora do grave momento porque passamos no âmbito nacional; está difícil uma resolução para o tarifaço do presidente americano, Donald Trump, de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para aquele país.

. A taxação deverá ser iniciada em 1º de agosto. O governo brasileiro tenta negociar, mas o presidente Trump não abre canal algum para negociação e insiste em que somente suspenderá a medida se o Brasil suspender o processo que vem correndo no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

. Não bastasse isso, o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA desde o início deste ano em conspirata contra o Brasil, além de exultar pelas medidas, trabalha para fechar todos os canais que possam possibilitar uma resolução desse problema.

. Nunca, em tempo algum, vimos algo parecido: um deputado federal conspirando no exterior contra a Nação brasileira. Aliás, depois do advento dessa família (Bolsonaro) na política de ponta do Brasil, ninguém mais teve sossego.

. Para completar, nesta semana que termina, deputados do PL comemoraram o tarifaço de Trump estendendo uma bandeira do MAGA – Make America Great Again no Plenário da Câmara Federal: são brasileiros concordando com ações contra a soberania nacional. Era o que faltava.

. Mesmo em face de tudo isso, o resultado já está escrito: Trump vai recuar; Bolsonaro vai ser preso e Lula vai ser reeleito.

. Primeiro, os bolsonaristas tentaram o golpe aqui no Brasil. Frustrados porque as Forças Armadas daqui não aderiram à intentona, estão agora tentando fazer o golpe via Forças Armadas dos Estados Unidos.

. A única vantagem de tudo isso é que os únicos que defendem essas posições radicais da família golpista são aqueles de extrema-direita. Os de centro já se afastam dessa trupe de golpistas e buscam uma via em prol do Brasil.

. No final desta semana, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, mostrou-se feliz com a suspensão dos passaportes de vários ministros do STF pelo Departamento de Estado dos EUA e anunciou que, em breve, serão expedidas sanções contra o presidente do Senado, Davi Alcolumbre e do presidente da Câmara Federal, Hugo Motta.

. Bem informado que é, o “dudu golpista” disse que o pai de Hugo Motta foi vítima de perseguição da Polícia Federal numa similaridade com o que fazia a Gestapo durante a Guerra Fria. Além de golpista, burro!

Os abraços de hoje vão para: Danilo Maia, Fábio Tyrone, Rose, Totonho Nominando, Emmanuel Arruda, André Vasconcelos, Rafael Bezerra, Trócolli Júnior, Robinson Frazão, Aldo Lopes, Esquerdinha, doutor Valdério, Júnior Duarte, Wilma Lima, Chico da Laje, Nadja Lima, Kelly Antas, Sérgio Mandacaru, Betânia de Tozinho, Sara Ferraz, Rosário de “seu” Tião, Berg Mangueira, Chico de Tonina, Joseane André, Antônio Maximiano, Marcone Lima, vereadora Patrícia de Divar, Mercinha de Tozinho e Pacelli Mandú.



 

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Senador Efraim recebe apoios de lideranças para candidatura a governador

 

Nessa quinta-feira (24) o senador Efraim Filho (União Brasil), recebeu o apoio do prefeito de Pombal, Galego da Gavel, do ex-prefeito Verissinho e de vários vereadores à sua pré-candidatura a governador nas eleições do próximo ano. O anúncio aconteceu por ocasião das comemorações do 327° Aniversário de Emancipação Política daquele município. "Esse gesto renova a aliança que já foi um sucesso no passado. Agora, seguimos juntos por um novo desafio: construir uma Paraíba mais justa, forte e que olhe para todos, principalmente para os que mais precisam", disse o senador.



Enquanto prefeitura de Princesa gasta R$ 2 milhões com festas, a Casa de Apoio em estado de penúria

 

Na Roma antiga era assim: para que o povo desviasse as atenções das suas dificuldades os imperadores promoviam festas suntuosas nas arenas oficiais com distribuição de comida, era o "pão e circo". Essa prática vem sendo seguida pelas cidades do interior do Nordeste brasileiro quando prefeituras, a exemplo da de Princesa, promovem festas grandiosas enquanto as necessidades básicas da população não são atendidas.

No início desta semana, nos dias 21, 22 e 23, a prefeitura de Princesa promoveu grande festa com apresentações caríssimas, camarotes confortáveis e muito glamour. Enquanto isso, servidores da área da Saúde (inclusive médicos), reclamam de salários atrasados e de atendimento precário no Hospital Regional. Não bastasse isso, reclamações vêm da capital do Estado quando denunciam a penúria em que se encontra a Casa de Apoio onde até comida está faltando para pacientes e acompanhantes.

Na verdade, a atual administração não peca somente por omissão, mas também por cumprir uma promessa de campanha que foi difundida e que vem sendo cumprida à risca: a continuidade. Em que pese ser uma administração pródiga em obras, nada se prioriza quanto à saúde das pessoas. É notório o descaso nesse setor quando faltam remédios nos Postos de Saúde e pessoas carentes não recebem atendimento condigno nos estabelecimentos de Saúde. O "pão e circo", ao tempo em que diverte, anestesia os pobres e enche as burras dos privilegiados.



quarta-feira, 23 de julho de 2025

Ex-prefeito Tyrone deixa excelente impressão na cidade de Princesa

Em visita à cidade de Princesa, no último fim de semana para prestigiar o lançamento do meu novo livro, o ex-prefeito da cidade de Sousa/PB e pré-candidato a deputado federal, Fábio Tyrone, causou ótima impressão nos meios culturais da nossa cidade. Em seu discurso de saudação e nas conversas informais, Tyrone demonstrou conhecimento e interesse pela Cultura e firmou compromisso, quando eleito, em dar apoio às iniciativas da Academia Princesense de Letras e Artes – APLA: “Meu compromisso vai além da minha obrigação em apoiar as atividades culturais dessa cidade histórica”, afirmou o futuro deputado.



