Depois da quarta troca de ministros da Saúde, o presidente
Bolsonaro botou lá um nordestino, da Paraíba, que se mostra mais ou menos
competente. Marcelo Queiroga – escapulindo, escorregando e se escondendo -, vai
tocando a pasta sem polemizar, fazendo malabarismo entre o que preconiza a
ciência (no que ele também acredita) e os caprichos irresponsáveis e ridículos
do bôzo. Um verdadeiro equilibrista. Queiroga, além das qualidades de festejado
(na Paraíba) profissional médico, reúne também as necessárias para agradar ao
capitão: subserviência, dissimulação e capacidade para bajular. Mesmo
visivelmente angustiado, pelo fato de ser apegadíssimo ao cargo, o ministro vai
driblando tudo e a todos (inclusive o chefe) para conciliar um bom trabalho –
que inclui a aquisição de vacinas e a recomendação (por debaixo do pano) dos
protocolos essenciais para a proteção contra a Covid-19 -, com as posições e
recomendações malucas do “mito”. Ao tomar posse, Marcelo Queiroga declarou: “a política de saúde do Governo não é a
minha mas, a do ‘doutor’ Bolsonaro”.O matuto é esperto.
Autêntico (no falar)
Pelo menos numa coisa, Queiroga merece ser aplaudido. O
ministro é mesmo um nordestino autêntico, tal qual a nossa Juliete (outra
paraibana famosa pelo mesmo motivo). Com seu sotaque genuinamente nordestino,
do qual não se envergonha nem se aparta, ele faz ver que é diferente daqueles
que, pelo simples fato de haverem recebido uma carta vinda de São Paulo, passam
a falar no maior chiadeiro do mundo. Na verdade, isso lhe empresta um certo
charme, num sabe? Somente fica desmerecido, o ministro paraibano, quando, na
presença do presidente (o que ocorreu em Santa Catarina em tempos recentes), vê-se
obrigado – para agradar ao “bôzo” -, a defender o que,
nem a ciência nem ele,acreditam ou aprovam. É contrário, mas não critica o
tratamento precoce da Covid-19 com cloroquina. Ontem, completamente
desmoralizado, teve de demitir a médica, Luana Araújo (técnica por ele
convidada para fazer parte de sua equipe) que, desalinhada ideologicamente com
o capitão, foi vetada por determinação presidencial. Pobre ministro, que
grudado ao cargo, tem de se acostumar e aguentar, pois, na equipe de Bolsonaro
não há ministros, mas sim, marionetes. Né não, Queiroga?
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