Em Princesa,
estamos na iminência de voltar no tempo. Ainda nessa semana que passou, o
Hospital Municipal (que era regional), não fora a disposição de algumas
Técnicas de Enfermagem do antigo SESP em fazerem um parto, por pouco uma
gestante que já chegou àquele nosocômio com a criança “coroando” pra nascer,
não foi transferida para parir em outra cidade. O que vemos hoje é um
verdadeiro regresso, pois, antigamente – mesmo não existindo uma maternidade-,
existia a figura da “Parteira Curiosa” que, treinada pelo antigo SESP –
Serviços Especiais de Saúde Pública, faziam todos e quaisquer partos ditos
normais. E vou mais além. Antigamente em Princesa, tínhamos o conforto de
contar com parteiras rudes, porém experientes, que viabilizavam o nascimento
das crianças princesenses. Muitas das personalidades que fizeram ou fazem a
história do nosso município, nasceram das mãos de parteiras. Exemplifico aqui
com as figuras antológicas de Ana de Dôra, Mãe Filó e Maria Auxiliadora. Foram
parteiras de mão cheia que pegaram meninos a torto e a direito, tanto em casa
como no antigo Hospital São Vicente. Já em tempos mais recentes, o SESP
treinava parteiras no sentido de lhes orientar quanto à higiene no trato com o
cordão umbilical; práticas de reversões; massagens, etc. Somente quando a coisa
complicava o médico era chamado.
Providências
Tínhamos
verdadeiras “obstetras leigas”, o que nunca causou problemas mais graves,
afinal, parir não é doença. A doença mais grave que assola Princesa hoje é a
falta de responsabilidade do poder público municipal quando afirma que a saúde
vai bem obrigado e as nossas mulheres não podem mais dar à luz aos seus filhos
em sua própria terra. Concito aqui as autoridades para que, se não podem ou não
querem viabilizar um ambiente para que as mulheres de Princesa expulsem suas
crias, treinem “Parteiras Curiosas”, adotando os mesmos métodos do antigo SESP
para que não seja, a atual administração municipal, inserida no contexto da
música de Odair José, quando diz: “Ela
não deixa nosso filho nascer”.
(Escrito por Domingos Sávio Maximiano
Roberto, em 30 de setembro de 2019).
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