Após o tiro no pé, Bolsonaro está num beco sem saída

O intuito da família Bolsonaro era matar dois coelhos com uma cajadada só. Primeiro, libertar o ex-presidente Jair Bolsonaro do processo a que responde por tentativa de golpe de Estado, depois, vingar-se do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Inicialmente, a coisa pareceu que ia dar certo: o presidente americano, Donald Trump, tarifou a exportações brasileiras em 50% em exigência da anistia do ex-presidente; Eduardo Bolsonaro exultou de alegria por ver que suas gestões junto ao Tio Sam haviam dado resultado e acharam, todos, que ia dar tudo certo, que o presidente Lula ia interferir no Poder Judiciário, enfim, abrir para os caprichos do maluco americano.

Com o passar dos dias, a repercussão das medidas de Trump – o que muitos já chamam de chantagem – se tornou negativa porque pune a todos os brasileiros quando prejudicará os negócios do país e, com isso, o feitiço se virou contra o feiticeiro. Agora, nem o “centrão” está mais satisfeito ou coeso com Bolsonaro e seus filhos. A maioria daqueles que não se perfilam na extrema direita bolsonarista está ressabiada e querendo se descolar do problema. Ninguém quer ser associado às consequências nefastas do tarifaço: possível quebradeira geral, perda de empregos, etc. Bolsonaro, além de inelegível e na iminência de ser preso, está num beco sem saída.

O difícil é o Brasil sair dessa enrascada. Lula não pode nem deve ordenar ao STF que acabe com o processo que, provavelmente, condenará o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mesmo porque, se pudesse fazer isso, e fizesse, estaria sucumbindo à vontade e à interferência de Donald Trump o que acabaria com a soberania da nossa Nação. Imaginemos acontecesse a sucumbência de Lula à chantagem de Trump e, logo, logo, estaria o presidente americano exigindo a tomada da Amazônia sob a ameaça de um tarifaço de 100% e aí por diante. Resta-nos engrossar o pescoço, resistir à arrogância de Trump e botar Bolsonaro na cadeia.  



terça-feira, 22 de julho de 2025

Pré-candidatura de Cícero Lucena faz lideranças políticas usarem saias justas

 

Disseminada pelas redes sociais, o que é notícia diariamente, a pré-candidatura do prefeito da capital paraibana, Cícero Lucena (PP por enquanto), vem causando alvoroço no meio político e também dissabores àqueles simpatizantes, mas temerosos em desgostar o governador João Azevedo (PSB). Enquanto Cícero cresce nas pesquisas de intenção de votos e visita os vários municípios do Estado, lideranças políticas, ávidas em recebê-lo, o fazem com a pulga atrás da orelha.

Onde Cícero chega o povo faz a festa, primeiro pelo fato de estar liderando as pesquisas, depois pelos sinais que vem recebendo das oposições que se colocam à disposição do prefeito para acolitá-lo em seus partidos. Com isso, os maiores cochichos, entres os políticos, remetem ao que sempre dizia o ex-governador Wilson Braga: "Com governo a gente não rompe, a gente trai". Em face disso, os prefeitos e vereadores da situação, metidos em saias justas aguardam o momento certo.

Aqui em Princesa a briga é intestina. Enquanto os vereadores insistem em apresentar um Decreto Legislativo concedendo um Título de Cidadão Princesense a Cícero Lucena, o ex-prefeito Nascimento recomenda calma aos edis mirins: "Ainda não é tempo. Aguardemos o desenrolar das coisas". No entanto, o tempo urge, Cícero avança e ninguém quer ficar na poeira do poder. Os mais vivos se fazem de mortos e, os mortos, cultivam o alento de retornar à vida ao lado do poder. Quem viver, verá.



Novo empreendimento de Serviços surge no mercado princesense

 

Nada melhor do que a concorrência leal e suprida de competência! Foi o que vimos por ocasião do lançamento do meu novo livro: a decoração do ambiente da Academia Princesense de Letras e Artes - APLA. Sob o comando do jovem empresário, Danilo Maia, consorciado com a decoradora Nadja Lima, o recinto onde ocorreu aquele evento cultural apresentou-se, simplesmente, esplêndido com uma decoração de primeira linha primando pela sobriedade, estilo e requinte sem desvencilhar-se da condição aconchegante.

Danilo Maia, que estreia com sua empresa "Maia Decorações", se superou em competência no fazer daquela ornamentação que predominou por um embelezamento sem atavismos, o que é próprio de quem entende do assunto. Essa nova empresa que surge nesse importante ramo de Serviços faz a diferença porque seu diferencial é a imaginação inata de seu condutor. Exigente, detalhista e, principalmente, dono de estilo baseado na finesse da elegância, Danilo se superou na sofisticação sem se apartar do primor. Depois dessa experiência, recomendamos a todos a contratação desse craque da Decoração.



O sucesso do "São João Fora de Época" de Princesa contrasta com situação da Saúde

 

Noticiado por vários veículos de comunicação, o sucesso da festa do "São João Fora de Época" de Princesa provocou também notícias por outros tantos meios sobre o caos que continua reinando no setor de Saúde do município. A despeito das comemorações quanto à grandiosidade da festa - que, segundo informam as redes sociais, custará aos cofres públicos mais de R$ 2 milhões - notícias nos chegam de que servidores da Saúde - aqueles que são terceirizados através de cooperativas - estão com salários atrasados em mais de dois meses e que os atendimentos nessa área continuam sofríveis. Em face disso constata-se que, enquanto as autoridades se refestelam e se divertem em seus suntuosos camarotes, a área de Saúde claudica em situação de miséria. Mesmo com um novo governo, tá tudo fora de época.



segunda-feira, 21 de julho de 2025

O lançamento do meu novo livro foi sucesso total

 

Satisfeito e agradecido, exulto com o sucesso que foi o lançamento do meu novo livro: "Antologia dos Construtores de Princesa". O evento, ocorrido na última sexta-feira (18), foi coberto de êxito graças à presença maciça daqueles que valorizam a Cultura. Ademais, presenças ilustres, a exemplo do conselheiro Nominando Diniz; do ex-prefeito de Sousa, Fábio Tyrone; do ex-deputado Trócolli Júnior; do juiz aposentado, doutor Valdério, dentre outras personalidades, deram um tom de prestigiamento muito grande. Além dessas figuras ilustres, agradeço a todos os que me presentearam com suas presenças.

