Mal começou, o
governo Bolsonaro apresentou-se algo maluco. Parecia (e continua) um samba do
crioulo doido: todos batendo cabeça num exercício de estica-e-puxa; faz-e-desfaz;
manda-e-desmanda, enfim, um caos em termos de administração. Como se não
bastasse, o contributo da família presidencial limitou-se, em termos positivos,
até agora, ao discurso em libras
proferido pela primeira-dama por ocasião da posse do presidente. Os três filhos
varões, meu Deus, até agora só têm atrapalhado e, o presidente, a dar-lhes
apoios em suas besteiras, só tem também contribuído para piorar as coisas.
Mesmo assim, após as manifestações promovidas pelos setores educacionais em
apoio às Universidades que tiveram parte de suas verbas contingenciadas
(cortadas?), o governo, de forma sub-reptícia, promoveu, ontem, manifestações
em apoio ao governo e suas reformas anunciadas: da previdência e do combate ao
crime. As manifestações apresentaram-se como um verdadeiro sucesso. O povo de
todos os Estados e do Distrito Federal aderiu quase que com a mesma intensidade
que o fez pelo movimento pró-educação, ocorrido em 15 de maio último. Manifestantes
foram às ruas das grandes cidades do País e, de forma ordeira, prestaram total
apoio ao presidente Bolsonaro repudiando, ao mesmo tempo, os deputados que
compõem o chamado “centrão” (grupo de deputados de vários partidos que sempre formam
unidos, contra ou a favor do governo instalado, desde que este não tome medidas
que firam seus interesses). O movimento popular realizado ontem atestou que
grande parte do povo continua acreditando no governo do presidente Bolsonaro.
Mostrou que aqueles que votaram no presidente ainda depositam esperanças de que
o “mito” promova as transformações que foram reclamadas nas urnas. Por um lado
isso é muito bom, pois, prova que, pelo menos a metade da população ainda
acredita. Resta agora ao presidente e sua equipe, ouvir esse recado de forma
humilde, redirecionar suas ações e dar uma resposta contida de bom senso
demonstrando capacidade de bem conduzir os destinos da Nação Brasileira. É isso
que o povo quer e o presidente não pode continuar decepcionando aqueles que
depositaram nele seu voto de confiança nas últimas eleições. Oportunidade rara
está tendo Bolsonaro, pois, enquanto ele [o presidente] até agora não soube bem
conduzir o governo, e a oposição nele espelhada, também não está primando em
cumprir o seu papel, o povo tomou as rédeas e, num exercício da democracia
direta, disse nas ruas que ainda confia no presidente e que quer a realização
das mudanças anunciadas. Desperdiçar essa segunda chance será uma burrice que
trará consequências funestas para todo o povo brasileiro. Não votei nesse
presidente, mas torço para que dê certo esse governo como torço também para que
as assertivas do ex-governador cearense Ciro Gomes estejam erradas quando
disse: “Bolsonaro é um iletrado que odeia
quem sabe ler. Por isso seu governo não tem chances de dar certo”. Eis a oportunidade,
presidente! É pegar ou largar, pois, em que pese a boa vontade do povo em
dar-lhe nova chance, a paciência desse povo também te limites.
(Escrito por
DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO em: 27/05/2019).
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