LAURINDO GOMES MACIEL nasceu em Princesa em 09 de março de
1895 e era filho de Henrique Fernandes de Siqueira e de dona Maria Baptista
Gomes da Conceição. Esse princesense, que aqui viveu até fins de 1930 é tido,
pela maioria de seus conterrâneos, como um ilustre desconhecido. Poeta de
bancada e cordelista da melhor qualidade tinha como característica peculiar à
sua arte, o saudosismo na sua essência poética e, na técnica de rimar, a
concisão e a objetividade. Segundo o meu amigo e saudoso Tabelião João
Florêncio de Campos Barros, Laurindo Gomes Maciel, após divergir politicamente do
coronel José Pereira Lima, ainda em 1929, sofreu algumas perseguições
políticas, principalmente pelas suas tendências à doutrina marxista. Com a
eclosão da Revolução de 1930 teve de retirar-se de Princesa no final daquele ano,
quando desapareceu, misteriosamente. Anos depois, soube-se que o mesmo passou a
residir no interior do Estado da Bahia. Segundo o historiador princesense,
Paulo Mariano, consignado em seu Livro: “Princesa – Antes e Depois de 30”,
temos sobre Laurindo Gomes Maciel, extraído do Dicionário Literário da Paraíba
– União Editora – 1994: “Poeta de
bancada. Distingue-se por andar sempre bem vestido e a seu favor tem mais a voz
bonita. Em 1929 parece ter-se metido em assuntos políticos e em fins de 1930,
ele desaparece sem deixar rastro. Passa por morto. Independentemente da
qualidade de sua obra, Laurindo ficaria na história da poesia popular, por ter
sido o primeiro a publicar folheto de 8 páginas, na década de 20. Antes desta
iniciativa, o poema-reportagem vinha em folhetos de 16 páginas. A novidade que
ele introduziu, permitindo a expressão imediata e mais espontânea de fatos
ocorridos, logo encontra adeptos. Em 1928, escreve o folheto ‘Ah! Se o
passado voltasse’. Com o mesmo tema saudosista,
publica no ano seguinte: “A Quebradeira Geral – diferença de 1923 para
1929’. Com a fuga para a Bahia, o
saudosismo exaspera-se, a visão do exilado reforça a idealização da terra natal.
Em 1937, no poema: ‘Senti, sinto e sentirei’, conta em tom lastimoso a história de sua vida. A semente da saudade
congênita germina, com toda força, regada à cachaça, até 1940 e, quando a
saudade começa a definhar, a força poética do paraibano desterrado tem perdido
o vigor. No último folheto: ‘O caso e o exemplo que deu-se com um
passarinho’ (1955), conta a
história de uma laranjeira que morre de tristeza e como ela, também o
poeta. Longe da terra que tão desvairadamente amou, morre sem revê-la o poeta
Laurindo Gomes Maciel”. Como vimos nessa transcrição promovida por Paulo
Mariano, o poeta princesense teve uma vida tumultuada e muito atribulada. Longe
da Terra, mesmo eivado de saudade, muito produziu na sua arte. Um dos cordéis
mais importantes escrito quando morava na Bahia, foi: “A VISITA DO GRANDE ESCRITOR BRASILEIRO PLÍNIO SALGADO AO ESTADO DA
BAHIA”. Essa obra foi publicada em março de 1949 e, na falta de uma
fotografia que possa identificar esse grande artista princesense, escolhi o
frontispício desse folheto para ilustrar o cabeçalho deste perfil biográfico.
Laurindo Gomes Maciel faleceu em 13 de agosto de 1961, aos 66 anos de idade, na
cidade de Ibicaraí no Estado da Bahia.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 17 DE JUNHO DE 2019).
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