O livro que acaba de sair do prelo, vai estar à venda nos seguintes estabelecimentos comerciais: Loja Arte Semi Joias, da minha irmã Maria do Bom Conselho; Farmácia Galileia; Comercial Maia; Livraria do Professor Pereira, em Cajazeiras e em breve, na Livraria do Luiz em João Pessoa. Para aqueles que residem fora de Princesa e que desejam adquirir a obra, poderão entrar em contato pelo telefone (083) 9996028137, pagar através do pix, enviar o endereço que faremos a postagem via Correios e Telégrafos. O livro, que trata de perfis biográficos dos que ajudaram a construir a nossa municipalidade, tem 450 páginas e custa R$ 80.



quinta-feira, 17 de julho de 2025

É amanhã!

 

Depois de seis anos de pesquisa e acurada elaboração chegou a hora de entregar às mãos dos princesenses mais uma obra que, embora pareça circunscrita aos interesses apenas da nossa municipalidade, extrapola esse pensamento porque traz a lume perfis biográficos de 8 mulheres e 74 homens que ajudaram a construir a nossa História. "De Ada a Zacharias" como bem disse o acadêmico Aldo Lopes, o livro contempla 80 biografias que não se atêm apenas aos dados pessoais desse princesenses ou "princesados". Ela se completa quando, em seu permeio, a história de Princesa é abordada desde os primórdios até tempos recentes. No dizer do jornalista Tião Lucena: "Um livro necessário, porque um resgate histórico diferente de todos os que foram feitos até agora". Já a prefaciadora, Mariângela Sitônio, diz: "Trata-se de narrativas individualizadas dos atores que, em suas histórias de vida, revelam as importantes contribuições que deram para os acontecimentos históricos de Princesa, cidade que ocupa um lugar importante na história da Paraíba". Será amanhã o lançamento da obra, a partir das 20h00 na Academia Princesense de Letras e Artes - APLA. Para os que gostam e respeitam a História e a Cultura, um evento imperdível.



quarta-feira, 16 de julho de 2025

Livro ‘Antologia dos Construtores de Princesa’ será lançado nesta sexta-feira

 

O livro Antologia dos Construtores de Princesa, de autoria de Domingos Sávio Maximiano Roberto, será lançado nesta sexta-feira (18), às 20h, no Palacete dos Pereiras, em Princesa Isabel.

A mais nova obra de Domingos Sávio trata sobre personalidades princesenses que foram responsáveis pelo desenvolvimento e pela história da cidade. Pessoas importantes que fizeram parte de tudo que Princesa representa hoje.

Entre os nomes retratados estão: Coronel José Pereira Lima, Nominando Diniz Neto, Dom Muniz, Eije Kumamoto, Aloysio Pereira Lima, Francisco Soares de Araújo e muitos outros.

https://andregomespb.com.br/livro-antologia-dos-construtores-de-princesa-sera-lancado-nesta-sexta-feira/



terça-feira, 15 de julho de 2025

Hoje é o dia das minhas eras

 

Nunca imaginei chegar tão longe. Quando era adolescente e ouvia alguém dizer que havia completado 60 anos eu enxergava ali um velhinho já perto de morrer. Hoje, aos 68 anos, me considero inteiro e com perspectiva de ir mais longe ainda e vejo que idade não é limite para nada! Feliz com o atual momento quando longe da odienta politicagem e mais perto dos livros e das pessoas, me sinto com vontade de viver mais e mais intensamente. Comemoro esta data como se estivera ainda muito distante da velhice porque, no meu entender, ser velho é quando a saúde falta ou a vontade de viver desaparece. Ainda bem que ainda conto com as duas e quero aproveitar isso de forma total. Parabéns para mim!



Dois louvores ao senador Efraim Filho

 

Eleito pelo DIAP - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, como um dos senadores mais atuantes do Congresso Nacional, o senador Efraim Filho (União Brasil) comemora de novo essa láurea que já é uma praxe em sua vida parlamentar. Não bastasse isso, Efraim vem batendo paradas junto a uma das classes mais importantes dos nossos trabalhadores: os taxistas. O senador é relator e um dos maiores defensores e articuladores para a aprovação do Projeto de Lei que determinará o direito de sucessão hereditária para os taxistas. Ou seja, com a aprovação dessa Lei, os taxistas que se aposentarem ou morrerem, poderão deixar seu ponto para um herdeiro familiar. Nessa luta, o senador Efraim Filho tem sido um dos maiores contendores em favor dessa importante classe.



O prefeito Cícero Lucena manda recados emblemáticos a seus aliados

Como sabemos, a campanha eleitoral para a escolha do próximo governador, na Paraíba, já começou e faz tempo. Nesse final de semana, os ânimos se exacerbaram mais ainda quando, numa entrevista televisiva, o prefeito Cícero Lucena (PP) fez declarações duras dirigidas (com clareza inconteste) ao governador João Azevedo (PSB). Em sua fala, Lucena declarou: "Esse povo do governo não pode excluir João Pessoa da chapa, a minha administração tem mais de 70% de aprovação".

