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terça-feira, 25 de junho de 2019

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES





ALCIDES VIEIRA CARNEIRO nasceu em Princesa no dia 11 de junho de 1906, filho do coronel Vicente Carneiro e dona Maria Azevedo Duarte Carneiro (dona Maroquinha). Segundo o saudoso historiador Paulo Mariano, foi Alcides o filho mais ilustre de Princesa, uma vez haver o que teve maior ascensão no cenário nacional: orador, ensaísta, crítico, biógrafo, escritor, poeta de notável inspiração e político. Em Princesa, Carneiro iniciou seus estudos na escola primária do professor Adriano Feitosa Cavalcanti, concluindo o ensino básico no Grupo Escolar “Gama e Melo”. Ainda impúbere tendo, seu pai, sido transferido de Princesa de seu emprego na Mesa de Rendas (atual Coletoria Estadual), foi morar em Fortaleza/CE. Ali, concluiu o curso secundário no “Liceu Cearense”. Transferiu-se para a capital pernambucana onde fez o curso de Ciências Jurídicas, formando-se em Direito quando colou grau, aos 20 anos de idade, em 1926. Casou-se, em primeiras núpcias, com uma das filhas do então Ministro José Américo de Almeida com quem teve duas filhas.
Formado, exerceu os seguintes cargos: Procurador da República no Estado do Espírito Santo; Advogado da Polícia Militar no Distrito Federal; Curador de Menores e Curador da Família, também no Distrito federal; Interventor do município de Itápolis/SP; Curador de Massas Falidas do Distrito Federal; Inspetor do Ensino Secundário da Capital Federal e Presidente do IPASE – Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado. Nesse cargo e com sua influência política, conseguiu dar empregos a vários princesenses que o procuraram no Rio de Janeiro, então Capital Federal. Em 1947 foi candidato a governador do Estado da Paraíba, quando enfrentou nas urnas o alagoa-grandense Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Mello. Foi derrotado, ficando em segundo lugar. Porém, numa demonstração de alta civilidade, encaminhou, ao candidato vitorioso, o seguinte telegrama:
“No momento em que a preferência já definida nas urnas livres recai sobre o seu nome ilustre, cumpro o dever democrático de apertar, com o coração bem elevado, a mão que guiará os destinos da nossa terra. Peço a Deus que o inspire e também aos seus amigos, na penosa e dignificante tarefa que vai iniciar para que a Paraíba não tenha de que se arrepender. Se assim for, como é desejo de todos os bons paraibanos, estaremos ambos compensados do ingente esforço que fizemos – Alcides Vieira Carneiro”.
     Em 1950, candidatou-se, Alcides, a deputado federal quando foi eleito (o único princesense eleito deputado federal), obtendo consagradora votação: 17.654 sufrágios, sendo o mais votado no Estado da Paraíba. Como deputado federal, foi representante do Brasil na Conferência Interamericana realizada em Istambul, na Turquia, em 1951. Tentou a reeleição nos anos de 1954 e 1958 e não conseguiu. Desgostoso com as sucessivas derrotas abandonou a lide política dizendo: “A Paraíba gosta de me ouvir falar, mas, não gosta de votar em mim”. Depois da morte do coronel José Pereira Lima (1949), liderou a política princesense por vários anos. Em 1930, na qualidade de destacado “aliancista”, foi convidado por José Américo de Almeida para ser interventor municipal em Princesa, porém, recusou o convite por ser afilhado e amigo do coronel Zé Pereira. Saído da política, mudou-se, definitivamente para o Rio de Janeiro e, posteriormente, com a transferência da Capital Federal, para Brasília. Em 02 de fevereiro de 1966, foi nomeado Ministro do STM – Superior Tribunal Militar, chegando a ser vice-presidente daquela corte para o biênio 1969/70. Além de político e servidor público, Alcides Carneiro foi também, destacado intelectual. Como orador, segundo ainda o historiador Paulo Mariano, é mencionado na “História da Eloquência Universal”, como: “um dos dez maiores oradores da atualidade e um dos cem maiores oradores de todos os tempos”. Foi membro da Academia Paraibana de Letras, ocupando a cadeira nº 07 e professor “Honoris Causa” da Universidade Federal da Paraíba. Teve Carneiro, os seguintes livros publicados: “Discursos Escolhidos” (1971); “Ao Longo da Vida” (1976); “Discursos em 14 Tempos” (1976); além de vários textos e poesias publicados em revistas e jornais importantes do Brasil. Recebeu vários “Títulos de Cidadão” em muitos dos municípios brasileiros e várias condecorações. Vítima de um acidente vascular cerebral faleceu em Brasília, aos quase 70 anos de idade, às cinco horas da manhã do dia 22 de maio de 1976. O corpo do ilustre filho de Princesa está sepultado no cemitério “São Francisco Xavier” no Rio de Janeiro.


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 25 DE JUNHO DE 2019).

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