Na verdade, a briga entre o presidente da República, Jair
Bolsonaro, e o governador de São Paulo, João Dória, não é para mostrar quem se
preocupa mais com a Pandemia do Coronavírus. Os interesses dos dois estão
focados nas eleições de 2022. Ambos, candidatíssimos a presidente da República,
o primeiro em busca da reeleição e, o outro tentando se credenciar para
tomar-lhe a vaga, brigam sem parar. Agora, a querela gira em torno da vacina
Coronavac. O Instituto Butantan - que é administrado pelo governo paulista -,
aguarda, do Governo Federal, a confirmação sobre a compra de um lote de 54
milhões de doses da vacina produzidas por aquele Instituto. Enquanto isso, o
Governo Central faz corpo mole, dizendo que tem até o dia 30 de maio próximo,
para tomar essa decisão. Em contrapartida, o diretor do Butantan, Dimas Covas,
deu entrevista à imprensa, afirmando que, se o governo Bolsonaro não comprar as
vacinas, o Instituto às exportará para países da América Latina. Enquanto
Bolsonaro e Dória se digladiam em prol de seus interesses políticos, e o mundo
todo corre atrás de vacinas contra a terrível Covid-19, os brasileiros se veem
privados de receber 54 milhões de doses da vacina salvadora, apenas por
capricho de dois políticos irresponsáveis. Os líderes políticos podem até
brincar de governar quando suas decisões não implicam na perda de vidas
humanas. Nesse caso, essa queda-de-braço entre o presidente e o governador,
deve ser resolvida pela Justiça. Com a palavra o Supremo Tribunal Federal.
DSMR, em 29 de janeiro de 2021.
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