Nas conversas a boca pequena nas rodas políticas dá-se como certa a saída de Cícero Lucena do Partido Progressista. Para completar, numa entrevista radiofônica em Cajazeiras, Cícero disse que aguarda uma definição rápida quanto ao nome que deverá ser abençoado pelo grupo do Governo e que o instrumento correto para definir isso serão as pesquisas e completou: "Do contrário, tô fora. E João Pessoa também. Não paguem para ver". Pelo visto, o trunfo é paus!



segunda-feira, 14 de julho de 2025

O discurso do ateu

 

O muçulmano Hassan, a judia Judith, o pastor Levi e o padre Amâncio resolveram se afastar - durante os três dias de Carnaval - de suas atividades religiosas e habitar um resort no litoral alagoano pertinho de Maceió. Ali estariam reunidos, numa espécie de retiro para, num seminário ecumênico, discutirem profundamente sobre as três principais religiões monoteístas que dominam o mundo: Cristianismo, Islamismo e Judaísmo. Em contraponto, convidaram um ateu, Paulo, que no papel de "advogado do diabo" contrabalançaria as discussões.

Hassan, um homem de 48 anos de idade, moreno, alto e de cabelos e olhos negros, versado em profundidade sobre o Alcorão, principalmente no que concerne à ética, à moral e demais preceitos do islamismo. Judith, uma ruiva formosa, de baixa estatura, olhos azuis e seus 37 anos de idade, especialista no tocante aos cinco primeiros livros do pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O pastor Levi, evangélico pentecostal, um senhor negro de mais de 60 anos, gordo e de barba grisalha, vestido com elegância e doutor em Evangelhos pela Baylor University do Texas, EUA. O padre Amâncio, jesuíta, um homem branco de 51 anos de idade, vestido num terno sóbrio complementado por um branquíssimo clergyman; um respeitado intelectual católico especialista em Sagradas Escrituras pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Por fim, o ateu Paulo, um homem pardo de estatura média, cabelos e barbas compridos, com cerca de 40 anos, desalinhado no vestir, um livre pensador, autodidata e convicto de suas não crenças.

Hospedados em quartos separados se encontrariam nas refeições e na hora das reuniões, que aconteceriam três vezes ao dia. A principal delas ocorreria à noite quando fariam um balanço das discussões diurnas. No primeiro dia, de manhã, o encontro serviu para que cada um se apresentasse diante dos colegas religiosos e do ateu. Todos brasileiros, informaram de onde vinham e sobre suas atividades junto às suas respectivas comunidades, crenças e práticas sociais relacionadas com os preceitos do que consideravam sagrado. Hassan, o islamita, vinha do Rio Grande do Sul; Judith era oriunda do Paraná; o pentecostalista Levi era da Bahia; o padre Amâncio de João Pessoa na Paraíba e o ateu, Paulo, de Princesa.

Sobre o propósito desse encontro, o evangélico Levi, na qualidade de decano do grupo, no primeiro dia, à tarde, tomou a palavra inicial: "Aqui estamos para uma discussão civilizada sem digressão do assunto principal que é a explicação para nós mesmos sobre a manifestação de Deus no âmbito das três principais religiões monoteístas professadas no mundo". Interrompendo o pastor, Paulo, o ateu, atalhou: "Ou sobre a ausência dessa manifestação!" Em face do que considerou um deboche, o padre Amâncio interveio, enfático: "Tenho certeza de que, o negacionismo da Divindade reforça ainda mais a certeza das três características de Deus: Onipotência, Onisciência e Onipresença". "Mas não podemos ter esses três pilares das religiões, Cristã, Judaica e Islâmica como premissa essencial provadora da existência de um Ser superior porque não são elas a essência, mas sim a consequência Dessa divindade e, se é uma consequência Dela, portanto, por demais subjetivo", observou o ateu. De forma provocadora, o padre emendou citando uma quadra de Provérbios 15:3: *Os olhos do Senhor estão em toda parte observando atentamente os maus e os bons".

Vendo a discussão se polarizar entre os cristãos e o agnóstico, Hassan, o islamita, entrou na briga: "A onipotência, onisciência e onipresença de Alá estão intrínsecas na Sua essência divina. Essas características exigem dos fiéis: oração diária, profissão de fé, esmolas, jejum e peregrinação a Meca. No Islã, todos são iguais perante o Único e Misericordioso". O ateu questionou voraz: "Iguais? Sua religião é preconceituosa e discriminatória. No seu credo, as mulheres são seres considerados inferiores! Onde está a igualdade?" Hassan rebateu: "Não há nada desigual nesse gênero! Na nossa religião são atribuídas mais responsabilidades aos homens do que às mulheres e, por isso, eles têm a obrigação, o dever, de protegê-las". Calada até então, Judith, a judia, se manifestou: "Não estamos aqui para avaliar costumes, mas sim para examinarmo-nos quanto à nossa capacidade de explicar Deus no âmbito dos vários credos professados pela humanidade".

Em face da observação da judia, Paulo voltou à carga: "Como se imiscuis em analisar costumes? Jogas o lixo para debaixo do tapete? Não é a tua religião, o judaísmo, uma das mais preconceituosas e supersticiosas de todas? Teu credo preceitua: Justiça e Etica, mas tem um Deus que deve ser comprometido com um único povo: o judeu! No teu credo é proibido comer carne de animais que tenham as patas fendidas e também frutos do mar; o porco é um animal amaldiçoado; à mesa, não se pode misturar carnes com leite, isso não é pura superstição? Judeus são obrigados a amar, temer e louvar ao Deus chamado Javé - nome que, por respeito, vocês sequer podem pronunciar. Faço minhas as palavras do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900): 'Como posso acreditar num Deus a quem tenho de louvar a cada instante?' As religiões monoteístas são todas iguais em seus princípios, práticas e superstições*

Essa longa fala do ateu balançou as estruturas de todos os líderes religiosos que participavam daquela mesa redonda. Ante a balbúrdia de protestos, o decano Levi pôs ordem na reunião indicando que Judith tinha a palavra para responder às assertivas de Paulo. A judia: "São tradições da religião monoteista mais antiga do mundo; são conceitos e costumes para identificar os escolhidos que devem cumprir a missão de converter os ímpios. Nós, judeus, temos uma missão no mundo que é a de louvar o Senhor em intercessão pela conversão dos que não creem. Quanto ao louvor, o fazemos porque o Poderoso criou todas as coisas e nós devemos louvá-Lo por isso". Encerrou Judith. Antes que alguém tomasse a palavra, o padre Amâncio declarou, sobre o tema da Criação: "Deus criou o Céu e a Terra e, tudo o que existe, deve estar serviço Dele. Nós estamos aqui de passagem, num estágio de aperfeiçoamento em busca do merecimento da glória celestial. Aliás, Ele criou o homem e a mulher à sua semelhança e, ambos, são iguais perante Sua divindade. Sorrindo, Paulo observou: "Padre, não sabes que no Velho Testamento, a mulher é considerada um ser nocivo? Em Eclesiastes 7:26-28, está escrito: 'A mulher é mais amarga que a morte'". Padre Amâncio calou.

O ateu continuou: "Não posso concordar com o reverendo". Dizendo isso, Paulo pôs-se de pé e continuou: "Primeiro, quanto à teoria do criacionismo, já sabem todos que isso é uma balela. Jô em 1859, o cientista britânico Charles Darwin (1809-1882) lançou o livro A Origem das Espécies' redefinindo para sempre a ciência moderna. Segundo, tenho dúvidas quanto à onipotência desses deuses em que vocês acreditam. Lembremos que a versatilidade, marca registrada dessa Divindade, vem fazendo com que Ela se adapte, de longo dos séculos, aos interesses e às vontades dos que A seguem; senão vejamos: de conformidade com o Velho Testamento, o Deus judeu de antigamente punia com força os que O desobedeciam, era Vingador! Em nome desse mesmo Deus - já na forma de filho do Homem, Jesus Cristo-, a Igreja Católica, através da 'Santa Inquisição', usando a forja, o torniquete, o pêndulo e o cavalete, torturou e matou os que não rezavam no seu catecismo, principalmente judeus; prática também seguida pelos protestantes. " E continuou enfático: "Se retornasse, o Filho do Homem, não passaria sequer nas calçadas, fossem das suntuosas catedrais católicas; das pequenas igrejas de crentes de ponta de rua ou até dos portentosos templos de Edir Macedo que mais parecem a Casa da Moeda.

Por que temos de ser tementes a esse Deus? Por que louvá-Lo, se ele é onipotente e onisciente? Ele sabe de todas as nossas necessidades, lê os nossos pensamentos e sabe das nossas intenções. Os Cruzados trucidaram judeus na chamada Terra Santa. Todas essas práticas violentas, perpetradas em nome de Deus, tinham o condão de confiscar os bens dos 'infiéis', o que construiu o esplêndido patrimônio da igreja de Roma! Em tempos recentes, o Papa João Paulo II, por ocasião do Jubileu do Segundo Milênio, pediu perdão pelos crimes das Cruzadas e da Santa Inquisição e aproveitou para abolir o Purgatório e o Inferno. Mais recentemente, o Papa Francisco abençoou as uniões homoafetivas, o que era um verdadeiro tabu para o Vaticano. O que houve? O Todo Poderosa mudou, reciclou-Se?"

Indignado, Levi, que até então posava de apaziguador, partiu como um leão em defesa de sua fé, mas deslizou num ataque velado aos católicos: "Deus não mudou, Ele é o mesmo de sempre. O pecado está naqueles que se prestam a usar o nome do Criador para manter suas tradições e suas pompas" . Sem pedir a palavra, o padre interrompeu o pastor e disparou: "Falas da pompa da Igreja, mas te esqueces da prosperidade dos pastores, bispos, apóstolos e missionários de tua Igreja. A fortuna de Edir Macedo, que orça em torno de R$ 1,9 bilhão; a de Valdemiro Santiago que beira os R$ 500 milhões; a de Silas Malafaia que passa de R$ 300 milhões, o que me dizes disso? Não sabes que tudo isso vem sendo construido com a extorsão dos pobres coitados que são vitimas da 'sacolinha', dos envelopes, dos boletos e, agora, do pix?" O tempo fechou ao ponto de Hassan, o muçulmano tomar a palavra e pedir a todos que se contivessem nas acusações, dizendo: "Não é este o local apropriado para a lavação de roupa suja!

Violência verbal não leva a nada, contenham-se!" Em face dessa intervenção do islamita, Paulo retornou à carga: "Violência? Aqui não há violência alguma. Tudo isso é fruto das provocações feitas por vocês mesmos quando estão retirando o lixo de debaixo do tapete!* Irritado com essa observação, Hassan respondeu: "Na verdade, Paulo, é você o porno de toda essa discórdia/ Você desvirtuou o nosso encontro que se propunha discutir a fé em suas diversas nuances numo tentativa de convergir para o consenso em prol de umo união de forços que pudesse nos permitir uma convivência pacífica em nome Daquele que é o Provedor de tudo. Com suas intervenções provocativas você, não somente desvirtuou como implantou a discórdia, portanto, eu recomendo: cale-se!" "Não posso me color diante dos evidentes idiossinerasias desse grupo formado por religiosos que se arvoram de donos da verdade espiritual de dois terços da humanidade", respondeu o ateu. E continuou: "Ademais, falando em violência, é o teu credo o que mais persegue e mata em nome de teu Deus a quem chamam de Alá. Quem não lembra do Talibõ e do destruição das torres gêmeas do World Trade Center? Quem não sabe da sentenço de morte exarada contra o escritor Salman Rushdie? E pior, os fiéis muçulmanos que matam e aterrorizam em nome de Alá, recebem como prêmio, cada um, 7 virgens para desfrutar na morada celeste/ São todos iguais, o que reina é a hipocrisia!" 

Ao descambar para barulhento tumulto, a reunião perdeu o rumo se transformando numa verdadeira "Torre de Babel" quando ninguém se entendia, todos se acusavam mutuamente e nada convergia para um consenso. Em meio à confusão, como que para tocar mais fogo na fogueira, o ateu olhou para o padre e o pastor, apontou para um crucifixo que estava dependurado numa das paredes da sala e proferiu: "Tudo isso acontece porque vocês sempre O mantiveram pregado numa cruz. Soltem-No! Se assim o fizerem Ele voltará com o chicote que usou para expulsar os vendilhões do templo de Jerusalém". Olhando para Judith, disparou: "Quanto aos judeus, resta-lhes cumprir o que mandam as tábuas da lei mosaica e o que está contido na Torá". Virando-se para Hassan, Paulo continuou: "Aos muçulmanos, professos da religião mais retrógrada e mais violenta do mundo, resta-lhes esquecer o terror e cultivar o amor contido no Alcorão escrito por Maomé". Já a nós, pobres ateus, resta conformarmo-nos com o nosso isolamento, mas confortados porque desobrigados da prática da hipocrisia". Em face dessas lições proferidas pelo ateu, deram-se todos por insatisfeitos e a reunião, que duraria três dias - como um aborto - acabou-se em três horas ainda no primeiro dia. O eloquente discurso do ateu calou fundo na alma dos crentes.



sábado, 12 de julho de 2025

SABÁTICAS

. O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, com o intuito de livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro de processo que responde por tentativa de golpe de Estado aqui no Brasil, acaba de determinar que esse processo seja arquivado sob pena de promover uma taxação de 50% sobre os vários produtos exportados pelo Brasil para aquele país.

. Com isso, instalou-se no Brasil, desde a última quinta-feira (10), uma situação nunca vista. Os devotos do ex-presidente Bolsonaro exigindo que Lula obrigue o poder Judiciário estancar o processo contra Bolsonaro e, os brasileiros normais, defendendo a soberania nacional.

. Na esteira de tudo isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao invés de defender a democracia, exige que o Governo atenda, o mais rápido possível, as exigências de Donald Trump, sob pena de sanções maiores recaírem sobre o Brasil.

. Já o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, chama para si o sucesso dessas sanções contra o Brasil. O outro filho, o senador Flávio Bolsonaro, compara o Brasil com o Japão do fim da II Guerra Mundial quando sucumbiu ao poderio americano após ser castigado com duas bombas atômicas.

. Absurdo dos absurdos é o entendimento [dos bolsonaristas] de que o Brasil deve sucumbir às ordens do presidente americano para anistiar Bolsonaro e os demais que tentaram abolir o Estado Democrático de Direito. Sei não onde isso vai parar.

. Em face desse estado de coisas, o presidente Luís Inácio Lula da Silva deveria fazer um pronunciamento à Nação defendendo a nossa soberania e, sob hipótese alguma, sucumbir às exigências desse cara que pensa que é o dono do mundo.

. Ademais, o presidente Lula não tem poderes para interferir no Poder Judiciário. Está estabelecido o impasse provocado por uma família que vem, desde 2018, prestando grande desserviço ao Brasil. Tomara que tudo termine em paz.

. Falar em “tarifaço”, o de Trump somente passará a vigorar em 1º de agosto próximo. Já em Fortaleza, no Ceará, em retaliação ao Tio Sam, um cabaré já começou a taxar seus clientes em 50% quando um turista americano teve de pagar R$ 105 além das despesas do “programa completo”.

. Enquanto vigora aqui esse quiproquó, na Faixa de Gaza, dezenas de crianças são assassinadas nas filas da miséria quando mendigam um prato de comida e são metralhadas pelas forças de Israel. É assim esse mundo de meu Deus.

. Já na Paraíba, a pré-candidatura de Lucas Ribeiro (PP) é uma realidade. O governador João Azevedo (PSB) tem declarado, em reuniões íntimas, que vai sim se afastar para concorrer ao Senado Federal.

. Nessas mesmas reuniões, é voz corrente que ninguém se rebelará contra o poder vigente na Paraíba. O cobertor é curto, mas é quem cobre a todos. Tudo ficará como dantes no quartel d’Abrantes.

. Em Princesa, algumas insatisfações já afloram. Na última quarta-feira (9), o diretor de Esportes da Secretaria Municipal de Cultura, Lucinaldo Ventura, quase chorou em evento realizado na Câmara Municipal e reclamou: “Estou abandonado; fui enganado e me tratam como adversário, como se eu fosse de oposição, o que AINDA não sou” Vixi!

. O show do cantor sertanejo, Leonardo, que se apresentará em Princesa na próxima semana, custará aos cofres municipais cerca de R$ 800 mil. Esquisito é que a média do valor dos shows desse artista é de R$ 500 mil. Deve ser por conta da distância de São Paulo pra cá...

. Não bastasse o problema do tarifaço de Trump, o Congresso Nacional está às voltas com denúncias de corrupção contra deputados e senadores suspeitos do desvio de Emendas Parlamentares. São no mínimo 80 parlamentares sob suspeita. Muitos estão dormindo com as barbas de molho.

. Na próxima sexta-feira (18) acontecerá o lançamento do meu novo livro “Antologia dos Construtores de Princesa”. O evento será na Academia Princesense de Letras e Artes – APLA, a partir das 20h00, no Palacete dos Pereira.

. Os abraços de hoje vão para: Lourdes Paulino, Laurindo Medeiros, Salomé Alves Caetano, Aldomar Martins, César Silva, Norman Lopes, Eliakim Antas, Francinete Toscano, Maria José Medeiros, Maria de Fátima Pires, Cristina Couto, Edivan Araújo, Fernando Medeiros, Lourdes Vitalino, Júnior Nunes, Isabel Hipólito, André Vasconcelos, Cícero Amaro, Oliveira Neemias, doutor Dedé Nominando, Cícero Arruda, Assunção Vieira, Afonso Nóbrega e Luquinha Bezerra.


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sexta-feira, 11 de julho de 2025

O tarifaço ideológico

 

Desde que assumiu o governo dos Estados Unidos da América, em 20 de janeiro deste ano, o presidente Donald Trump tem como meta a implementação de tarifas sobre as exportações dos vários países do mundo para os EUA. Brigou com todo mundo quando chegou a impor tarifas de até 145% sobre produtos chineses. De forma incessante, avançou e recuou nessas imposições com o intuito único de punir a todos sob o pretexto de proteger a maior economia do mundo. Com isso, enlouqueceu os mercados, gerou insatisfações internas e inseguranças econômicas e jurídicas num crescente nunca visto.

Agora, numa reação de completa irresponsabilidade, impôs tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros sob a alegação de que, o Brasil, deve ser punido pela "caça às bruxas" e pelas questões de regulamentação das redes sociais. Numa carta divulgada via internet, Trump condiciona a suspensão desse tarifaço à sucumbência da Justiça brasileira em punir o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro da tentativa de golpe de Estado. Nessa clara interferência quanto à soberania nacional, Trump vem recebendo apoios da extrema direita e repúdio da maioria dos brasileiros.

Esse fato vem causando repercussão mundo afora. Quase todos os países do mundo se manifestaram, através da imprensa, contrários a essa prática invasiva e antidemocrática. Na verdade, tudo isso é fruto da campanha desenvolvida pelo filho de Bolsonaro, o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro que, nos EUA há quatro meses, faz gestões junto às autoridades daquele país - numa prova de que, mesmo denunciados pela Justiça, continuam conspirando contra a democracia - para que seja anulado o processo que corre na Justiça do Brasil contra o seu pai. Algo único no mundo: um tarifaço ideológico!



Indicada por Efraim, a Comunidade Filhos da Misericórdia, de Pe. George, receberá Prêmio Irmã Dulce dos Pobres no Senado Federal

 

A instituição comandada pelo Padre George Batista representará a Paraíba na premiação em Brasília

Indicada nessa quarta-feira (9), pelo senador Efraim Filho (União Brasil-PB), para concorrer ao Prêmio Irmã Dulce dos Pobres, a Comunidade Filhos da Misericórdia da Paraíba foi um dos sete agraciados para receber a comenda.  

A homenagem é concedida pelo Senado Federal às instituições que se destacam em ações sociais na área da saúde. Ao todo 22 entidades e personalidades foram sugeridas pelos parlamentares integrantes do Conselho responsável pelo prêmio, composto por um senador de cada partido com representação no Senado.

Efraim não só apresentou o nome da Comunidade comandada pelo padre George Batista, como também mobilizou amplamente os colegas parlamentares. E a movimentação surtiu efeito, já que dos 10 votos da comissão responsável pela escolha da entidade homenageada, Efraim conquistou 9 votos a favor da instituição paraibana. 

“Há mais de 10 anos, a Comunidade de Pe. George realiza ações voltadas à saúde, assistência social e espiritualidade, é um trabalho sério e dedicado a transformar vidas. Esse reconhecimento, viabilizado por meio do nosso mandato, é mais do que merecido. Estamos imensamente felizes com o resultado”, destacou Efraim.

Ao receber a notícia por telefone, dada pelo próprio senador, Pe. George não segurou a emoção: “É emocionante demais receber uma notícia dessa. Sou só gratidão a Deus. Nosso trabalho sempre foi muito inspirado no que a Irmã Dulce realizou. Nos dedicamos aos mais humildes, crianças, idosos, adolescentes e usuários de drogas. Irmã Dulce será sempre uma referência para nós e essa comenda só nos estimula a continuar nossa missão”, disse. Os outros agraciados são: Santa Dulce dos Pobres (in memoriam);

Henrique Duarte Prata, diretor e idealizador do Hospital de Amor (antes conhecido como Hospital de Câncer de Barretos); Frei Hans Stapel, considerado o pai da Fazenda da Esperança, comunidade que começou como centro de recuperação para dependentes químicos e se tornou uma entidade ligada à Igreja Católica; Fundação Altino Ventura (PE); Associação Peter Pan (CE) e Obra Social Dona Meca (RJ).



quinta-feira, 10 de julho de 2025

O inquilino do Cemitério

 

Era o filho caçula de Benedita, o preferido dela. Desde criança, muito mimado e coberto de dengos. Talvez, porque já em tenra idade, demonstrou-se apoucado das faculdades mentais e farto de manias esquisitas. Quando menino, corria pelas ruas de Princesa a balançar, de forma intermitente, um chocalho do qual jamais se apartava. Manoel - chamado carinhosamente pela mãe, Benedita, de "Mané" - era um garoto graúdo, branco é muito bonito. Já aos 14 anos deu um estirão que máis parecia um rapaz de 18 Grandão, Mané, ao invés de ser orgulho da mãe, esta dizia: "Esse menino cresceu demais! Dizem que esse povo que cresce muito fica 'mei abestaiado!"* Era nessa conta que Benedita tinha o filho, o que o fazia mais ainda dependente deía, um mofino.

Ela, a mãe, era uma pobre coitada que vivia às voltas para criar os quatro filhos, cujos pais, ela mal sabia quem eram. Cada cá era filho de um homem diferente. Puta velha, Benedita fornicava sem muito cuidado ou escolha. Seu hedonismo sexual somado à presteza de sua fertilidade a punha exposta à facilidade de barrigas consecutivas e só parou de parir quando doutor Zezito fez-lhe a caridade de cortar-lhes as trompas. Benedita servia como empregada doméstica nas casas dos ricos da cidade de Princesa e fazia um bico fornecendo areia fina - bem antes do advento do Bombril - para arear as panelas de alumínio das madames. Apanhava essa areia num córrego seco na periferia da cidade, amarrava em pequenas trouxas de pano e distribuía pelas casas em busca de alguns trocados. Comentavam, a boca pequena, que nesse mesmo córrego era onde Benedita fazia suas necessidades fisiológicas.

Pela versatilidade de suas atividades, a mãe de Mané recebeu o apelido de "Benedita Pratudo". Além de cozinhar bem, fazia faxinas, carregava água na cabeça, vasculhava casas, espanava, fazia todo e qualquer serviço doméstico, além da distribuição da bendita areia. Todavia, sua dedicação principal era voltada para os cuidados com o filho, Mané. Este, para ela, não pecava e, para ele, nada faltava. Andava lorde o menino, nem parecia filho de quem era. Tão bonito e limpinho, parecia um "fidalgo" e chamava a atenção de todos. Certa feita, Benedita foi passar uns dias ajudando na casa do major Floro, em Patos de Irerê. Logo, a esposa do major, engraçou-se de Mané e o cobria de mimos. Descendente de franceses, dona Leonor Douettes, só o chamava de mon petit.

Daí o apelido - em corruptela a essa expressão francesa - que na idade adulta fez conhecido, o filho de Benedita, como "Mané Pitita" Feito homem, Mané, sem vocação para o trabalho, tampouco para os estudos, largou o chocalho, mas continuou perambulando pelas ruas da cidade sem ocupação alguma. Fazia jus ao ditado que diz: "Mente vazia é oficina do Diabo" . Ainda rapaz afez-se ao hábito da ingestão de bebidas alcoólicas e tornou-se um viciado. Suas bodegas preferidas eram a de Valdecí na "Rua do Cancão" e a de Severino Barbosa no beco de dona Sinhá. Ali Mané vivia a pedir lapadas de cana, quando dizia - fazendo, com a mão direita, o gesto dos roqueiros: "Bota só um dedinho pra mim". Bebia até não poder mais e, como consequência desse vício, passou a demonstrar comportamento por demais esquisito. Quando se empanturrava de cachaça, ao invés de ir para casa, dirigia-se ao Cemitério da cidade e por lá passava as noites. Ali, dormia no pequeno Necrotério que servia de depósito para a guarda dos "caixões da caridade" - aqueles ataúdes bacanas deixados pelos defuntos ricos para servir aos que não tinham onde cair mortos.

Essa hospedagem macabra obedecia a um verdadeiro ritual. Chegado ao Cemitério, bêbado, Mané Pitita, despia-se por completo, acendia uma vela apregada no balcão do Necrotério, forrava com folhas o lastro do ataúde escolhido, deitava-se e fechava, sobre si, a tampa do caixão. Como um féretro, dormia o sono dos justos como se estivera em sua rede, onde dormia antes de adotar esse comportamento doentio. No início dessa prática esquisita, quando ainda viva, Benedita Pratudo, foi várias vezes ao Cemitério. Corria atrás do filho para que ele fosse para casa. Depois, vendo sem jeito, largou-o para lá em sua tétrica mania.

Mané Pitita nunca namorou, nunca casou, tampouco produziu filhos. Era um solteirão juramentado voltado apenas para o vício da cachaça e para sua predileção por defuntos. Morta, Benedita, talvez por desgosto, intensificou-se, no filho, seu comportamento psicótico quando passou a morar no Cemitério, fez dali sua casa. Saía, durante o dia, enchia a cara, mas, à noite, ao invés de ir para a casa onde morou com a mãe, ia para o Cemitério. Quantos não foram, os desavisados, que ao chegarem à necrópole, para pegar um caixão para enterrar um indigente, se assustavam quando se deparavam com Mané Pitita se levantando de um deles? Uma verdadeira assombração!

Com o passar do tempo, Pitita, corroído pelo vício, passou a vagar pelas ruas conversando sozinho e sempre repetindo: "Quem tem mãe tem tudo, quêm não tem mãe, não tem nada". Era o menino de Benedita divagando com as lembranças do passado e sofrendo pela ausência da mãe protetora. Porém, restava ainda uma dúvida sobre essa figura de comportamento tão estranho. O que fazia aquele homem no cemitério? Qual o motivo dessa atração mórbida pela Cidade dos Mortos? Marçal Bocão, coveiro oficial e curioso por natureza, resolveu descobrir o mistério. Certa noite, em tocaia, Bocão esperou Mané chegar à necrópole para dormir, postou-se em lugar estratégico e ficou a observar.

Qual não foi a surpresa de Marçal Bocão quando viu Mané Pitita, completamente nu, se dirigindo para uma das catacumbas mais bonitas do Cemitério, onde repousavam os restos mortais de uma das famílias mais importantes da cidade, incluindo aí uma bela jovem que morrera por suicídio e, diante da fotografia dessa linda moça, Mané começou a se masturbar e, gemendo de prazer, a falar o nome da jovem. Tava desvendado o mistério. O filho de Benedita Pratudo, em sua prática de necrofilia platônica, era um maníaco sexual! Correu a história na rua, e Mané, tido até ali como um ser inofensivo, passou a ser hostilizado como se fora um tarado perigoso. Em face disso, parou de circular pela cidade, recolheu-se, definitivamente, à Cidade dos Mortos e foi definhando até encontrar o descanso eterno já previamente envelopado num dos esquites em que sempre dormiu.